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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O FILME DOS ESPÍRITOS ESTREIA EM 07/10/2011



CONFIRA TRAILER DO FILME NO YOU TUBE:

O filme conta a história de Bruno Alves que, por volta dos 40 anos, perde a mulher e se vê completamente abalado. A perda do emprego se soma à sua profunda tristeza e o suicídio lhe parece a única saída.

Curiosidades
Livremente baseado em O Livro dos Espíritos, escrito por Allan Kardec em 1857.

Informações Técnicas
Título no Brasil: O Filme dos Espíritos
Título Original: O Filme dos Espíritos
País de Origem: Brasil
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2011
Estréia no Brasil: 07/10/2011
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Paris Filmes
Direção: André Marouço / Michel Dubret

Elenco

Nelson Xavier
Ênio Gonçalves
Etty Fraser
Ana Rosa
Sandra Corveloni
Reinaldo Rodrigues

CLICK E VEJA UM TEASE DE O FILME DOS ESPÍRITOS:

Confira este vídeo incrível do MSN: Exclusivo: 'O Filme dos Espíritos'

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não se pode servir a Deus e a mamon


CAPÍTULO XVI
Não se pode servir a Deus e a mamon


Salvação dos ricos - Preservar-se da avareza - Jesus em casa de Zaqueu - Parábola do mau rico - Parábola dos talentos - Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria - Desigualdade das riquezas - Instruções dos espíritos - A verdadeira propriedade - Emprego da riqueza - Desprendimento dos bens terrenos - Transmissão da riqueza.
Salvação dos ricos

1. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, cap. XVI, v. 13.)

2. Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? - Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. - Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. - Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.

O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? -Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.

Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. - Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. - Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus (1). (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 16 a 24. - S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 18 a 25. - S. MARCOS, cap. X, vv. 17 a 25.)

(1) Esta arrojada figura pode parecer um pouco forçada, pois que não se percebe que relação possa existir entre um camelo e uma agulha. Acontece, no entanto, que, em hebreu, a mesma palavra serve para designar um camelo e um cabo. Na tradução, deram-lhe o primeiro desses significados; mas é provável que Jesus a tenha empregado com a outra significação. É, pelo menos, mais natural.
Preservar-se da avareza

3. Então, no meia do turba, um homem lhe disse: Mestre, dize a meu irmão que divida comigo a herança que nos tocou. - Jesus lhe disse: Ó homem! quem me designou para vos julgar, ou para fazer as vossas partilhas? - E acrescentou: Tende o cuidado de preservar-vos de toda a avareza, seja qual for a abundância em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua.

Disse-lhes a seguir esta parábola: Havia um rico homem cujas terras tinham produzido extraordinariamente - e que se entretinha a pensar consigo mesmo, assim: Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa encerrar tudo o que vou colher? -Aqui está, disse, o que farei: Demolirei os meus celeiros e construirei outros maiores, onde porei toda a minha colheita e todos os meus bens. - E direi a minha alma: Minha alma, tens de reserva muitos bens para longos anos; repousa, come, bebe, goza. Mas, Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que insensato és! Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste?

É o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico diante de Deus. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 13 a 21.)
Jesus em casa de Zaqueu

4. Tendo Jesus entrado em Jericó, passava pela cidade - e havia ali um homem chamado Zaqueu, chefe dos publicanos e muito rico, - o qual, desejoso de ver a Jesus, para conhecê-lo, não o conseguia devido à multidão, por ser ele de estatura muito baixa. - Por isso, correu á frente da turba e subiu a um sicômoro, para o ver, porquanto ele tinha de passar por ali. - Chegando a esse lugar, Jesus dirigiu para o alto o olhar e, vendo-o, disse-lhe: Zaqueu, dá-te pressa em descer, porquanto preciso que me hospedes hoje em tua casa. - Zaqueu desceu imediatamente e o recebeu jubiloso. Vendo isso, todos murmuravam, a dizer: Ele foi hospedar-se em casa de um homem de má vida. (Veja-se: "Introdução", artigo - Publicanos.)

Entretanto, Zaqueu, pondo-se diante do Senhor, lhe disse: Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres e, se causei dano a alguém, seja no que for, indenizo-o com quatro tantos. Ao que Jesus lhe disse: Esta casa recebeu hoje a salvação, porque também este é filho de Abraão; visto que o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido. (S. LUCAS, cap. XIX, vv. 1 a 10.)
Parábola do mau rico

5. Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. - Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, - que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.

- Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno. - Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio - e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.

Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.

Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, -onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. - Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. - Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. - Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. (S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)
Parábola dos talentos

6. O Senhor age como um homem que, tendo de fazer longa viagem fora do seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. - Depois de dar cinco talentos a um, dois a outro e um a outro, a cada um segundo a sua capacidade, partiu imediatamente. - Então, o que recebeu cinco talentos foi-se, negociou com aquele dinheiro e ganhou cinco outros. - O que recebera dois ganhou, do mesmo modo, outros tantos. Mas o que recebera um cavou um buraco na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo. - Passado longo tempo, o amo daqueles servidores voltou e os chamou a contas. - Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que ganhei. -Respondeu- lhe o amo: Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. - O que recebera dois talentos apresentou-se a seu turno e lhe disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. - O amo lhe respondeu: Bom e fiel servidor; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor. - Veio em seguida o que recebeu apenas um talento e disse: Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste; - por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra; aqui o tens: restituo o que te pertence. - O homem, porém, lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso; se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, - devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence. -Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos; -porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens; quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter; e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 14 a 30.)
Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria

7. Se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação nenhuma, idéia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. E o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento.

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: "Desfase-te de todos os teus bens e segue-me", não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à idéia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri-la com sacrifício.

O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe. Mas, não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até à abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: "Fora da caridade não há salvação".

A conseqüência dessas palavras, em sua acepção rigorosa, seria a abolição da riqueza por prejudicial à felicidade futura e como causa de uma imensidade de males na Terra; seria, ao demais, a condenação do trabalho que a pode granjear; conseqüência absurda, que reconduziria o homem à vida selvagem e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é lei de Deus.

Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. E a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.
Desigualdade das riquezas

8. A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. E, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.

Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A verdadeira propriedade

9. O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.

Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. - Pascal. (Genebra, 1860.)

10. Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus freqüentemente anula todas as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la.

Direis, porventura, que isso se compreende no tocante aos bens hereditários, porém, não relativamente aos que são adquiridos pelo trabalho. Sem dúvida alguma, se há riquezas legitimas, são estas últimas, quando honestamente conseguidas, porquanto uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém. Contas serão pedidas até mesmo de um único ceitil mal ganho, isto é, com prejuízo de outrem. Mas, do fato de um homem dever a si próprio a riqueza que possua, seguir-se-á que, ao morrer, alguma vantagem lhe advenha desse fato? Não são amiúde inúteis as precauções que ele toma para transmiti-la a seus descendentes? Decerto, porquanto, se Deus não quiser que ela lhes vá ter às mãos, nada prevalecerá contra a sua vontade. Poderá o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível haja Deus tido em vista recompensar-lhe, no curso da existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais haveres se lhe tornaram causa de falência, melhor fora não os ter possuído, visto que perde de um lado o que ganhou do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa. - M., Espírito protetor. (Bruxelas, 1861.)
Emprego da riqueza

11. Não podeis servir a Deus e a Mamon. Guardai bem isso em lembrança, vós, a quem o amor do ouro domina; vós, que venderíeis a alma para possuir tesouros, porque eles permitem vos eleveis acima dos outros homens e vos proporcionam os gozos das paixões que vos escravizam. Não; não podeis servir a Deus e a Mamon! Se, pois, sentis vossa alma dominada pelas cobiças da carne, dai-vos pressa em alijar o jugo que vos oprime, porquanto Deus, justo e severo, vos dirá: Que fizeste, ecônomo infiel, dos bens que te confiei? Esse poderoso móvel de boas obras exclusivamente o empregaste na tua satisfação pessoal.

Qual, então, o melhor emprego que se pode dar à riqueza? Procurai - nestas palavras: "Amai-vos uns aos outros", a solução do problema. Elas guardam o segredo do bom emprego das riquezas. Aquele que se acha animado do amor do próximo tem aí toda traçada a sua linha de proceder. Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais apraz a Deus. Não nos referimos, é claro, a essa caridade fria e egoísta, que consiste em a criatura espalhar ao seu derredor o supérfluo de uma existência dourada. Referimo-nos à caridade plena de amor, que procura a desgraça e a ergue, sem a humilhar. Rico!... dá do que te sobra; faze mais: dá um pouco do que te é necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá com sabedoria. Não repilas o que se queixa, com receio de que te engane; vai às origens do mal. Alivia, primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os conselhos, mesmo a afeição não serão mais eficazes do que a tua esmola. Difunde em torno de ti, como os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o amor do próximo. Coloca tuas riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a das boas obras. A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro. Derrama em tomo de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão. -Cheverus. (Bordéus, 1861.)

12. Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade. Dir-se-ia, diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, freqüentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito - como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social? Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor tão animado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso Espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou? -Um Espírito Protetor. (Cracóvia, l861.)

13. Sendo o homem o depositário, o administrador dos bens que Deus lhe pôs nas mãos, contas severas lhe serão pedidas do emprego que lhes haja ele dado, em virtude do seu livre-arbítrio. O mau uso consiste em os aplicar exclusivamente na sua satisfação pessoal; bom é o uso, ao contrário, todas as vezes que deles resulta um bem qualquer para outrem. O merecimento de cada um está na proporção do sacrifício que se impõe a si mesmo. A beneficência é apenas um modo de empregar-se a riqueza; ela dá alívio à miséria presente; aplaca a fome, preserva do frio e proporciona abrigo ao que não o tem. Dever, porem, igualmente imperioso e meritório é o de prevenir a miséria. Tal, sobretudo, a missão das grandes fortunas, missão a ser cumprida mediante os trabalhos de todo gênero que com elas se podem executar. Nem, pelo fato de tirarem desses trabalhos legítimo proveito os que assim as empregam, deixaria de existir o bem resultante delas, porquanto o trabalho desenvolve a inteligência e exalça a dignidade do homem, facultando-lhe dizer, altivo, que ganha o pão que come, enquanto a esmola humilha e degrada. A riqueza concentrada em uma mão deve ser qual fonte de água viva que espalha a fecundidade e o bem-estar ao seu derredor. O vós, ricos, que a empregardes segundo as vistas do Senhor! O vosso coração será o primeiro a dessedentar-se nessa fonte benfazeja; já nesta existência fruireis os inefáveis gozos da alma, em vez dos gozos materiais do egoísta, que produzem no coração o vazio. Vossos nomes serão benditos na Terra e, quando a deixardes, o soberano Senhor vos dirá, como na parábola dos talentos: "Bom e fiel servo, entra na alegria do teu Senhor." Nessa parábola, o servidor que enterrou o dinheiro que lhe fora confiado é a representação dos avarentos, em cujas mãos se conserva improdutiva a riqueza. Se, entretanto, Jesus fala principalmente das esmolas, é que naquele tempo e no país em que ele vivia não se conheciam os trabalhos que as artes e a indústria criaram depois e nas quais as riquezas podem ser aplicadas utilmente para o bem geral. A todos os que podem dar, pouco ou muito, direi, pois: dai esmola quando for preciso; mas, tanto quanto possível, convertei-a em salário, a fim de que aquele que a receba não se envergonhe dela. - Fénelon. (Argel, 1860.)
Desprendimento dos bens terrenos

14. Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.

O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais. Sede sinceros: proporciona a riqueza uma felicidade sem mescla? Quando tendes cheios os cofres, não há sempre um vazio no vosso coração? No fundo dessa cesta de flores não há sempre oculto um réptil? Compreendo a satisfação, bem justa, aliás, que experimenta o homem que, por meio de trabalho honrado e assíduo, ganhou uma fortuna; mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração vai grande distância, tão grande quanto a que separa da prodigalidade exagerada a sórdida avareza, dois vícios entre os quais colocou Deus a caridade, santa e salutar virtude que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza.

Quer a fortuna vos tenha vindo da vossa família, quer a tenhais ganho com o vosso trabalho, há uma coisa que não deveis esquecer nunca: é que tudo promana de Deus, tudo retorna a Deus. Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso pobre corpo: a morte vos despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários, não vos iludais. Deus vo-los emprestou, tendes de lhos restituir; e ele empresta sob a condição de que o supérfluo, pelo menos, caiba aos que carecem do necessário.

Um dos vossos amigos vos empresta certa quantia. Por pouco honesto que sejais, fazeis questão de lha restituirdes escrupulosamente e lhe ficais agradecido. Pois bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o amigo celestial, que lhe emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que o amor e o reconhecimento do rico. Exige deste, porém, que a seu turno dê aos pobres, que são, tanto quanto ele, seus filhos.

Ardente e desvairada cobiça despertam nos vossos corações os bens que Deus vos confiou. Já pensastes, quando vos deixais apegar imoderadamente a uma riqueza perecível e passageira como vós mesmos, que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dEle? Olvidais que, pela riqueza, vos revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes da aludida riqueza dispensadores inteligentes? Portanto, quando somente em vosso proveito usais do que se vos confiou, que sois, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte, inflexível, inexorável, rasga o véu sob que vos ocultáveis e vos força a prestar contas ao Amigo que vos favorecera e que nesse momento enverga diante de vós a toga de juiz.

Em vão procurais na Terra iludir-vos, colorindo com o nome de virtude o que as mais das vezes não passa de egoísmo. Em vão chamais economia e previdência ao que apenas é cupidez e avareza, ou generosidade ao que não é senão prodigalidade em proveito vosso. Um pai de família, por exemplo, se abstém de praticar a caridade, economizará, amontoará ouro, para, diz ele, deixar aos filhos a maior soma possível de bens e evitar que caiam na miséria. E muito justo e paternal, convenho, e ninguém pode censurar. Mas será sempre esse o único móvel a que ele obedece? Não será muitas vezes um compromisso com a sua consciência, para justificar, aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrenais? Admitamos, no entanto, seja o amor paternal o único móvel que o guie. Será isso motivo para que esqueça seus irmãos perante Deus? Quando já ele tem o supérfluo, deixará na miséria os filhos, por lhes ficar um pouco menos desse supérfluo? Não será, antes, dar-lhes uma lição de egoísmo e endurecer-lhes os corações? Não será estiolar neles o amor ao próximo? Pais e mães, laborais em grande erro, se credes que desse modo granjeais maior afeição dos vossos filhos. Ensinando-lhes a ser egoístas para com os outros, ensinais-lhes a sê-lo para com vos mesmos.

A um homem que muito haja trabalhado, e que com o suor de seu rosto acumulou bens, é comum ouvirdes dizer que, quando o dinheiro é ganho, melhor se lhe conhece o valor. Nada mais exato. Pois bem! Pratique a caridade, dentro das suas possibilidades, esse homem que declara conhecer todo o valor do dinheiro, e maior será o seu merecimento, do que o daquele que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, também, se esse homem, que se recorda dos seus penares, dos seus esforços, for egoísta, impiedoso para com os pobres, bem mais culpado se tornará do que o outro, pois, quanto melhor cada um conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, tanto mais propenso deve sentir-se em aliviá-las nos outros.

Infelizmente, sempre há no homem que possui bens de fortuna um sentimento tão forte quanto o apego aos mesmos bens: é o orgulho. Não raro, vê-se o arrivista atordoar, com a narrativa de seus trabalhos e de suas habilidades, o desgraçado que lhe pede assistência, em vez de acudi-lo, e acabar dizendo: "Faça o que eu fiz." Segundo o seu modo de ver, a bondade de Deus não entra por coisa alguma na obtenção da riqueza que conseguiu acumular; pertence-lhe a ele, exclusivamente, o mérito de a possuir. O orgulho lhe põe sobre os olhos uma venda e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda a sua inteligência e de toda a sua aptidão, não compreende que, com uma só palavra, Deus o pode lançar por terra.

Esbanjar a riqueza não é demonstrar desprendimento dos bens terrenos: é descaso e indiferença. Depositário desses bens, não tem o homem o direito de os dilapidar, como não tem o de os confiscar em seu proveito. Prodigalidade não é generosidade: é, freqüentemente, uma modalidade do egoísmo. Um, que despenda a mancheias o ouro de que disponha, para satisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um serviço. O desapego aos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacrificar por eles os interesses da vida futura, em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los. Se, por efeito de imprevistos reveses, vos tornardes qual Job, dizei, como ele: "Senhor, tu mos havias dado e mos tiraste. Faça-se a tua vontade." Eis ai o verdadeiro desprendimento. Sede, antes de tudo, submissos; confiai nAquele que, tendo-vos dado e tirado, pode novamente restituir-vos o que vos tirou. Resisti animosos ao abatimento, ao desespero, que vos paralisam as forças. Quando Deus vos desferir um golpe, não esqueçais nunca que, ao lado da mais rude prova, coloca sempre uma consolação. Ponderai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa idéia vos ajudará a desprender-vos destes últimos. O pouco apreço que se ligue a uma coisa faz que menos sensível seja a sua perda. O homem que se aferra aos bens terrenos é como a criança que somente vê o momento que passa. O que deles se desprende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, por compreender estas proféticas palavras do Salvador: "O meu reino não é deste mundo."

A ninguém ordena o Senhor que se despoje do que possua, condenando-se a uma voluntária mendicidade, porquanto o que tal fizesse tornar-se-ia em carga para a sociedade. Proceder assim fora compreender mal o desprendimento dos bens terrenos. Fora egoísmo de outro gênero, porque seria o indivíduo eximir-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a concede a quem bem lhe parece, a fim de que a administre em proveito de todos. O rico tem, pois, uma missão, que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo. Rejeitar a riqueza, quando Deus a outorga, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, gerindo-a com critério. Sabendo prescindir dela quando não a tem, sabendo empregá-la utilmente quando a possui, sabendo sacrificá-la quando necessário, procede a criatura de acordo com os desígnios do Senhor. Diga, pois, aquele a cujas mãos venha o que no mundo se chama uma boa fortuna: Meu Deus, tu me destinaste um novo encargo; dá-me a força de desempenhá-lo segundo a tua santa vontade.

Aí tendes, meus amigos, o que eu vos queria ensinar acerca do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei o que expus, dizendo: Sabei contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis os ricos, porquanto a riqueza não é necessária à felicidade. Se sois ricos, não esqueçais que os bens de que dispondes apenas vos estão confiados e que tendes de justificar o emprego que lhes derdes, como se prestásseis contas de uma tutela. Não sejais depositário infiel, utilizando-os unicamente em satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis com o direito de dispor em vosso exclusivo proveito daquilo que recebestes, não por doação, mas simplesmente como empréstimo. Se não sabeis restituir, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que aquele que dá aos pobres, salda a dívida que contraiu com Deus. - Lacordaire. (Constantina, 1863.)
Transmissão de riqueza

15. O principio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes?

O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido. Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. E, pois, impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. - São Luís. (Paris, 1860.)

FONTE:http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/es/es-16.html


Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também é um dos sete princípes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de passáro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

sábado, 21 de maio de 2011

MINHA VIDA NA OUTRA VIDA


A música é linda e a história real. O tema é a reencarnação e o filme, ora lançado em DVD pela Versátil Home Video, está baseado em fatos reais relatados em livro autobiográfico.

Minha Vida na Outra Vida conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 1930. Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante. Jenny é magistralmente interpretada pela renomada atriz Jane Seymour, de Em Algum Lugar do Passado. Só que, desta vez, não se trata de ficção, mas de realidade.
Com direção de Marcus Cole, 93 minutos de duração, nos idiomas inglês e português, legendado e dublado, e produzido nos Estados Unidos no ano de 2000, o filme emociona pelas profundas reflexões que provoca a quem o assiste. É impossível não se emocionar.
Abordando conflitos familiares, vida e morte, mas especialmente lembranças de outras vidas e reencarnação, a produção soube bem reproduzir a realidade vivida por Jenny Cockell. Ela via-se em outra época e lugar, como jovem mãe, em recordações domésticas de sua pequena casa de campo. Mãe de vários filhos, morreu de complicações de parto, 21 anos antes do novo nascimento, atualmente na personalidade de Jenny.
As visões e sonhos levaram-na a pesquisar o próprio passado e a reencontrar os filhos da existência anterior, agora idosos. Uma autêntica lição de amor envolve os personagens, trazendo toda a lógica da reencarnação de maneira muito clara, simples, objetiva. E faz pensar.
O DVD apresenta extras com lideranças do Movimento Espírita, incluindo Marlene Nobre, Nestor Masotti, Therezinha Oliveira e Zalmino Zimmermann. Encontra-se também uma galeria de fotos de Jenny com os filhos da existência passada e da cidade onde os reencontrou, na Irlanda.
MINHA VIDA NA OUTRA VIDA
PARTE 1

PARTE 2

PARTE 3

PARTE 4

PARTE 5

PARTE 6

PARTE 7

PARTE 8

PARTE 9

PARTE 10

MINHA VIDA NA OUTRA VIDA
FINAL

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Depoimento da "PROFESSORA AMANDA GURGEL!- Precisamos de seres humanos assim nesse País‏


Depoimento da professora Amanda Gurgel

Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública. Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil. Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL. (10/05/2011)

''VOCÊ DEVE SER A MUDANÇA QUE QUER NO MUNDO'' - PARABÉNS PROFESSORA AMANDA, Verinha
Há muitos anos não vejo uma pessoa brasileira com decência e dignidade. Esta PROFESSORA, garanto que os PARTIDOS POLITICOS NÃO VÃO QUERER EM SEUS QUADROS.

Bravo!!!!!!!!!!!!!!



EMAIL RECEBIDO DE : veraemanuel33@gmail.com

quarta-feira, 18 de maio de 2011

DIVALDO FRANCO E O PADRE


Certa vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita). Contei-lhe sobre minhas comunicações com os mortos. Para ele, eram forças demoníacas tentando me afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar:

- Sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja, faço jejum, passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia. Se Deus não pode com o diabo, eu vou aguentar? O diabo vai me vencer. Como um garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus consegue?


Entrei em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre:
- Eu vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim, vai me colocar o escapulário e me tirar do inferno.

Ele me olhou demoradamente e respondeu:
- Não tome nenhuma atitude agora. O demônio às vezes nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Volte para a Igreja.

Era um homem honesto, acreditava piamente em suas idéias.

Um dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito:
- Como pode o diabo entrar na sacristia?
Aliás eu via sempre os Espíritos. no momento da eucaristia a hóstia tornava-se luminosa quando colocada na minha boca. Às vezes, em Feira de Santana, via o cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento (católico), ele era um santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e eu julgava tudo alucinação.

Quando o Espírito entrou, exclamei:
- Olha, o diabo está vindo, e é mulher!
- Você vê algum sinal particular no rosto dela? - indagou-me o padre.
- Vejo uma verruga acima do lábio.
- E o que mais?
- O cabelo está partido ao meio, penteado com um coque atrás.
- E o que mais?
- Vejo um xale sobre os ombros, com pontas, um xale negro de xadrez.
- Pode ficar tranqüilo, é mamãe.

Ela "incorporou" e conversou com o padre. Quando despertei, ele me esclareceu:
- Divaldo, mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem está em todo lugar.
Fiquei mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo, sentia-me de certo modo alijado da Igreja, mas continuava a frequentá-la e ao Centro Espírita.

Tinha conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem bom, e ouviu dele:
- Dona Ana, não posso celebrar, porque o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá.

Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com uma mulher iletrada - a minha mãe:
- Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdôo; como é que Deus, que a tem, não a perdoa? Digo mais, quem se mata não está no seu juízo.

Mais tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose maníoco-depressiva PMD, vão ao suicídio.

Aprendi muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à igreja, ela me respondeu:
- Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio.

A partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo.

Divaldo Franco

terça-feira, 10 de maio de 2011

Carta à imprensa sobre o Espiritismo (Polêmica)


Espiritismo: O que é na verdade!

De: Alamar Régis Carvalho


Partindo do princípio que o objetivo de todo jornalista ético e sensato é o de informar bem, com coerência, honestidade, dignidade e imparcialidade, preocupando-se sempre com o indispensável conhecimento da causa que leva a reportar, venho apresentar-lhes uma contribuição em cima de um assunto que muitos profissionais do jornalismo, embora bem intencionados, terminam cometendo equívocos lamentáveis, por uma inexplicável ignorância que compromete os seus nomes bem como o dos veículos por onde vinculam as suas matérias ou reportagens.
Falo com respeito ao assunto Espiritismo, tema este que invariavelmente é visto apenas no campo religioso, o que na verdade não é, e sobretudo, o que é mais lamentável, sempre enfocado com afirmativas de conceitos absurdos, oriundos do 'achismo' e também de uma cultura criada na cabeça das pessoas, pela intolerância e a desonestidade religiosa.
Não objetivo aqui defender crença ou fé nenhuma, porque não é isto que está em questão. Só quero mesmo prestar contribuição ao gigantesco segmento honesto do jornalismo acerca de uma coisa, como ela realmente é, para que ele esteja melhor informado, sem a menor pretensão de querer fazer com que nenhum profissional o aceite, concorde com os seus postulados e, muito menos, se converta. Vamos aos assuntos:

Espiritismo não é igreja

Em princípio corrijam a conceituação inicial: Espiritismo não é simplesmente religião. Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser religião. Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem proibidos de nada. Há centros espíritas que se portam como se fossem igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes, que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser algo muito acima disto..

Não existe 'Kardecismo', existe 'Espiritismo'

O jornalista equivocado costuma utilizar-se da expressão 'kardecismo', para identificar algo que ele imagina ser uma 'ramificação' do Espiritismo, achando que Espiritismo é um 'montão de coisas' que existe por aí, quando na realidade não é.
A palavra 'Espiritismo' foi criada, ou inventada, como queiram, pelo senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus postulados próprios.
Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da denominação 'Espiritismo', fora desta que se enquadre nos seus postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação, mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês chamam de 'kardecismo', verdadeiramente é 'Espiritismo'.
Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas, em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela, exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a fim de um discernimento mais coerente e responsável.

Veja quem adota e quem não adota o quê:


Procedimentos, Práticas e Rituais

Procedimentos, Práticas e Rituais  Umbanda Catolicismo Espiritismo 
Altares Sim Sim Não
Imagens Sim Sim Não
Velas Sim Sim Não
Incensos e Defumações Sim Sim Não
Paramentos e Vestes Especiais Sim Sim Não
Obrigações aos participantes Sim Sim Não
Proibições aos participantes Sim Sim Não
Ajoelhar, Sentar e Levantar-se em CultosSim Sim Não
Bebidas Alcoólicas em Cultos Sim Sim Não
Sacerdócio Organizado Sim Sim Não
Sacramentos Sim Sim Não
Casamentos e Batizados Sim Sim Não
Amuletos, Pátuas, Escapulários, RosáriosSim Sim Não
Hinos, Canticos e Pontos Cantados Sim Sim Não
Crença em Satanás Sim Sim Não

Como pode, então, um profissional que tem a obrigação de estar bem informado, poder afirmar que Espiritismo e Umbanda são a mesma coisa? Não seria mais coerente dizer que tem mais semelhanças com o Catolicismo, embora não seja também a mesma coisa?
O espírita não tem a menor pretensão de diminuir ou desvalorizar o adepto da Umbanda que, por sua vez, tem também a sua denominação própria que é Umbanda, e não Espiritismo, apenas quer deixar claro que Espiritismo é Espiritismo e Umbanda é Umbanda, assim como Catolicismo é Catolicismo, Protestantismo é Protestantismo.
A afirmativa que alguns fazem, em dizer que tudo é a mesma coisa, com a diferença de que na Umbanda se reúnem negros e pobres e no tal 'Kardecismo' se reúnem o que chamam de elites, é extremamente leviana, desonesta e irresponsável. O Espiritismo não faz qualquer discriminação de raças, cor ou padrão social, já que em seu movimento existem inúmeros negros, mulatos, brancos e de todas as etnias.

Allan Kardec não inventou o Espiritismo

Allan Kardec não inventou ou criou Espiritismo nenhum. A proposta veio de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade.
Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria, que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail) como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França como em toda a Europa.
Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender que o Espiritismo é escola e não igreja.

Sobre a reencarnação

Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade, por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de idade.
O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente. Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe? Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto aí.
Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é infantil e sem sentido.

Sobre a mediunidade

Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente; todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo, numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita.
Qualquer afirmativa do tipo que 'alguém tem mediunidade e precisa desenvolver' é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve ser educada e não desenvolvida..

Sobre o caráter do centro espírita


É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo, esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e, principalmente, a nossa conduta moral.
Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho.
Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e não como sendo ele o próprio Deus.
Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.

Sobre quem é reencarnação de quem

Recentemente vimos um jornalista afirmar, nas páginas da VEJA, que os espíritas juram que Fulano é reencarnação de Sicrano, o que se constitui em um absurdo. Em princípio espírita não adota jura nenhuma. Segundo, que não consta da atividade espírita a preocupação de quem é reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com esse tipo de discussão. Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa espírita. Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e criteriosa. Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.

Apologia ao sofrimento

Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos, chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o sofrimento é bom. Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente, deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana, colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo. Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém, embora entendamos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do orgulho, do egoísmo e da presunção.

Mesa branca

Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só. O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando na verdade não existe esta orientação no Espiritismo. Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em cor branca têm maior facilidade de sujar. Portanto a citação de 'espiritismo mesa branca' é mais uma expressão da ignorância popular, o que não se admite nos jornalistas.

Terapia de vidas passadas

Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados cientificamente respaldados, mas não é prática espírita..

Cromoterapia, piramidologia etc...

Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária, corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o Espiritismo.

Sucessor de Chico Xavier

Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier 'morreu', e ainda repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo (que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem sucessores dos papas, quando morrem. Chico Xavier nunca foi uma espécie de papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do movimento espírita. Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o Espiritismo.

A sua relação com a Ciência

Faz parte da formação espírita a seguinte recomendação: 'Se algum dia a Ciência comprovar que o Espiritismo está errado em algum ponto, cumpre aos espíritas abandonarem imediatamente o ponto equivocado e seguirem a orientação da Ciência'. Mas isto não quer dizer que o que afirma determinadas criaturas, como o padre Quevedo, que se apresenta presunçosamente como cientista, deva ser entendido como Ciência, já que ele não é unanimidade e nem ao menos aceito pela maioria dos cientistas coisa nenhuma. Ele é padre, nada mais do que padre, com um tipo de postura que não aceita nem pela maioria do seio católico, quanto mais pelo científico. Não é à pseudo-ciência ou a opiniões pessoais de um ou outro elemento, que se diz de Ciência, que o Espiritismo se submete, com esta recomendação, é a Ciência, como um todo, em descobertas inquestionáveis. Até agora a Ciência não conseguiu apontar e muito menos comprovar erro em um ensinamento espírita, sequer. Se alguém exige, por exemplo, querer provas por parte dos que afirmam que existe vida fora da Terra, por questão de bom senso deve ter também provas de que não existe. Será que tem?

Medicina e Espiritualidade

Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de saúde das pessoas nada têm a ver com problemas espirituais, porque estes se resumem a crendices. Hoje existe um curso de 'Medicina e Espiritualidade', oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que alguns continuam a dizer que são crendices.. Em nível de informação, sugerimos que os jornalistas se interessem em reportar sobre este assunto, sem que vá aqui a menor intenção de querer converter ninguém. Não se trata de questão religiosa, trata-se de questão científica. Para melhor informação, as aulas deste curso podem ser vistas no site: www.redevisao.net. O telefone da Pineal Mind, onde são ministradas as aulas, é (11) 3209-5531 e o e-mail é faleconosco@uniespirito.com.br onde poderão ser obtidas maiores informações sobre o curso. Toda sexta-feira, às 19 horas, tem aula ao vivo, pelo site, numa webtv. Diante de todo o exposto sugerimos que os grandes veículos de comunicação de massa, obviamente comprometidos com a credibilidade dos seus nomes, repassem estes esclarecimentos aos seus profissionais de jornalismo, não necessariamente para que eles sejam simpáticos à idéia espírita, já que ninguém é obrigado a aceitar coisa nenhuma, mas para, pelo menos, não comprometerem as suas honorabilidades dizendo mentiras, leviandades e até se expondo ao ridículo reportando sobre um assunto que não entendem.

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
alamar@redevisao.net


Créditos: Luz Espírita


fonte: http://paradigmaespirita.blogspot.com/2011/05/carta-imprensa-sobre-o-espiritismo.html

Se o aborto for legalizado, BRASIL viverá ciclo de guerras


ENTREVISTA

Publicado em 29 de março de 2009

Marlene: as doenças, em sua esmagadora maioria, estão relacionadas às imperfeições da alma e à lei do carma
Marlene Nobre fala da convivência com Chico, os rumos do espiritismo, aborto e outros assuntos, em entrevista exclusiva


Marlene Nobre é médica ginecologista aposentada, especialista em prevenção do câncer uterino. Viúva do político, advogado e professor universitário Freitas Nobre (cearense), ela trabalhou com Chico Xavier nas seções públicas da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais, entre os anos de 1959 e 1962. Preside também a Associação Médico-Espírita do Brasil e a Associação Médico-Espírita Internacional, é editora responsável pelo jornal Folha Espírita e diretora da Creche Lar do Alvorecer. Além disso, escreveu diversos livros, dentre eles “Lições de Sabedoria - entrevistas do médium Chico Xavier”. Marlene Nobre estará em Fortaleza na próxima quinta-feira proferindo uma palestra no auditório da FIC (Água Fria), às 19h, por ocasião da IV Semana Chico Xavier.

Qual a abordagem central de sua palestra “Além desta vida”, que será ministrada na Semana Chico Xavier?

Vou me referir, inicialmente, aos casos de pessoas que passaram pela Experiência de Quase Morte (EQM), ou seja, que estiveram clinicamente mortas e voltaram à vida com o auxílio de aparelhos especiais, relatando tudo o que viram e sentiram durante esse período em que estiveram no limiar da morte. São milhares de pessoas que descreveram aos pesquisadores, em geral médicos e psicólogos, a existência de um corpo mais leve, com o qual se apresentavam em uma outra dimensão, para onde foram, atravessando túneis, e onde puderam encontrar familiares, amigos e mestres de luz, guardando lembrança nítida de tudo quanto viram. Depois de falar sobre essas pesquisas e o que as pessoas viram no limiar da morte, faço a ligação com uma outra pesquisa, feita pela Associação Médico-Espírita de S. Paulo com as mensagens recebidas por Chico Xavier e que foi publicada no livro - A Vida Triunfa - de autoria do meu irmão Paulo Rossi Severino. Ampliei o estudo dessas 45 iniciais para mais de 500 mensagens recebidas por Chico Xavier aos familiares, nas quais os comunicantes não só falam a mesma coisa que os ressuscitados da morte na EQM, como ampliam muito mais a visão da vida no além. De acordo com as descrições deles, falo sobre a travessia deste mundo para outro, as doenças e tratamentos médicos no além, as escolas e atividades, bem como sobre as repercussões espirituais entre encarnados e desencarnados. É de uma riqueza incalculável o legado que Chico Xavier nos deixou. E ao final, uma só certeza: ninguém morre.

Quando começou seu envolvimento com a doutrina espírita?

Sou espírita desde o berço. Aos 11 anos, fiz um pequeno discurso representando a mocidade espírita de S. José do Rio Preto. Mais tarde, quando cursei medicina em Uberaba, envolvi-me mais diretamente com os trabalhos do movimento espírita.

Como ocorreu a aproximação com Chico Xavier?

Em outubro de 1958, às vésperas de mudar-se para Uberaba, o que ocorreu em janeiro de 1959, Chico Xavier esteve em Uberaba e pediu ao Waldo Vieira, meu colega de faculdade, que me levasse até ele, porque precisava conversar comigo. Durante a entrevista, como não o conhecia, apenas havia lido suas obras, fiquei muito admirada com o convite que me fez: o de trabalhar com ele nas sessões públicas da Comunhão Espírita Cristã, a partir de janeiro, quando ele já estaria instalado definitivamente em Uberaba. E foi o que aconteceu. Durante cerca de quatro anos, de janeiro de 1959 a dezembro de 1962, trabalhei com ele, dando minha pequena parcela de contribuição na interpretação dos textos de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo, obras que eram estudadas nos dias de sessão pública. Mesmo mudando-me para S.Paulo, em 1963, nossa amizade permaneceu sempre a mesma, até a sua desencarnação, em 2002. E perdurará, tenho certeza, pela eternidade, porque somos imortais.

Que trabalhos vocês desenvolveram juntos?

Fazia os comentários sobre as lições da noite, enquanto Chico e Waldo psicografavam receitas e mensagens dos Mentores Espirituais; por minha vez, também recebia mensagens psicográficas nessas reuniões, a convite do Chico. Tínhamos juntos ainda a distribuição de gêneros alimentícios aos mais carentes da periferia de Uberaba aos sábados. Participei também do programa radiofônico - Ondas de Luz, que fazia parte das atividades da Comunhão àquela época.

Há algum fato que tenha lhe marcado durante o tempo de convivência com ele?

Fui profundamente marcada por sua bondade, por sua humildade genuína. Por isso mesmo, reconheço a enorme distância que nos separa do ponto de vista espiritual e a grande responsabilidade que assumi por ter trabalhado com ele e tomado conhecimento de sua obra.

Você chegou a receber mensagens psicografadas dele?

Psicografadas não, mas me deu vários recados de grande precisão através da vidência.

De que forma a doutrina espírita pode ajudar no exercício da medicina?

A contribuição do Espiritismo à medicina é enorme. Primeiramente, ele muda a visão do mundo e do ser humano. Quando o médico espírita examina o paciente, sabe que tem diante de si uma alma imortal que está transitando, por alguns anos na Terra, envergando um corpo físico e envoltórios espirituais, que vem sendo construídos ao longo de bilhões de anos e que adoecem segundo a lei de ação e reação. O médico sabe, portanto, que as doenças, em sua esmagadora maioria, estão relacionadas às imperfeições da alma e à lei do carma. E, principalmente, está consciente de que tem nos seus pacientes irmãos em humanidade aos quais compete servir, segundo os sentimentos de fraternidade exemplificados pelo Médico dos Médicos - nosso Mestre Jesus.

O que diferencia o “médico espírita” de um que não segue a doutrina?

O Espiritismo dá uma visão integral do ser humano: Alma-mente-corpo e estimula o exercício da solidariedade entre todas as criaturas humanas. O que deveria diferenciar o médico espírita em relação aos seus colegas seria o exercício da humildade e da caridade, o compromisso de estudar e aprimorar-se sempre, sem colocar-se como superior a quem quer que seja. Sabemos, no entanto, que existem médicos sem religião, que são seres humanos maravilhosos e que nos dão grande exemplo de solidariedade humana.

Você é presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME) e da Associação Médico-Espírita Internacional. Quais os objetivos dessas duas entidades?

A Associação Médico-Espírita do Brasil foi fundada em 1995 e hoje congrega 33 Associações e tem mais 10 núcleos em vias de formação. Resumidamente, podemos dizer que ela tem por finalidade levar a alma à Medicina em seu duplo sentido: levar as pesquisas científicas, as investigações, e os estudos que demonstrem a presença da alma no comando do corpo físico e a alma no sentido de calor humano, bondade, solidariedade. A AME é uma das instituições que visa fortalecer o aspecto científico da Doutrina Espírita. Mas, sobretudo, tem uma preocupação ética. Com o avanço tecnológico das ciências da vida, tem de estar atenta aos aspectos bioéticos que envolvem a aplicação prática desses novos conhecimentos. A Associação Médico-Espírita Internacional foi fundada em 1999 e tem os mesmos objetivos.

No trabalho como escritora, você escreveu “Lições de Sabedoria - entrevistas do médium Chico Xavier”. Quais as temáticas presentes nas entrevistas?

O livro “Lições de Sabedoria” conta as entrevistas dadas por Chico Xavier ao jornal Folha Espírita, durante 23 anos. Dividi-as por assuntos de modo que é um livro de consulta no qual se tem a opinião do querido médium sobre os mais diferentes temas: amor ao próximo, imortalidade da alma, reencarnação, drogas, fumo e malefícios para corpo e alma, aborto, vida familiar, missão do Brasil, etc.

Uma outra temática abordada por você nos livros foi o aborto. A legislação brasileira permite essa prática em alguns casos, como o da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto em Pernambuco. Você concorda com a legislação referente ao assunto?

A miséria moral está profundamente vinculada à miséria espiritual e ambas devem ser combatidas com a instrução e a educação mais abrangente, dirigida ao ser humano integral, corpo-espírito. Nós sabemos que nos povos mais desenvolvidos o estupro também está presente, mas é muito maior em países como o nosso, onde a educação é relegada a um plano secundário. Por falta de educação geral e irrestrita do nosso povo, a miséria moral está profundamente agravada, como temos visto nos casos de estupro e pedofilia. Para os Espíritos Superiores, o aborto só é cabível em uma situação: quando a vida da gestante está em perigo de morte iminente. Isto porque a intenção não é matar o feto, mas salvar a vida da mãe. Por exemplo, a gestante sofreu um acidente ou foi atingida por um projétil e tem hemorragia grave, o que se tem de fazer é salvá-la, estancando a perda de sangue. Se o feto vier a falecer, a intenção não foi essa. Creio que só poderíamos opinar no caso da menina em foco se conhecêssemos em detalhes a situação clínica da gravidez. A internação e o acompanhamento da gestação por mais tempo nos permitiria opinar com segurança.

Qual a sua opinião acerca do aborto em crianças anencéfalas?

Sou absolutamente contra. O anencéfalo, ao contrário do que o nome diz, possui uma estrutura cerebral em funcionamento - o tronco encefálico - a parte mais primitiva do encéfalo. Por isso mesmo, ele respira, tem batimentos cardíacos, tem metabolismo basal. O anencéfalo é um organismo humano vivo. Se não o fosse não conseguiria formar órgãos e não teria todas as funções mencionadas. Ele deve viver o tempo que lhe foi programado. A Associação Médico-Espírita do Brasil está lançando um livro: A Vida dos Anencéfalos, aspectos científicos, jurídicos e espirituais, onde deixaremos muito clara esta questão.

Há uma suposta omissão dos espíritas sobre a questão do aborto?

Creio que a Federação Espírita Brasileira (FEB), a Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (ABRAME), a Associação Jurídico-Espírita de S.Paulo e do Rio Grande do Sul (AJE), e, naturalmente, a AME-Brasil, da qual sou presidente, têm se manifestado de forma contundente contra a legalização do aborto no país. Inclusive, eu não poderia deixar de lembrar um acontecimento histórico, os presidentes da FEB, Nestor Masotti, da ABRAME, Zalmino Zimmerman, e da AME-Brasil, visitaram parlamentares e autoridades em Brasília, entre estas o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o Procurador Geral da República, em junho de 2005, distribuindo manifestos contra o aborto, preparados por juristas e médicos, desencadeando com isso um movimento que resultaria na criação da Frente Parlamentar em Defesa da Vida contra o aborto, em agosto de 2005, na Câmara Federal. Na mesma ocasião da visita ao Parlamento e às autoridades, foram enviados mais de 20 mil desses manifestos, redigidos pela ABRAME e pela AME, a todos os juízes do Brasil, em trabalho exaustivo de correio, realizado e subsidiado pela FEB. Embora essas entidades estejam vigilantes e sejam partícipes, sentimos falta, é verdade, de um maior empenho das entidades espíritas, como um todo, em mostrar essa posição contrária, em tomar parte mais ativamente nos movimentos ecumênicos e suprapartidários que se desdobram em todo o país.

Quais as conseqüências espirituais do aborto para a mulher que o realiza? E para a sociedade, quais os efeitos?

As conseqüências psicofísicas e espirituais podem ocorrer na mesma existência em que o aborto foi praticado, tais como o transtorno mental depressivo, a obsessão e os distúrbios diversos do sistema reprodutor feminino. Há também as mesmas conseqüências em existência posterior, sendo as mais freqüentes, os diversos graus de infertilidade, os distúrbios do sistema reprodutor e muitos problemas gestacionais. A sociedade sofre os efeitos da pena de morte que pratica contra inocentes, que não tem como se defender, gerando mais violência sobre si mesma. Muitos desastres morais graves tem aí sua origem.

Certa vez, Chico Xavier teria dito que se o aborto fosse aprovado legalmente no Brasil, o país entraria em um ciclo de guerras. Qual sua opinião sobre isso?

Ele disse isso a mim, diretamente, e estou certa de que isto poderá mesmo ocorrer. Como já me referi o país que pratica esse tipo de violência não consegue sair da cadeia de ódio que gerou para si mesmo. Vivemos em uma grande rede - a teia da vida - o que se faz em um dado ponto desta imensa malha, faz-se a todo o conjunto, com natural repercussão sobre os responsáveis pela ação. Nossa bandeira é imaculada, não tem nenhuma nódoa de violência na sua tessitura, vamos rogar a Deus que continue assim.

Após a morte de Chico Xavier em 2002, muito se fala a respeito dos rumos do Espiritismo no Brasil. Para você, qual a situação atual da doutrina?

Chico Xavier nunca se julgou importante dentro do movimento espírita. Nós sabemos o quanto ele o foi, inclusive dividindo a história do Espiritismo em antes e depois dele, sobretudo, quando deu as duas entrevistas memoráveis no “Pinga-fogo”. Mas, na verdade, ele sempre se julgou grama e como dizia: “grama nasce em qualquer parte; morre uma, nasce outra”. Creio que o Espiritismo será o que nós, os humanos, fizermos dele. É muito difícil julgar qualquer situação na qual estamos inseridos. Acredito que muita coisa tem sido feita por elementos de boa vontade em toda parte. Somente, porém, o distanciamento no tempo dirá se nós os espíritas atuais estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para a vivência e a divulgação dos princípios.

Em meio aos preparativos para o centenário de Chico Xavier, quais as principais lições do mestre que devem ser lembradas?

Sem dúvida, a bondade e a humildade em uma palavra: a caridade.Creio que Chico gostaria de ser lembrado em um grande movimento nacional de auxílio aos mais carentes, tanto da alma quanto do corpo. O movimento em sua homenagem que o deixaria imensamente alegre e feliz seria aquele no qual se levasse consolação aos enfermos, aos carentes de toda sorte, aos presidiários, aos deficientes, enfim, aos irmãos do caminho que Jesus nos ensinou a buscar para derramar sobre eles a bênção da solidariedade.

fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=626260

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Boicote ao Filme "As mães de Chico Xavier"


"O Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida – Brasil Sem Aborto, explica que “uma luta em defesa da vida no Brasil um dos grandes adversários sempre foi a mídia, incluindo aí, os grandes Jornais Nacionais.
No caso agora do Filme intitulado "As mães de Chico Xavier" é notório o terrível silêncio de boicote da mídia nacional em razão da FORTE MENSAGEM PRÓ-VIDA, especialmente, no que diz respeito ao ABORTO.
Alguns críticos têm dito aos produtores e divulgadores do filme que este filme é uma peça de publicidade contra a legalização do aborto e, por isso mesmo, afirmam que sua mensagem é moralista, fundamentalista, conservadora e retrógrada.
Essa maneira de pensar não é novidade nenhuma para quem milita na defesa da vida e está acostumado a enfrentar TODOS OS OBSTÁCULOS da grande mídia, que é claramente pró-aborto, servindo desta forma, aos interesses do movimento pela legalização do aborto em nosso país.
O Movimento faz apelo:
Ajude a divulgar esta obra maravilhosa que fortalece a luta pela defesa da vida." http://www.brasilsemaborto.com.br/http://brasilsemaborto.posterous.com/
O que Chico Xavier espera de nós?
O filme é muito importante num momento de luto e perplexidade, como esse que vivenciamos.http://temporecord.wordpress.com/2011/04/08/o-que-chico-xavier-espera-de-nos-diante-dos-filmes-espiritas/
Quem perde a mãe é órfão, quem perde o marido é viúva, mas quem perde um filho?
Tenho conversado com uma pessoa que perdeu o filho. A mãe lamenta que o Chico não esteja mais junto de nós psicografando para aliviar dores extenuantes, difíceis de nomear. Abençoadas as cartas do artista da mediunidade, aquele que festejamos seu centenário. Mães potencialmente suicidas perceberam que a morte do corpo não mata a vida.http://memoriaespiritual.blogspot.com/2010/12/dano-e-dor-sem-nome.html
Luiz Carlos D. Formiga
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Mensagem de Orson Peter Carrara sobre As Mães de Chico Xavier
Meus caros
Boa tarde
A mídia está omitindo a divulgação do filme AS MÃES DE CHICO XAVIER.
Todavia, o filme é muito consolador e instrutivo, beneficia a mentalidade humana,
defende a vida e divulga o pensamento espírita.
Face à omissão da mídia, as salas de cinema estão vazias.
O compromisso é nosso de lotar os cinemas no fim de semana, para
manter a bela e emocionante produção em exibição, divulgando a imortalidade da alma
e o exemplo incomparável de Chico Xavier.
Não havendo público, a exibição será retirada do circuito.
Muito mais que o prejuízo financeiro na produção, está o prejuízo da mensagem
consoladora que não chega a tantos corações angustiados e amargurados diante
das perplexidades com que se defrontam as criaturas humanas no grave momento
que atravessa a Humanidade.
Portador de uma mensagem de esperança e renovação, defendendo a vida e exaltando
a imortalidade, o filme merece o apoio maciço dos espíritas.
Lotemos os cinemas
Peço aos amigos repassarem essa mensagem para todos os seus contatos.
Muito mais que isso, divulgar também em nossas reuniões públicos,
face ao aspecto confortador que o filme apresenta, pela emoção e ensinos que transmite.
Meu abraço agradecido
Orson Peter Carrara

Fonte: http://claricebastos.multiply.com/journal/item/1110/1110

segunda-feira, 2 de maio de 2011

REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE BIN LADEN


Em tom solene, o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, anunciou oficialmente a morte de Osama Bin Laden, líder do grupo terrorista Al Qaeda, numa operação americana no Paquistão, na qual, o serviço de inteligência norteamericano -- em parceria com outros instituições internacionais -- obtiveram o "êxito" de localizar o homem então mais procurado do mundo e, juntamente, com a guarda que o dava guarida, finalmente executá-lo. Segundo as informações, Bin Laden teria sido executado com um tiro na cabeça e tido o cadáver sido jogado no mar.
Obama expressou que "A justiça, enfim, foi feita". O reflexo dessa estratégia pode ser visto nas ruas dos EUA, em multidões comemoram a morte de seu inimigo.

Festa na Times Square, em Nova York, pela morte de Osama bin Laden, anunciada na noite de domingo, 1º de maio, pelo presidente Barack Obama.

É bem sabido das terríveis ações da Al Qaeda, especialmente pelos atentados de 11 de setembro, em que aviões foram atirados contra o território americano. Igualmente sabemos dos desdobramentos que se sucederam e, provavelmente, se sucederão ainda por bom tempo -- dado que Osama Bin Laden era apenas mais um. No entanto, para nós espíritas, vale uma reflexão mais apurada da situação. A começar, por verificar a existência ou não dessa "justiça", que ora se propaga.
Justiça não é igual a vingança.
A lei do talião é válido aqui?
Mas temos de considerar duas vertentes: uma diz respeito às leis humanas. E para as organizações federativas, as investidas terroristas de fato são passivas de respostas do nível de guerra. Por isso, legalmente -- pelas instâncias governamentais -- a caça a Bin Laden era uma questão de segurança nacional -- não apenas pelo que fizera ele, como também pela iminência de novos ataques. Guerra é guerra, portanto!
A outra versão corresponde à justiça divina, cujo modelo está ilustrado em Jesus, pelo qual temos sentenças como: "Buscai a reconciliação com o teu desafeto enquanto estás em caminhada com ele"; "Dar a outra face"; "Aquele que com espada fere, com espada será ferido"; "Fazei ao outro aquilo que gostaria que ele vos fizesse".
A briga entre EUA e a Al Qaeda -- e organismos similares -- tem raízes profundas e não pode ser medida apenas por eventos separados, como os ataques de 11 de setembro -- que foram consequências de outros ensejos, que somados todos, são suficientes para não condenar totalmente a um e justificar o outro lado.
Quanto tem sido investido nessa guerra e quanto se tem pago para a pacificação? Qual teria o melhor custo-benefício?
Portanto, não queremos aqui emitir julgamentos condenatórios. Levantamos uma outra possibilidade -- ainda que, momentaneamente utópica: a de Osama Bin Laden, ao invés de ser assassinado, ser convidado a liderar um movimento de aproximação entre esses "dois mundos extremos".
O grau de impossibilidade dessa hipótese só reflete o quanto ainda a Humanidade em geral está atávica a um primitivismo de guerra, ganância e intolerância.

Que nos cumpre, a nós espíritas? Vibrarmos por ambos: a Bin Laden, que se em vida foi um grande líder terrorista (sem entrarmos no mérito de suas intenções), poderá e certamente será um dia um grande Missionário da Luz; e trabalhará em nome de Jesus! Também vibremos pelo povo americano e a todos os mais que foram "vítimas" da Al Qaeda e associados, para que possam encontrar a força do perdão, da racionalidade e do senso da Bondade, Sabedoria e Justiça de Deus.
Seria bom que essas pessoas que hoje festejam o desencarne daquele a quem chamam de "inimigo" soubessem que Bin Laden não está tão longe assim e que na espiritualidade, ele ainda poderá articular ainda mais ardilosamente novas investidas desgraçadas a seus assassinos. Diante disso, se em contrapartida ele recebesse vibrações fraternas, de ambas as frontes, muito mais cedo Bin Laden despertaria sua consciência para o bem maior, servindo assim a propósitos muito maiores do que a intrigas particulares de separações geográficas terrenas.
Vibremos todos pela paz, a paz que beneficie a todos!


Saiba mais em http://espiritismoemmovimento.blogspot.com/



Divaldo Franco lançou em 1998 o "Movimento Você e a Paz", para "conclamar as pessoas a reflexionarem sobre a paz pessoal, a paz no lar, no trabalho, no grupo social, na comunidade, sobre a paz que…

DEUS É A VERDADEIRA JUSTIÇA!

BIN LADEN MORREU!
E O POVO TEM UMA "SENSAÇÃO" DE VITÓRIA.
OS SERES HUMANOS QUE SE TRANSFERIRAM DO PLANETA TERRA, NO ATENTADO AS TORRES GEMÊAS,
NÃO MORRERAM, APENAS ESTÃO ''VIVOS'' EM OUTRA DIMENSÃO ESPIRITUAL.
COMO TAMBÉM BIN LADEN NÃO MORREU.

''SE TE FEREM OU ATACAM
ORA POR TODOS ELES.
DEUS CUIDARÁ DOS OUTROS,
COMO ZELA POR NÓS''

EMMANUEL

http://www.youtube.com/watch?v=ct80cQzovdg

SEM TAIS ARMAS



Sem boas maneiras, você viverá desam­parado da confiança dos outros.

*

Sem fortaleza, sucumbirá aos primeiros obstáculos do caminho.

*

Sem fé positiva, vagueará sem rumo.

*

Sem devotar-se ao bem, experimentará terrível endurecimento.

*

Sem exemplos nobres, passará inutil­mente pelo mundo.

*

Sem trabalho digno, o tédio apodrece­rá suas energias.

*

Sem esforço próprio, jamais alcançará as portas do Alto.

*

Sem esperança, suas noites terrestres serão mais escuras.

*

Sem compreensão, dolorosa lhe será a jornada, através das sombras.

*

Sem espírito de renúncia, você não edu­cará a ninguém.



Livro: Agenda Cristã

Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz

FEB – Federação Espírita Brasileira


Para mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.

Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.

Estudar e conhecer.
Agir e transformar.

Dependênca Química nos dois planos da vida (O Espírito de um Drogado)


Com a intenção de alertar sempre contra as drogas. Obrigado.
Recebi esta msg e resolvi compartilhar. Um pouco longa mas vale a pena ler.
Espero que analisem sem preconceito e que sirva para ampliar o conhecimento de todos acerca da Dependênca Química nos dois planos da vida.


O espírito de um drogado...

É uma declaração muito forte...
Emociona e deprime, mas é importante termos esse conhecimento e repassá-lo, na esperança de que alguns jovens se conscientizem e fujam dessa armadilha...
Repassem a seus filhos, netos, principalmente aos adolescentes.


Comunicação de um Espírito de ex-drogado,
narrando suas experiências quando na Terra e agora na Vida Espiritual.



- Poderíamos conversar com um Espírito que teve experiência com drogas?

Resposta: Cá estou, pois esta visita já estava na programação da casa para esta noite.

- Disseste que já estavas aqui ou vieste pela evocação?

Resposta: Já estava aqui, trazido pelos amigos espirituais responsáveis pelo trabalho.

- Poderias nos falar sobre tua experiência com as drogas?

Resposta: Perguntem e responderei dentro do possível e do que me for permitido.

- Vivestes muito tempo na Terra?

Resposta: Dezoito anos.

- Tão jovem e já tinhas envolvimento sério com a droga?

Resposta: Desde os quatorze anos.

- Moravas onde?

Resposta: Rio de Janeiro.

- Como foi teu envolvimento?

Resposta: Iniciei, na verdade, aos onze anos, com consumo de cigarros de maconha, no bairro onde morava, como brincadeira entre meus amigos.

- Onde conseguias a maconha?

Resposta: Nas mãos dos pequenos traficantes do bairro, nos vendedores de quinquilharias das calçadas. Era muito fácil.

- E seus pais? Sabiam dessa sua experiência?

Resposta: No início não sabiam. Quando tomaram conhecimento encararam como coisa normal dos tempos da adolescência moderna. Só mais tarde perceberam a gravidade da situação.

- Com quais tipos de drogas tiveste envolvimento?

Resposta: Com as piores. Aos quatorze anos entrei em contato com a cocaína e daí para para o crack foi um pulo.

- Foi o crack que o levou à morte?

Resposta: Não. Fui assassinado.

- Como foi?

Resposta: Em briga de rua, por ponto de venda da droga, pois tornei-me um traficante para sustentar meu vício.

- E a família?

Resposta: Depois de muitas tentativas de me retirar das ruas, deixaram-me jogado à própria sorte.

- Lamentas esta atitude deles?

Resposta: Não. Lamento minha cegueira. Eles nada podiam fazer por mim, além do que fizeram. Não tinham os recursos necessários para dar-me o que necessitava.

- E do que necessitavas?

Resposta: Compreensão maior dos mecanismos da vida.

- Foi isso que o levou a procurar as drogas?

Resposta: No início não. Mas depois, em minha adolescência, quando já me envolvera com as drogas mais pesadas, fazia "viagens" incríveis pelo meu mundo íntimo e buscava uma paz interior que não encontrara em casa, nem nas ruas. Em minha falta de lucidez, achava que encontraria nas drogas e na condição mental que elas me favoreciam.

- Que condição?

Resposta: A total inconsciência dos meus atos, o mergulho em um mundo de ilusões e desespero, a entrega total aos devaneios insanos do desequilíbrio.

- Algumas vezes refletias sobre isso? Quiseste deixar as ruas?

Resposta: Muitas vezes, mas em nenhuma delas encontrei compreensão e condições favoráveis para livrar-me daquilo.

- Tiveste outras experiências?

Resposta: Em que sentido perguntam?

- Outras experiências que poderiam servir para o aprendizado de todos?

Resposta: Sim. Quando se entra no mundo das drogas perde-se a noção de limites.

Tudo passa a ser permitido.

Prostitui-me muitas vezes para conseguir dinheiro e isso talvez tenha sido muito pior que o próprio vício, pois injetar um veneno em suas veias não traz consequências morais tão graves quanto vender seu próprio corpo, por livre vontade, sabendo do ato imoral e insano que se está praticando.

Claro, não estou dizendo que se drogar é melhor que se prostituir, mas que o vício às vezes é irresistível e foge às nossas frágeis forças de resistência física e espiritual, e que o outro ato, neste caso, é perfeitamente evitável se assim o quisermos.

- Como foi sua morte?

Resposta: Já falei que foi por motivo fútil. Um companheiro de infortúnio (que também já está deste lado), atirou em minha cabeça, em uma tola disputa de "ponto".

Ele mesmo se arrependeu logo em seguida, pois um dia tínhamos sido amigos inseparáveis. Mas a droga nos faz enfrentar uma lei que é desconhecida dos homens das leis comuns.

É selvagem e destruidora. Para os drogados não existem barreiras que possam contê-los no momento em que dela necessitam.

- Tua desencarnação foi dolorosa?

Resposta: Nada senti. Continuei vivo e não compreendia como as pessoas não me viam.

Convivi com os "amigos" por um tempo para depois tomar consciência de minha condição de "morto".

E foi aí que sofri os horrores decorrentes da falta de responsabilidade com a vida.


- Foste amparado?

Resposta: Sim, depois de certo tempo, por familiares.

- E teus pais?

Resposta: Só tomaram conhecimento pelos jornais locais, que alardeiam a miséria e desgraça humanas.

- Que sentimento os animou?

Resposta: Depois eu soube que foi de grande alívio. E assim deveria ser mesmo, pois só trouxe a eles a desilusão e a dor.

- Tiveste uma infância agradável?

Resposta: Tive tudo o que quis. Meus menores desejos eram satisfeitos. Fui rico até a idade de 10 anos, quando houve um reviravolta na vida dos meus pais. Eles se separaram e eu fui morar com meus avós. Depois aproximei-me mais de minha mãe, no início de meu martírio pelo mundo das drogas.

- E hoje? Visita-os?

Resposta: Não. Estou já bem recuperado, mas não tenho notícias deles. Acho que cuidam de suas vidas e rogo a Deus que cuidem bem, para que não sofram tanto, quando para cá vierem.

- Sofreste aí?

Resposta. Muito. Principalmente ao saber do desperdício que havia sido minha vida.

- Porquê? Tinhas outra programação de vida?

Resposta: Sim. Poderia permanecer até a sexta década de vida, com tarefa séria e edificante na área da saúde, oportunidade que me foi dada pelo Alto para redenção de meus débitos.

Mas desperdicei no exercício do livre arbítrio, auxiliado pelas características familiares onde me encontrava. Sequer terminei o curso básico.

A escola foi para mim um palco de minhas farras com outros colegas igualmente dementes.

- Então és um suicida?

Resposta: Sim, no sentido que se empresta a essa palavra, pois fui em parte o artífice de minha morte, mas não com a conotação e a gravidade de um suicida comum. Os drogados são vistos aqui de outra forma.

- De que forma? Vítimas?

Resposta: Sim, em parte, pois na verdade alguns são vítimas da degradação social pela qual passa a humanidade, sem deixar de considerar o livre arbítrio de cada um. A droga é a grande arma destruidora das esperanças dos jovens do mundo inteiro.

- Poderias explicar um pouco mais essa parte?

Resposta: Muitos lançam-se cedo no mundo dos vícios pela falta de base moral familiar, cujos pais não preparam. Cedo, entregam-se a atitudes inadequadas e não são devidamente orientados.

A permissividade existente no mundo atual é mostra de que os pais não estão preparados para construir o homem do futuro.

A droga, sendo uma das formas de escravizar o homem, na verdade é um resultado da ganância desenfreada do próprio homem que destrói seus próprios filhos e assim sucessivamente.

Os grandes donos do esquema arrecadam montanhas de dinheiro que amanhã deixarão para seus filhos, netos e bisnetos, não percebendo que constroem o material e destroem o essencial.

Essas próprias criaturas, para as quais constroem seus impérios, são vítimas e escravos de seu próprio veneno.

Assim é na cidade onde vivi.

- Vives em colônia ou estás em hospital?

Resposta: Encontro-me em colônia próxima à Terra, de acordo com meu grau evolutivo.

- Existem colônias específicas para atender vítimas de vícios?

Resposta: Não tenho conhecimento disso, mas meu instrutor diz que aqui são atendidos todos os necessitados da alma, quaisquer que sejam os vícios.

É uma colônia muito grande e onde se encontram muitos jovens.

Naturalmente ainda estamos nessa condição pela nossa pouca compreensão.

A forma física não importa, mas a maturidade de Espírito.

- Ainda podemos perguntar mais coisas?

Resposta: Necessito afastar-me por orientação do amigo que me dirige as ações e pensamentos neste trabalho.

Deixo aqui minha gratidão pela oportunidade e que os bons Espíritos amparem todos os homens que um dia pensaram em envenenar-se por desconhecer as leis que regem a vida".

- Um Espírito sofredor, agradecido