Elenco e o diretor Wagner de Assis se reuniram ontem para um workshop sobre espiritualidade e História no Rio de Janeiro
Por Atômica Lab
A história do espírito Emmanuel, conhecido como o mentor do médium
mineiro Chico Xavier, vai para os cinemas. O cineasta Wagner de Assis,
responsável pela bem-sucedida franquia Nosso Lar,
reuniu o elenco nesta segunda-feira, dia 13, para um workshop a
respeito do longa-metragem que começará a ser filmado no final de
outubro. Logo depois das apresentações, o elenco realizou a primeira
leitura coletiva do roteiro.
“Sempre começamos os filmes que falam de assuntos espirituais desta
forma, com um encontro”, explica Wagner. “Independentemente do gênero do
filme, achamos que é a melhor forma de mergulharmos no universo
espiritual e, no caso deste filme, do ambiente histórico da época
também”.
A produção do longa é da Cinética Filmes, em coprodução e distribuição com a Imagem Filmes e Universal Entertainment, apoio da FEB Cinema (o selo audiovisual da Federação Espírita Brasileira), e Patricia Chamon e Patricia Kamitsuji como produtoras associadas.
Sobre o filme
O longa é baseado nos bestsellers Há 2000 Anos, Cinquenta Anos Depois e Ave, Cristo!,
que já somam mais de 8 milhões de exemplares vendidos desde que foram
lançados a partir da década de 1930. Todos foram psicografados por Chico
Xavier, e trazem relatos das histórias que envolvem o personagem
principal.
O filme vai narrar as vidas de Emmanuel através de várias
reencarnações. “Para que possamos mostrar todas as encarnações, optamos
por trazer diferentes atores para interpretar o personagem ao longo dos
séculos. Assim, manteremos os relatos fiéis à ideia das múltiplas
existências, mesmo sendo sempre um único espírito que vive todas essas
experiências tão marcantes”, explica Wagner.
O elenco
Wagner, diretor e roteirista do filme, aproveitou o encontro desta
segunda-feira para também apresentar os protagonistas do épico que
atravessa mais de 2.000 anos de História. Emmanuel será interpretado por
um elenco estelar: Mouhamed Harfouch, Edson Celulari, Marcelo Serrado,
Leonardo Medeiros, Rafael Infante e Guilherme Magon.
A história também é um romance de “almas gêmeas”, que será
apresentado na época em que Emmanuel é um Senador romano, e vive o amor
por sua esposa, Lívia, uma das primeiras mártires cristãs, cujo
personagem será vivido por Juliana Paiva.
Caco Ciocler, Emílio Orciollo Netto, Eucir de Souza, Maria Eduarda de
Carvalho, Natallia Rodrigues, Letícia Braga, Rafa Sieg, Karin Roepke,
Ronaldo Reis, Bruno Padilha, Talita Maia, Daniel Villas, Camila
Lucciola, Vandré Silveira, Felipe Vidal, Maya Aniceto, Lettícia Moraes,
Felipe Gotelip, Mário Cardona Jr, Beatriz Alcantara, Ricardo Rodriguez,
Pedro Zurawski, Ágatha Félix, Gabriella Busich, Luã Costa, Rafael Zolly,
Rodrigo Lourival, Marcéu Pierrotti, Ittalo Figueiredo, Israel Eyer,
Diego Casanova, Vinícius Gressler, André Lima, Flávio Scala, Ely Jaffar,
Marcio Elizzio, Alle Franco, Diogo Mazzoli, Miguel Ferrari, Fábio
Bastos, Aldebaran Oliveira, Larissa Landim e a menina Sophia Fuggacy
estão no elenco interpretando mais de 70 personagens que compõem as
diversas fases do filme.
A história do longa atravessa os tempos, desde a Roma Antiga — da
República e do Império —, passando pela Galileia da época de Jesus, a
Itália de Francisco de Assis, e o Brasil do século XVI. Até chegar a
Uberaba, na época atual.
“É uma produção muito ousada porque precisamos reconstituir pedaços
de épocas em que este espírito viveu, e que têm enorme importância para
sua trajetória única” conta Wagner. “Acompanhamos sua jornada desde que
era um homem irascível e orgulhoso, até se tornar o ser espiritual e
iluminado que serve como mentor para todos nós, diante da inestimável
contribuição na divulgação das realidades espirituais que conhecemos
através da mediunidade de Chico Xavier”.
As filmagens estão previstas para Rio de Janeiro e Roma, além de
locações em Petrópolis e outras cidades do estado do Rio de Janeiro.
Equipe FEB Cinema, o diretor Wagner de Assis e parte do elenco principal de Emmanuel. Foto por Ique Esteves.
Serviço
Produção: Cinética Filmes Coprodução e Distribuição: Imagem Filmes e Universal Pictures Apoio: FEB Cinema Produtoras associadas: Patricia Chamon e Patricia Kamitsuji Direção e roteiro: Wagner de Assis
A história do espírito Emmanuel, conhecido como o mentor do médium
mineiro Chico Xavier, vai para os cinemas. O cineasta Wagner de Assis,
responsável pela bem-sucedida franquia "Nosso Lar", reuniu o elenco de
"Emmanuel" na última segunda-feira, dia 13 de outubro, para um workshop
sobre o longa-metragem que começará a ser filmado no final de outubro.
Logo depois das apresentações, o elenco realizou a primeira leitura
coletiva do roteiro. "Sempre começamos os filmes que falam de assuntos
espirituais desta forma, com um encontro", explica Wagner.
"Independentemente do gênero do filme, achamos que é a melhor forma de
mergulharmos no universo espiritual e, no caso deste filme, do ambiente
histórico da época também".
A produção do longa é da Cinética Filmes, com distribuição da Imagem
Filmes e Universal Pictures, apoio da FEB Cinema (o selo audiovisual da
Federação Espírita Brasileira), e Patrícia Chamon e Patricia Kamitsuji
como produtoras associadas.
O longa é baseado nos best-sellers "Há 2000 anos", "Cinquenta anos
depois" e "Ave, Cristo!", que já somam mais de 8 milhões de exemplares
vendidos desde que foram lançados a partir da década de 1930. Todos
foram psicografados por Chico Xavier e trazem relatos das histórias que
envolvem o personagem principal.
O filme vai narrar as vidas de Emmanuel através de várias
reencarnações. "Para que possamos mostrar todas as encarnações, optamos
por trazer diferentes atores para interpretar o personagem ao longo dos
séculos. Assim, manteremos os relatos fiéis à ideia das múltiplas
existências, mesmo sendo sempre um único espírito que vive todas essas
experiências tão marcantes", explica o diretor.
Wagner de Assis, diretor e roteirista do filme, aproveitou o encontro
para também apresentar os protagonistas do épico que atravessa mais de
2.000 anos de História. Emmanuel será interpretado por um elenco
estelar: Mouhamed Harfouch, Edson Celulari, Marcelo Serrado, Leonardo
Medeiros, Rafael Infante e Guilherme Magon. A história também é um
romance de "almas gêmeas", que será apresentado na época em que Emmanuel
é um Senador romano, e vive o amor por sua esposa, Lívia, uma das
primeiras mártires cristãs, cujo personagem será vivido por Juliana
Paiva.
A trama do longa atravessa os tempos, desde a Roma Antiga – da
República e do Império -, passando pela Galileia da época de Jesus, a
Itália de Francisco de Assis, e o Brasil do século XVI, até chegar a
Uberaba, na época atual. "É uma produção muito ousada porque precisamos
reconstituir pedaços de épocas em que este espírito viveu, e que têm
enorme importância para sua trajetória única" conta Wagner.
"Acompanhamos sua jornada desde que era um homem irascível e orgulhoso,
até se tornar o ser espiritual e iluminado que serve como mentor para
todos nós, diante da inestimável contribuição na divulgação das
realidades espirituais que conhecemos através da mediunidade de Chico
Xavier".
As filmagens estão previstas para Rio de Janeiro e Roma, além de locações em Petrópolis e outras cidades do estado.
"[...] o maior entre vós seja como o mais novo, e o que comanda como o que serve." (Lucas, 22:26)
O Evangelho apresenta, igualmente, a mais elevada fórmula de vida político-administrativa aos povos da Terra.
Quem afirma que semelhantes serviços não se compadecem com os labores do Mestre não penetrou ainda toda a verdade de suas Lições Divinas.
A magna questão é encontrar o elemento humano disposto à execução do sublime princípio.
Os ideais democráticos do mundo não derivaram senão do próprio ensinamento do Salvador.
Poderá encontrar algum sociólogo do planeta, plataforma superior além da gloriosa síntese que reclama do governante as legítimas qualidades do servidor fiel?
As revoluções, que custaram tanto sangue, não foram senão uma ânsia de obtenção da fórmula sagrada na realidade política das nações.
Nem, por isso, entretanto, deixaram de ser movimentos criminosos e desleais, como infiéis e perversos têm sido os falsos políticos na atuação do governo comum.
O ensinamento de Jesus, nesse particular, ainda está acima da compreensão vulgar das criaturas.
Quase todos os homens se atiram à conquista dos postos de autoridade e evidência, mas geralmente se encontram excessivamente interessados com as suas próprias vantagens no imediatismo do mundo.
Ignoram que o Cristo aí conta com eles, não como quem governa tirânica ou arbitrariamente, mas como quem serve com alegria, não como quem administra a golpes de força, mas como quem obedece ao Esquema Divino, junto dos seres e cousas da vida.
Jesus é o Supremo Governador da Terra e, ao mesmo tempo, o Supremo Servidor das criaturas humanas.
Emmanuel
(Alma e luz. Ed. IDE, Cap. 12)
Mensagens de Emmanuel: https://play.google.com/store/apps/details?id=peloespiritoemmanuel.com
Oh, meu companheiro, Dr. Helder, o que tenho para te dizer neste momento... - Ainda tenho vivo em minha mente aquele memorável dia 25 de agosto de 1994, uma quinta-feira, quando fui recebido por você (Que honra! Que luxo! Que presente!) no Grupo Espírita Ave Luz, dia dos estudos de “O Livro dos Espíritos”. - Você, como sempre, se curvava em gesto de acolhimento, apertou firme a mão e me indicou onde sentar para ouvir os estudos, dizendo: “seja bem-vindo...”. Isso impactou minha vida. Muito do que me tornei como ser humano devo à minha permanência no Ave Luz por mais de 20 anos, graças à sua inspiração e aconselhamento. - Você é o professor dos professores. Você nos formou. Formou gerações no meio espírita. Talvez a única coisa que você nunca negou às pessoas foi a habilidade de ensinar. Formou dezenas, talvez até centenas, nestes mais de 32 anos dedicados à Doutrina Espírita, entre passistas, coordenadores de grupo, monitores de evangelho, de ESDE. Foi, é e sempre será sua marca: ensinar, libertar almas através do conhecimento – neste caso, o conhecimento do mundo espírita. - Suas histórias de ensino vão além do tradicional. Ele, certa vez, me contou uma história que revela seu tamanho como cristão. Quem, por exemplo, iria a pé da Aerolândia, onde morava em 1994, até o Jangurussu (um trecho de mais de 12 km) porque, naquele momento, faltavam-lhe recursos? E ainda assim ele mantinha o compromisso de levar o espiritismo a almas sedentas de conhecimento, sabendo que este conhecimento poderia magnetizar, curar, aliviar dores e sofrimentos. Fora outras histórias, como as vezes em que, mesmo com febre, sem voz, doente, a pé, de qualquer forma, ele estava disposto a ajudar sempre. - Ele é convicto sobre ser espírita e sobre sua missão na Terra, coisa (convicção) que nos falta em muitas áreas. Essa sua postura firme impactou e ajudou muitas vidas, tenha certeza disso. A arte de cuidar e zelar pelas pessoas foi além de sua vida profissional como enfermeiro. Ele cuidava de todos. Preocupava-se com todos. Esse é o Helder. Não media esforços físicos, materiais, financeiros e até biológicos para se dedicar à instituição que ajudou a fundar, a qual, como ele gostava de dizer: “um ponto de luz em meio à escuridão”. Esse foi seu grande legado e jamais será esquecido. - Fui forjado por suas palavras e gestos. Você me inspirou profundamente. Sou grato por tudo. Meu amigo, eu gosto muito de escrever, mas a emoção que me toma agora me impede de dizer tudo sem esquecer detalhes importantes da nossa história. Apesar do distanciamento dos últimos anos, consegui te visitar nestes momentos finais da sua existência. E, na última vez que te vi, disse-lhe, abraçando-o, que o amava. Não esqueça disso. - Aqui não é um adeus para você. É um até logo. É um “vamos fazer uma reunião ou estudo”, em breve ou, talvez, não tão breve, em algum lugar deste espaço infinito. - Foi um privilégio conviver com você, compartilhar um tempo e uma época ao seu lado. Ter trabalhado e estudado com você. Vivemos experiências incríveis, e isso jamais será esquecido. Vá, caro amigo, e se junte a companheiros e companheiras que foram antes, como Carvalho, Anchieta, Pedrinho e tantos outros, e cuidem de nós por aí. - Como está nos postulados espíritas: “àqueles que foram já devem ter cumprido sua missão. Os que estão talvez sequer tenham começado”. - Siga com Deus e os bons Anjos! À família Loureiro, todos, força. Estamos aqui! - Além do túmulo o espírito ainda canta seus ideais de paz, amor e luz.
Somente hoje encontro palavras para expressar essa nossa breve "separação". Bem sei que já estava se despedindo, devagarinho. Via em teus olhos o olhar de quem já deslumbrava o alvorecer de um novo mundo. Já estava preparando tua bagagem para a grande partida. Senti isso quando te vi pela última vez em tua casa. Fiz algumas perguntas. As respostas vieram fracionadas, por vezes incompreensíveis, pois o teu corpo já não mais permitia expressar o sorriso largo com o qual sempre nos cativava. Mas teus olhos, essas janelas da alma, expressavam todo o teu sentimento.
Pois bem! Agora um pouco mais recomposto, vêm-me à lembrança os nossos ideais de juventude. Procuro retirar a poeira deixada pelo tempo e vejo-te nos arquivos de minha memória o nosso encontro com a Doutrina Espírita. Abraçaste-a com desvelo, com um amor incontido e um ardor que contagiava a todos que te ouviam, tornando-a teu ideal nesta breve existência.
Foste um verdadeiro espírita, pois como assevera Kardec em o Evangelho Segundo o Espiritismo, "o espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, caracteriza o verdadeiro espírita como o verdadeiro cristão, que são a mesma coisa".
Ontem, retornaste ao Grande Além. Já estava de malas prontas à espera da condução. Aguardava, no Porto da Esperança, um navio chamado Caridade que te conduziria à outra margem da Vida.
Embarcas! À medida que o navio se aproxima da linha do horizonte, percebe que teu olhar já não alcança os que aqui ficam! "... Quem parte leva saudade de alguém..."! Guarda contigo a saudade dos que te amam, não o lamento da dor, da separação, pois que esta não existe. A Vida continua profícua e bela.
"Que maravilha, meu Deus!", exclama. Agora teu olhar percebe a outra margem que se avizinha. Passa a enxergar com maior nitidez, mais clareza. Escuta hozanas, percebe amigos que precederam e estão a te recepcionar na outra margem da Vida.
Filho pródigo, retornaste ao regaço do Pai, à nossa pátria de origem. Multiplicaste os talentos concedidos. Combateste o bom combate!
Legenda da foto, Relatos registrados ao longo da história do Brasil apontam para o uso proposital de doenças como armas biológicas
Author, Leonardo Neiva
Role, De São Paulo para a BBC News Brasil
Um
avião sobrevoa os campos e despeja dos céus brinquedos infectados pela
gripe. Criadores de gado atraem uma tribo desavisada a um povoado que
enfrenta uma grave epidemia. Fazendeiros largam estrategicamente pelo
chão mudas de roupa contaminadas com varíola.
São
esses alguns dos relatos registrados ao longo da história do Brasil que
apontam para o uso proposital de doenças como armas biológicas em
batalhas contra povos indígenas e que teriam contribuído para dizimar
grande parte das tribos que existiam originalmente no país.
Crédito,
Ao
descrever a investida de plantadores de cacau sobre as terras
reservadas às tribos kamakã e pataxó, na Bahia do início do século 20, o
antropólogo Darcy Ribeiro conta no livro Os índios e a civilização
que os invasores lançavam mão de "velhas técnicas coloniais, como o
"envenenamento das aguadas" e "o abandono de roupas e utensílios de
variolosos onde pudessem ser tomados pelos índios".
Para
Rafael Pacheco, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da USP
(Cesta), o uso de objetos contaminados foi o principal método usado para
inocular doenças entre os indígenas desde o início da colonização.
"Além da similaridade de métodos, o conflito de terras era a motivação mais comum para esses episódios", explica.
O
impacto devastador de doenças trazidas pelos europeus ao Brasil entre
os índios é largamente conhecido. Além da baixa imunidade, os hábitos
coletivos e a falta de tratamentos tornavam a população nativa
especialmente vulnerável a doenças trazidas por estrangeiros, como conta
o professor de antropologia da Universidade Estadual de Santa Cruz
Carlos José Santos.
"Povos
inteiros foram massacrados pelos contágios de doenças infecciosas.
Aliás, muitos foram considerados extintos por elas, como é o caso dos
goitacá", diz Santos, que é indígena e conhecido pelo nome Casé Angatu.
Doenças
como varíola, sarampo, febre amarela ou mesmo a gripe estão entre as
razões para o declínio das populações indígenas no território nacional,
passando de 3 milhões de índios em 1500, segundo estimativa da Funai
(Fundação Nacional do Índio), para cerca de 750 mil hoje, de acordo com
dados do governo.
As
causas dessas epidemias são comumente tratadas pela história como
involuntárias. Há, no entanto, diversos relatos de infecção proposital
de tribos indígenas no país: entre os timbira, no Maranhão, os
botocudos, na região do vale do Rio Doce, os tupinambá e pataxó, na
Bahia, os cinta-larga, em Mato Grosso e Roraima, entre vários outros.
Crédito, Biblioteca Nacional
Legenda da foto, Doenças
como varíola, sarampo, febre amarela ou mesmo a gripe estão entre as
razões para o declínio das populações indígenas no território nacional
Segundo
a antropóloga Helena Palmquist, que pesquisa genocídio indígena no
Brasil, o método de infecção era comum. "É uma estratégia muito difícil
de provar, e os casos aconteciam em rincões, no Brasil profundo, lugares
em que ninguém queria entrar."
"Essas
histórias não são desconhecidas, só não são levadas a sério. Os casos
não foram apurados e nenhuma medida foi tomada, esses episódios eram
divulgados pelos órgãos oficiais como fatalidades", afirma Pacheco.
O massacre dos timbira
O
caso mais bem documentado aconteceu com índios timbira no Estado do
Maranhão, por volta de 1816. Na região, eles travaram, ao longo de
décadas, uma guerra violenta contra criadores de gado, que vinham
invadindo suas terras desde o início do século 19.
Em
meio às constantes escaramuças, era comum que tribos selassem a paz com
povoados brancos em busca de uma aliança contra povos inimigos. Foi o
que aconteceu com os canela, ou kapiekrã, que, inicialmente derrotados
em batalha pelos sakamekrã, acabaram por vencê-los com a ajuda de
aliados brancos.
Em
determinado ponto, a proximidade desses índios com os ditos civilizados
foi tão grande que a tribo largou as terras onde vivia para morar junto
a eles. Os brancos, por sua vez, esperavam receber uma ajuda financeira
do governo para sustentar os novos agregados.
Esse
auxílio, porém, nunca veio, fazendo com que os índios famintos se
dispersassem e entrassem em conflito com o povoado. De um lado, a tribo
buscava formas de sobreviver. Do outro, os fazendeiros se negavam a
dividir seus parcos recursos, acusando os índios de roubar plantações e
atacar o gado.
"Perpetraram
sobre os habitantes de todo o distrito enormíssimas extorsões,
furtando-lhe gado, matando os bezerros e devorando as roças de
mantimentos com tão decisiva destruição que, exasperados, muitos dos
referidos habitantes largaram as suas propriedades e fugiram da
capitania", narra em relatório para a corte o capitão Francisco de Paula
Ribeiro, que presenciou o conflito.
Crédito, Fiona Watson/Survival
Legenda da foto, Em
2014, relatório da Comissão Nacional da Verdade identificou entre as
causas da morte de cinco mil índios em Mato Grosso e Rondônia, a partir
da década de 1950, 'aviões que atiravam brinquedos contaminados com
vírus da gripe, sarampo e varíola', enviados por seringalistas,
mineradores, madeireiros e garimpeiros, com a conivência do governo
federal
Para
dar cabo da ameaça indígena, os proprietários locais, sob o falso
pretexto de uma guerra contra outra tribo, teriam atraído os canela à
vila de Caxias, que na época sofria com uma epidemia de varíola.
Ali
chegando, os índios nada receberam para comer e, ao tentarem saciar a
fome nas plantações locais, foram imediatamente punidos. "Foram presos e
espancados, inclusive mulheres e crianças, e dentre elas, a esposa do
principal chefe da tribo, que, ao reclamar contra este tratamento, foi
também fustigado", conta Darcy Ribeiro.
Caçados
a tiros de espingarda, os que conseguiram escapar levaram consigo a
doença. Assim, a varíola se espalhou entre as tribos da região, como
conta Francisco de Paula. Até o ano seguinte, alcançaria populações
indígenas a uma distância de 1,8 mil quilômetros dali.
Segundo o capitão, a falta de tratamento ou conhecimento dos índios sobre a doença ajudou a multiplicar a mortes.
"Não
será fácil de fazer uma ideia segura de quantas mil almas nele terão
perecido, uma vez que se sabe o extravagante método porque estes homens
brutais haviam pretendido curar-se — que era deitando-se aos rios para
refrescar-se.... ou tirando-se logo as vidas àqueles que apareciam com
mais claros sintomas de semelhante moléstia", descreve.
As
doenças e a miséria causada pela tomada de seu território reduziu tanto
o números dos timbira, de acordo com Darcy Ribeiro, que estes se viram
impossibilitados de lutar até mesmo pelas áreas reservadas a eles pelo
governo após a pacificação da região.
"À
custa de tramoias, de ameaças e de chacinas, os criadores de gado
espoliaram a maioria deles e os remanescentes de vários grupos se viram
obrigados a juntar-se nas terras que lhes restavam, insuficientes para o
provimento da subsistência à base da caça, da coleta e da agricultura
supletiva", diz Ribeiro.
Outros relatos
Feito
em 1967 e só divulgado ao público 45 anos depois, o Relatório
Figueiredo, produzido pelo procurador Jader Figueiredo a pedido do
governo militar, relata o uso de vários tipos de violência contra os
indígenas por membros do órgão que deveria resguardá-los, o Serviço de
Proteção ao Índio (SPI).
Entre
os assassinatos, abusos sexuais, casos de tortura e corrupção
denunciados, o relatório ressalta as acusações de que uma tribo de
índios pataxó do sul da Bahia teria sido levada à extinção por uma
infecção proposital.
"Jamais
foram apuradas as denúncias de que foi inoculado o vírus da varíola nos
infelizes indígenas para que se pudessem distribuir suas terras entre
figurões do governo", aponta o documento.
Em
seu vasto relatório de 2014, a Comissão Nacional da Verdade identificou
entre as causas para a morte de cinco mil índios cinta-larga em Mato
Grosso e Rondônia, a partir da década de 1950, "aviões que atiravam
brinquedos contaminados com vírus da gripe, sarampo e varíola", enviados
por seringalistas, mineradores, madeireiros e garimpeiros, com a
conivência do governo federal.
O
pesquisador Rafael Pacheco cita também casos ocorridos nas últimas
décadas no Paraná e Mato Grosso do Sul, em que proprietários de terra
fizeram chover agrotóxico de um avião sobre as águas, terras e
plantações de tribos avá-guarani, guarani e kayowa, causando sérios
danos à saúde dos índios.
De
suas andanças pelo Brasil entre os anos de 1816 e 1822, o naturalista
francês Auguste de Saint-Hilaire conta uma história ocorrida no vale do
Rio Doce, onde um foragido da Justiça, acolhido de forma amigável pelos
índios botocudos, teria dado a eles objetos infectados de varíola depois
que um chefe indígena se apaixonou por sua filha.
"Muitos
botocudos caíram vítimas dessa horrível perfídia", narra Saint-Hilaire,
acrescentando que a prática era usual em outras regiões do país.
Crédito, Funai Legenda da foto, Antropólogo critica vetos recentes aplicados à lei de proteção às comunidades indígenas em meio à pandemia do coronavírus
Transmissão não proposital e omissão
Para o antropólogo Casé Angatu, as doenças serviram desde o início aos interesses dos colonizadores.
"As
contaminações, propositais ou não, serviram e servem para espoliar
terras indígenas e para o contínuo genocídio dos povos originários",
afirma.
Palmquist
classifica inclusive como criminosa a política de aproximação de tribos
indígenas instalada durante a ditadura, que teria sido diretamente
responsável pelo extermínio de milhares de índios.
"Muito
rapidamente, a Funai se transformou numa promotora da atração,
pacificação e contato com as tribos indígenas, num momento em que já se
sabia quais eram as consequências dessa política."
No
Relatório Figueiredo, a omissão é também destacada como um dentre os
vários crimes cometidos por membros do SPI. "A falta de assistência,
porém, é a mais eficiente maneira de praticar o assassinato", diz o
documento.
Nesse
sentido, Pacheco lembra da desestruturação do sistema de atenção à
saúde no Brasil durante a ditadura, especialmente na década de 1970, num
período em que a política de aproximação das comunidades indígenas
funcionava a todo vapor.
"A
ausência de equipes e estruturas de assistência médica em momentos de
extrema necessidade deve entrar sim na conta dos agentes públicos,
dentre eles o presidente, na medida em que ela expressa uma política do
governo de violar sistematicamente direitos indígenas", declara o
pesquisador.
O
Grupo Arte e Música Espírita, mais conhecido como Grupo AME, é um
dos grupos musicais espíritas mais antigos ainda em atividade no
Brasil. Criado em 1989 por jovens que freqüentavam a Mocidade
Espírita Joanna de Ângelis, da Federação Espírita do Estado do
Ceará, o grupo surgiu no mês de março daquele ano, logo após a
realização do I AME - Arte e Música Espírita de Fortaleza. Já em
1990, o AME gravou o K7 Sementes de Amor, e, em 1993, o disco
Sementes de Amor II, primeiro LP de música espírita do Brasil. Em
1996, o AME lançou o Chamado, primeiro trabalho do grupo lançado em
CD e K7, e também o segundo CD de música espírita lançado no
país. Em 1998 foi a vez do Parnaso, também lançado em CD e K7,
composto por poemas do livro Parnaso de Além-Túmulo de Chico
Xavier, musicados por Tarcísio Lima e Gleika Veras. No ano seguinte,
em comemoração aos dez anos de existência do grupo, o AME lança o
CD Sementes, compilando em um único disco as melhores faixas dos
seus dois primeiros trabalhos, remasterizadas por Marcílio Mendonça.
Seu trabalho mais recente foi o disco Traduções, lançado em 2004,
reunindo composições de Tarcísio Lima, Marielza Tiscate e Gleika
Veras.
A
Estética Musical Espírita
Ao
longo de sua trajetória, o Grupo AME, assim como a maior parte dos
grupos musicais espíritas, manteve-se ligado de forma relativamente
homogênea a uma estética que transita entre o hinário católico e
a música gospel. Por razões até hoje pouco investigadas por
antropólogos e sociólogos, a música espírita, que surgiu nos
conturbados tempos iniciais de chegada e difusão do espiritismo no
Brasil, pouco se diferenciou das orientações estéticas que lhe
serviram de forte influência inicial. Se num primeiro momento as
canções eram de tal forma espelhadas no hinário católico que, a
não ser pelas referências na letra a conceitos espíritas como
"Consolador Prometido", "Terceira Revelação" e
"reencarnação", podiam inclusive confundir-se com elas,
ao longo dos anos o surgimento da música gospel, com um apelo mais
pop, influenciou decisivamente a música espírita a um
redirecionamento nesse sentido, sem que, contudo, fosse deixada de
lado a influência católica. Além disso, a música New Age,
geralmente instrumental e utilizada como som ambiente para meditações
e relaxamentos, teve seu reflexo no trabalho de muitos compositores
espíritas brasileiros.
A
evolução do Grupo AME reflete, em linhas gerais, esse panorama de
diálogo com a tradição musical religiosa do Brasil. Seus trabalhos
iniciais, Sementes de Amor I e II, são compostos por canções
lentas de arranjos simples, cantadas em uníssono e com letras
recheadas de expressões do vocabulário cristão como "Jesus",
"Senhor", "perdão", "servir" e
"irmão". Porém, ao mesmo tempo em que se nota essa clara
identificação com o cancioneiro cristão, já se evidencia também
a presença de sinais claros de diferenciação em relação a ele.
DISCOGRAFIA
Chamado
Chamado
(Marielza Tiscate)
Vinha
de Luz (Francisco Cajazeiras & José Airton Cajazeiras)
Súplica
a Jesus (Adriano Gomes)
Mestre
Amado (Waldir Júnior & Victor Holanda)
Volta
(Tarcísio Lima, Arlindo Araújo, Mário Mesquita & Marcos
Wirtzbiki)
Espírito
de Arte (Socorro de Fátima)
Recorramos
a Jesus (Adriano Gomes)
Cantando
o Teu Natal (Tarcísio Lima & Maria Dolores, psicografado por
Chico Xavier)
Vôo
(Movimento Espírita)
Compromisso
(Gilda Bakker)
Acreditar
(Hércules Bruno)
Sorriso
(Marielza Tiscate)
Cristo
Espera por Ti (Jeová de Aquino)
Hino
ao Espiritismo (Sebastião Avelino de Macedo & Nelson Kerensky)
Parnaso
Parnaso
de Além-Túmulo (João de Deus & Gleika Veras)
Eterna
Mensagem (João de Deus & Tarcísio Lima)
Ajuda
e Passa (Alberto de Oliveira & Gleika Veras)
Alma
Livre (Cruz e Souza & Tarcísio Lima)
Incognoscível
(Antero de Quental & Tarcísio Lima)
Sombra
e Luz (Casimiro Cunha & Gleika Veras)
Mensagem
Fraterna (Auta de Souza & Gleika Veras)
Temos
Jesus (Abel Gomes & Gleika Veras)
Bilhetes
(Belmiro Braga & Tarcísio Lima)
Porta
da Agonia - I - Trágico Segredo (Batista Cepelos & Tarcísio
Lima)
Porta
da Agonia - II - Lamento (Batista Cepelos & Tarcísio Lima)
Porta
da Agonia - III - Nova Aurora (Batista Cepelos & Tarcísio Lima)
Ao
Homem (Augusto dos Anjos & Tarcísio Lima)
Espiritismo
(Casimiro Cunha & Oliver, psicografada por Tarcísio Lima)
Carta
Íntima (Auta de Souza & Tarcísio Lima)
Marchemos
(Castro Alves & Tarcísio Lima)
Sementes
Sempre
a servir (Sílvia Ximenes)
Hino
a Bezerra de Menezes (Movimento Espírita)
Depende
de você (Jeová de Aquino)
Prece
(Antônio Carlos Freixo)
Rumo
ao Pai (Jeová de Aquino)
O
grande papel (Gleika Veras)
Música
(Gerly Anne & Gleika Veras)
Compromissos
(Tarcísio Lima)
Doutrina
Espírita (Sidrônia Maria)
Sem
lágrimas de dor (Adonai Mello)
Adeus
(Hércules Bruno & Auta de Souza, psicografado por Chico Xavier)
Além
da noite (João Cabete)
O
Senhor vem (Socorro de Fátima & Auta de Souza, psicografado por
Chico Xavier)
Nova
Geração (Adriano Gomes)
Certeza
(Luciano Klein & Expedito Brito)
Seres
imortais (Adriano Gomes)
Existir
(Gleika Veras)
Prelúdio
para a evolução (Movimento Espírita)
Quedas
e acertos (Tarcísio Lima)
Acredite
no amor (Egerton Telles & Expedito Brito & Francisco Torres)