Por: Claudionor Lima
Oh, meu companheiro, Dr. Helder, o que tenho para te dizer neste momento...
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Ainda tenho vivo em minha mente aquele memorável dia 25 de agosto de 1994, uma quinta-feira, quando fui recebido por você (Que honra! Que luxo! Que presente!) no Grupo Espírita Ave Luz, dia dos estudos de “O Livro dos Espíritos”.
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Você, como sempre, se curvava em gesto de acolhimento, apertou firme a mão e me indicou onde sentar para ouvir os estudos, dizendo: “seja bem-vindo...”. Isso impactou minha vida. Muito do que me tornei como ser humano devo à minha permanência no Ave Luz por mais de 20 anos, graças à sua inspiração e aconselhamento.
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Você é o professor dos professores. Você nos formou. Formou gerações no meio espírita. Talvez a única coisa que você nunca negou às pessoas foi a habilidade de ensinar. Formou dezenas, talvez até centenas, nestes mais de 32 anos dedicados à Doutrina Espírita, entre passistas, coordenadores de grupo, monitores de evangelho, de ESDE. Foi, é e sempre será sua marca: ensinar, libertar almas através do conhecimento – neste caso, o conhecimento do mundo espírita.
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Suas histórias de ensino vão além do tradicional. Ele, certa vez, me contou uma história que revela seu tamanho como cristão. Quem, por exemplo, iria a pé da Aerolândia, onde morava em 1994, até o Jangurussu (um trecho de mais de 12 km) porque, naquele momento, faltavam-lhe recursos? E ainda assim ele mantinha o compromisso de levar o espiritismo a almas sedentas de conhecimento, sabendo que este conhecimento poderia magnetizar, curar, aliviar dores e sofrimentos. Fora outras histórias, como as vezes em que, mesmo com febre, sem voz, doente, a pé, de qualquer forma, ele estava disposto a ajudar sempre.
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Ele é convicto sobre ser espírita e sobre sua missão na Terra, coisa (convicção) que nos falta em muitas áreas. Essa sua postura firme impactou e ajudou muitas vidas, tenha certeza disso. A arte de cuidar e zelar pelas pessoas foi além de sua vida profissional como enfermeiro. Ele cuidava de todos. Preocupava-se com todos. Esse é o Helder. Não media esforços físicos, materiais, financeiros e até biológicos para se dedicar à instituição que ajudou a fundar, a qual, como ele gostava de dizer: “um ponto de luz em meio à escuridão”. Esse foi seu grande legado e jamais será esquecido.
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Fui forjado por suas palavras e gestos. Você me inspirou profundamente. Sou grato por tudo. Meu amigo, eu gosto muito de escrever, mas a emoção que me toma agora me impede de dizer tudo sem esquecer detalhes importantes da nossa história. Apesar do distanciamento dos últimos anos, consegui te visitar nestes momentos finais da sua existência. E, na última vez que te vi, disse-lhe, abraçando-o, que o amava. Não esqueça disso.
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Aqui não é um adeus para você. É um até logo. É um “vamos fazer uma reunião ou estudo”, em breve ou, talvez, não tão breve, em algum lugar deste espaço infinito.
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Foi um privilégio conviver com você, compartilhar um tempo e uma época ao seu lado. Ter trabalhado e estudado com você. Vivemos experiências incríveis, e isso jamais será esquecido.
Vá, caro amigo, e se junte a companheiros e companheiras que foram antes, como Carvalho, Anchieta, Pedrinho e tantos outros, e cuidem de nós por aí.
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Como está nos postulados espíritas: “àqueles que foram já devem ter cumprido sua missão. Os que estão talvez sequer tenham começado”.
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Siga com Deus e os bons Anjos!
À família Loureiro, todos, força. Estamos aqui!
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Além do túmulo o espírito ainda canta seus ideais de paz, amor e luz.
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