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terça-feira, 30 de março de 2010
NOSSA HOMENAGEM A CHICO XAVIER " Um Homem Chamado Amor!
Apresentamos aqui, uma coletânea de mensagens recebidas via email do Projeto SABER E MUDAR, como uma singela homenagem ao Centenário de Nascimento do Médium FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.
IRMÃ MARGARIDA - QUEM ERA CHICO XAVIER?
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RELATO DE UMA MÃE
Com a passagem de meu único filho homem, numa circunstância dolorosa, transtornada, fui assistida por uma médium do Lar do Amor Cristão, entidade que trabalha em prol da criança e dos necessitados, aqui mesmo em São Paulo.
Maria Acácia Maciel Cassanha veio dar-me assistência através de passes, reconfortou-me bastante e recomendou-me que buscasse Chico Xavier, pos lá encontraria sustentação maior para amenizar meu sofrimento. Deu-me muita orientação e explicações, mas eu estava muito confusa.
Era católica e não entendia nada de Espiritismo. Pedi-lhe que me desse uma carta de apresentação ao Chico e explicasse a minha dor. Guardei essa carta para viajar na primeira oportunidade.
Sofria cada vez mais e, numa sexta-feira cedo, desesperada, pedi ao meu marido que me levasse ao Chico Xavier. Que fôssemos naquele instante mesmo. E assim fizemos.
De Uberaba, só sabíamos que ficava em Minas Gerias; assim, acabamos viajando pela Fernão Dias e fomos ter em Belo Horizonte. Lá ficamos sabendo a localização certa. Mas nada importava. Queria chegar em Uberaba.
Chegamos no sábado pela manhã. Realizava-se uma reunião que Chico costumava fazer nesse horário. Não conhecia ninguém, inclusive o Chico. Perguntei a uma pessoa que preparava café, quem era Chico Xavier. Fui até ele com a carta que Acácia me havia dado. Mesmo sem ler, ele disse:
- Minha filha, ainda é muito cedo para aquilo que você procura. Mas volte aqui às 7 horas da noite que conversaremos.
Estava tão revoltada que não saí do carro até anoitecer. Não tinha fé, não conhecia o Espiritismo e, na minha grande dor, achava que todas as pessoas que ali estavam, tinham obrigação de conhecer meu sofrimento. As palavras trocadas com ele, não chegaram a me comover.
Na hora marcada, entrei no Centro. Não tive a humildade que todos demonstravam, esperando pacientemente, em fila, para conversar com ele.
Sentei e aguardei. Percebia que Chico olhava muito para o meu lado, enquanto atendia humildemente as pessoas. Eu pensava:
“Será que ele está olhando para mim?”
Fiquei prestando atenção e notei que ele continuava olhando. Quis tirar uma prova e mudei de lugar, num ângulo mais difícil de se ver. Observei e percebi então que me olhava realmente. Comecei a ficar preocupada.
Depois de algum tempo, chamou-me e disse:
- Apesar de ser um pouco cedo, tenho uma notícia para você. Vou dar-lhe uma prova, pois tenho certeza de que está descrente. Seu filho, em sua casa, era chamado pelos familiares todos de Augustinho, mas você e suas filhas o chamam de Augusto. Não é verdade?
Desatei a chorar, compreendendo toda a verdade, pois aquela particularidade não podia ser do conhecimento do Chico. Desse momento em diante, comecei a me tranquilizar e, com muita calma, entendi e dei crédito ao que estava acontecendo. Voltei para São Paulo.
A partir daí e, como todos sabem, nestes momentos nos chegam muitos amigos com palavras e toda espécie de conforto. Sabíamos o valor de todas essas pessoas.
Queria algo que me aproximasse de meu filho. Queria saber onde ele estava.
Para me cofortar, lia, lia muito. Passei a frequentar o Lar do Amor Cristão com mais assiduidade e a visitar o Chico uma vez por mês.
Creiam todos, para felicidade ou infelicidade minha, fui uma das mães que mais tempo levou para receber uma mensagem de seu filho. Esperei mais de quatro anos.
Recebia muitos recados que me tranquilizavam e me satisfaziam; mas intimamente, desejava mesmo uma mensagem.
Certa vez, Dr. Bezerra de Menezes trouxe-me um recado de dezoito páginas, quase uma mensagem.
Quando recebi a primeira carta de meu filho, estava iniciando na Doutrina Espírita.
Só então tive a lembrança de dizer, por tudo aquilo que havia recebido: “Obrigado, meu Deus!”
Fique plenamente feliz. Identifiquei a assinatura autêntica de meu filho e os assuntos que só nós conhecíamos. Não havia nenhuma dúvida.
Com essa mensagem, minha família tranquilizou-se. O sentimento é uma coisa inevitável.
Apesar de, durante quatro anos de convivência com os trabalhos mediúnicos, ter presenciado muitas mães receberem suas mensagens e de estar preparada da forma que estava, quando Chico disse que a mensagem era minha, chorei mais de quatro horas sem parar. A emoção era tamanha que nem ouvi a leitura.
Nela estava contido tudo o que aconteceu após seu desencarne. Minhas conversas, minhas indagações, minhas rogativas... Quando ainda encarnado, costumávamos sentar no sofá, um defronte ao outro, mantínhamos um diálogo aberto e franco; trocávamos muitas ideias, pois tinha muita afinidade com meu filho, apesar de minhas três filhas serem maravilhosas.
Após sua partida, mantive aquele hábito. Sentava-me no mesmo lugar querendo vê-lo. Eu falava, chorava, forçava minha mente à sua procura. Não entendi como aquilo havia acontecido. Ficava relembrando o tempo todo. De tudo isso ele falou na mensagem.
Pelo relacionamento que temos em Vila Nova Conceição, pois nascemos todos naquele bairro, desde meu marido até meu filho, minha casa ficava cheia de amigos o tempo todo. Amigos formidáveis nos visitavam. Terminadas as reuniões, ia para o quarto do Augusto e chorava muito. Queria vê-lo, senti-lo. Quantas vezes fiz isto. Ninguém em minha família sabia. Tinham seus afazeres. Não queria incomodá-los.
Não podia crer. Augusto que nadava tão bem, vivia dentro dos clubes da cidade, disputava troféus de natação, saía suando dos campos de futebol. Nunca soube que tivesse sofrido uma dor de cabeça. Não podeia calcular e pensar que este filho fosse morrer afogado a poucos metros da praia.
Quando telefonaram da Praia Grande para que a família se dirigisse a Santos, pois que Augusto sofrera um acidente, pensei ter sido de carro.
Ele esteve a noite toda acordado e saiu cansado do baile. Nunca podia imaginar que fosse afogamento.
Voltando com o seu corpo, víamos os carnavalescos cantando, pulando, chegando mesmo a debruçarem-se sobre o veículo. Aquilo me atingira tanto, que por um bom tempo não podia ouvir música de carnaval. Mais tarde, pelo Chico, vim a saber que ele teve um problema cardíaco. Acredito talvez, por causa do banho de sol, dormiu várias horas de bruço na praia.
Graças a Deus estou conformada, pois sei que meu filho está vivo e em contínuo trabalho na espiritualidade. E eu encontrei-me no trabalho espírita.
Ele já enviou várias mensagens. Apesar de tardar a primeira, as outras vieram com mais constância. Creio mesmo, que muitas contém ensinamentos doutrinários. Quem sabe o tempo lhe tenha concedido a renovação espiritual necessária para que pudesse trazer essas mensagens. Algumas estão publicadas em livros.*
Se eu contasse o que tenho presenciado em Uberaba, nos trabalhos de Chico estes anos todos que lá frequento, o meu testemunho levaria muitas páginas. Coloquei Uberaba como roteiro de minha vida.
Algumas pessoas que eventualmente nos acompanham, recebem suas mensagens na primeira vez que lá comparecem, sem a oportunidade de trocar uma palavra com o Chico.
Isso nos dá o testemunho real, tornando a sua autenticidade indiscutível.
Outras chegam pedindo informações de como proceder. E no final da noite chegam-lhes as mensagens; mas quando procuradas, às vezes se foram, por problemas de horário ou outros motivos que desconhecemos. Fica gravando o carinho, o desprendimento de que o mais necessitado e merecedor é atendido.
E o ensinamento que recebemos toda vez que Chico fala. Das últimas vezes, ele, em conversa conosco, disse estar muito contente.
Chegou ao ano 50 de sua mediunidade** e adoeceu o órgão que mais usou na vida – o coração.
Sofreu junto das mães que perderam seus filhos, de esposas que perderam seus esposos, de esposos que perderam suas esposas, de filhos que perderam seus pais. Assim podemos dizer que o Chico sofreu conosco todos esses anos.
Não tive oportunidade de acompanhá-lo por todo esse tempo. Mas nos nove anos que frequento seu trabalho, suas reuniões, tive provas maravilhosas, ensinamentos que não adquirimos em cursos e que não constam em livros, trasmitidos através do exemplo.
São palavras do meu coração. Este é o meu testemunho que constará do livro comemorativo que, sem dúvida, marcará para a posteridade a passagem do cinquentenário de sua mediunidade a serviço do trabalho edificante e do amor ao semelhante.
Não queremos elogiá-lo, pois sabemos que o elogio vai contra os seus princípios. Mas precisamos dizer à humanidade o que Chico representa: o exemplo, a moral, a humildade, o amor e tudo de bom e belo que se possa pensar.
Quando se quer encontrar a melhora no caminho para Jesus, busquemos dentro do trabalho e das maravilhas que fluem das mensagens e dos livros trazidos pelos nossos Irmãos Maiores, que nos abrem a consciência convidando-nos a buscar Jesus.
Isso é trabalho, é amor, é carinho. É Francisco Cândido Xavier.
Yolanda Cezar
Rua Marcos Lopes, 204
São Paulo – SP
Livro: Amor & Luz
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel,
Rubens Silvio Germinhasi, Testemunhos Diversos
IDEAL - Instituto de Divulgação Editora André Luiz
Notas de Fernando Peron (fevereiro de 2010):
(*) – Futuramente, ainda seriam lançadas as seguintes obras de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Augusto Cezar Netto: Falou e Disse (1978), Augusto Vive (1981), Presença de Luz (1984) e Fotos da Vida (1989), todas pelo GEEM – Grupo Espírita Emmanuel Sociedade Civil Editora.
(**) – A presente obra (Amor & Luz) foi lançada em 1977, em comemoração aos 50 anos de atividade mediúnica de Chico Xavier. Há uma segunda obra que comemora esta data, lançada ainda em 1977: Luz Bendita (Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, Rubens Silvio Germinhasi e Autores Diversos, IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz).
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BREVE ANÁLISE SOBRE O LIVRO “NOSSO LAR”
Em 1943, aos 33 anos de idade, o matuto Chico Xavier, da obscura cidadezinha de Pedro Leopoldo (MG), e tido como intermediário dos espíritos, começa a escrever Nosso Lar, o primeiro de uma série de livros narrando as experiências post-mortem de um médico que usa o pseudônimo de André Luiz*, segundo o próprio para não ferir as suscetibilidades dos familiares que deixara por aqui.
Nos 16 livros que se suguiriam, temas complexos de Anatomia, Fisiologia, Fisiopatologia e outros relativos a diversas especialidades médicas são abordados sob a ótica do médico desencarnado, que não se contenta em antecipar novos avanços nas mais diversas áreas da Medicina, mas também inaugura um novo paradigma dentro das ciências médicas, onde a Mente, ou Psique, ou Espírito tem lugar diferenciado.
O mais espantoso é que tudo que disse há mais de 60 anos, hoje se cumpre ou caminha para ser realidade.
As novas descobertas na Psiconeuroimunoendocrinologia, nos conhecimentos sobre a neuroplasticidade, nos intrincados mecanismos moduladores dos neurotransmissores, da própria neuropsicologia e até da psicoterapia cognitiva não vêm confirmar a primazia desta entidade virtual chamada Psique ou Alma sobre as estruturas cerebrais normais?
O Dr. André Luiz, no prefácio desta sua primeira obra, Nosso Lar, teceu considerações sobre a sua postura de Homem do Mundo, segundo consta, médico e cientista de renome, mas que, como nós outros, pouco se abalava diante das grandes questões da vida e da morte.
Pelas Suas Palavras
“A filosofia do imediatismo, porém, absorvera-me. A existência terrestre que a morte transforma, não fora assinalada de lances diferentes da craveira comum.”
Empedernidos materialistas ou indefinidos agnósticos têm rejeitado tais revelações, tidas à conta de alucinação ou delírios do médium.
Ora, o simples fato deste abordar proficientemente temas médicos intrincados, inobstante a sua educação de curso primário, já é por si um fenômeno que mereceria, no mínimo, ser estudado.
Se tivesse nascido na Índia, o Chico seria considerado um Mestre, e teria sido objeto de consideração e estudo por filósofos e cientistas do mundo inteiro.
Ora, muito mais fantásticas e maravilhosas, além das provas de sobrevivência da alma, cujo estudo científico criterioso já se faz há mais de 150 anos, são as novas descobertas trazidas pela Física Quântica ou pela Astrofísica.
Estas, então, beiram o delírio, e seriam anatematizadas pelos dogmas científicos dos séculos XIX e XX.
Sim, permitindo-nos uma pequena digressão, vem a Física Quântica nos dizer que o que vemos e pegamos são apenas ilusões criadas pelos campos de força das micropartículas e que estas também podem se comportar como ondas; que os elétrons têm a probabilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo e que o modelo planetário do átomo já estaria superado; que o que vemos como real e material é tudo na verdade espaço vazio, e caso o tirássemos dentre as moléculas do maior edifício do mundo, este ficaria do tamanho de um alfinete, mas como o mesmo peso; que a matéria não passa de uma forma de organização de energia, intercambiável com esta.
Conquanto às vezes desconcertante para os nossos paradigmas, a Mecânica Quântica é considerada a teoria científica mais abrangente, precisa e útil de todos os tempos.
Quem ousaria, hoje, definir o que seja a matéria?
Os astrofísicos nos dizem agora que a matéria que vemos no Universo sob a forma de estrelas, galáxias, buracos negros etc., e que julgávamos ser tudo, corresponde a apenas uma parte ínfima da matéria existente (0,4% de estrelas e 3,6% de gás intergaláctico), contra 23% de matéria escura e 73% de energia escura, sobre as quais nada se sabe, exceto a imensa força gravitacional que exercem, estruturando as galáxias e as afastando entre si, expandindo o Universo. Isso não correponde a afirmações ou teorias abstrusas, mas a deduções matemáticas de fenômenos observáveis.
Depois disso tudo, é moleza acreditar em Deus, na sobrevivência da alma à morte do corpo e no mundo espiritual.
A matéria mais sutil é a mais real e vivemos num Universo de insuspeitáveis forças e energias, que escapam à extrema pobreza dos nossos sentidos e, por que não?, também do nosso apoucado entendimento.
E ainda nos arrogamos doutos e sábios.
Alguns até olham os “crédulos” com indisfarçável desprezo, tratando-os com condescendência e ironia.
Faz parte da pose de douto e sábio ser incrédulo. Combina e faz charme.
A propósito, para André Luiz, o choque da passagem para outra realidade, tal como pode acontecer a qualquer momento, a qualquer um, abriu-lhe os olhos para realidades que não cogitara ou preferia ignorar.
E não foi sem sofrimento que a consciência lhe cobrou uma reavaliação de valores e atitudes assumidas do mundo.
“Em momento algum o problema religioso surgiu tão profundo aos meus olhos. Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos figuravam-me agora extremamente secundários para a vida humana. (...) Verificava que alguma coisa permanece acima de toda cogitação meramente intelectual. Esse algo é a fé, manifestação divina ao homem.”
Há que se concluir que por fé não queria exprimir a simples adesão a um segmento religioso, mas a consideração da transcendência de nossas vidas, com objetivos mais elevados que a simples luta pela sobrevivência.
Nesta equação, a fé na existência de Deus e de um fio condutor em nossos destinos que nos aponta claramente para a evolução e o aperfeiçoamento constante do espírito, faz toda a diferença.
Muda-se o referencial dos valores e a ordem das prioridades.
Em toda a sua obra, André Luiz mostra-nos, sobretudo, a realidade transcendental de que somos espíritos imortais envergando corpos físicos, com estes interagindo, influenciando-os e por eles sendo influenciados; para que com esta consciência não passemos para o outro lado assim como ele, que desabafa:
“Enfim, como flor de estufa, não suportava agora o clima das realidades eternas.”
Tal como o nosso escritor, vivemos o dia-a-dia na terra, cercados de facilidades ou de dores, preocupados com o amanhã de nossas mesquinhas necessidades, mas como se fôssemos assim viver pela eternidade.
A brevidade da vida não nos toca.
Se nós somos apenas um subproduto da matéria que milagrosamente pensa ou se somos algo transcendente e consciente que, pelo contrário, anima a matéria, são conjecturas que não costumam tirar-nos o sono.
No entanto, a cada minuto, a cada dia, mais nos aproximamos de confronto com a verdade final.
Dr. Luiz Paiva
Revista: Informação
Ano XXXIII, nº 398 – novembro de 2009
Van Moorsel, Andrade & Cia. Ltda.
Nota de Fernando Peron (fevereiro de 2010):
(*) – Segundo revelação do próprio Chico Xavier, André Luiz é, na verdade, o médico e sanitarista brasileiro Carlos Chagas (1879-1934). Ver a obra Chico Xavier, A Reencarnação de Allan Kardec (Carlos A. Baccelli, LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo), capítulo Chico Xavier e Corina Novelino (pág. 41).
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
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ABRACEI CHICO XAVIER MATERIALIZADO
Para aqueles que não sabem quem foi Chico Xavier, trazemos inicialmente a opinião do jornalista Artur da Távola, ex-Senador da República, em sua crônica de 26 de maio de 1980, no jornal O Globo: "Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há um outro elemento poderoso, a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de Chico Xavier: a grande serenidade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto.
A canalização de todo o dinheiro levantado em direitos autorais para as variadíssimas atividades assistenciais espíritas dá a Chico Xavier uma autoridade moral (...) que o coloca entre os grandes líderes religiosos do nosso tempo".
Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade de Minas Gerais próxima à capital, Belo Horizonte, no dia 2 de abril de 1910, vindo a desencarnar no dia 30 de junho de 2002, em Uberaba (MG), onde viveu parte de sua vida dedicada ao bem e ao exercício da mediunidade com Jesus.
Ao longo de sua vida, o médium mineiro não conheceu repouso. Com sacrifício de sua própria saúde, consolou e enxugou as lágrimas dos milhares de sofredores que o procuravam em Pedro Leopoldo, e depois em Uberaba, até o final de sua existência.
O médium mineiro foi um ser humano que levou uma vida simples e humilde, sem apego às coisas materiais, sendo uma das personalidades mundiais sempre lembradas para receber o Prêmio Nobel da Paz. Viveu às custas do seu trabalho como operário, balconista e modesto funcionário público, sem receber qualquer tipo de remuneração a título de direitos autorais pela venda dos livros recebidos mediunicamente.
É bom frisar: Chico Xavier nasceu pobre e morreu pobre.
LIVROS PSICOGRAFADOS
Chico Xavier iniciou publicamente seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em sua cidade natal. Porém, desde os 5 anos de idade ele se relacionava com os espíritos, inclusive o de sua mãe, Maria João de Deus. Ela escreveu, por seu intermédio, em 1935, o livro Cartas de Uma Morta, no qual descreve fatos ocorridos na sua desencarnação, tecendo interessantes comentários reveladores sobre suas atividades no mundo espiritual e relatos das suas viagens aos planetas Marte e Saturno, quando constatou serem os mesmos habitados por seres melhores do que os da Terra.
Os 419* livros psicografados por Chico Xavier, ditados por dezenas de autores espirituais, contemplando todos os gêneros literários, abordam temas filosóficos, científicos e religiosos.
Dentre os autores do além, destacamos poetas famosos, como Castro Alves, Olavo Bilac e Augusto dos Anjos; reconhecidos escritores brasileiros, como Humberto de Campos e Ruy Barbosa, e muitos outros nomes de expressão nacional.
Digno de nota é o fato de que Chico só cursou o primário, e ainda, a de que todas essas obras foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, grego, tcheco e japonês, bem como transcritas em braile, totalizando milhões de exemplares vendidos no Brasil e no exterior. Vale aqui registrar que os direitos autorais de todas elas foram revertidos em favor de diversas instituições Espíritas beneficentes.
MINEIRO DO SÉCULO
Chico Xavier foi um exemplo de vida, de confiança, de renúncia e de bondade. Sua figura boa e humilde, que viveu em pleno século XX, foi um exemplo vivo do homem em sintonia com Jesus, iluminado pela Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, razão pela qual foi o vencedor do concurso realizado pela TV Globo de Minas Gerais para eleger "O Mineiro do Século".
Ele recebeu 704.030 votos, superando Pelé, Juscelino Kubitschek e Santos Dumont.
Em razão disso, a revista Época publicou ampla matéria a respeito do fato e do Movimento Espírita no Brasil e no mundo, com a manchete: "O pastor de todas as almas".
Destacou, inclusive, que "Chico Xavier, aos 90 anos de idade, atrai multidões que vão a Uberaba para um encontro com o maior expoente do Espiritismo no Brasil", e aqui acrescento: do mundo também.
A revista ressaltou que Chico, em mais de sete décadas de trabalho mediúnico, amparou aflições e distribuiu esperança. Milhares de pessoas de todas as religiões, dentre elas Espíritas ou simpatizantes do Espiritismo, sempre foram confortadas pelo seu coração generoso e amigo.
Ainda segundo a revista Época de novembro de 2000, foram vendidos cerca de 25 milhões de exemplares de suas obras.
É um best-seller no mundo da literatura. Está em primeiro lugar em vendagem o livro Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz. Podemos afirmar com toda certeza que Chico Xavier foi não apenas o Mineiro do Século, mas sim um homem integral, exemplo do homem do terceiro milênio.
INTELIGÊNCIA E HUMOR
Um médico legista, pensando que poderia abalar a crença de Chico Xavier, disse-lhe que durante muitos anos, fazendo necropsias e dissecando cadáveres a bisturi, nunca havia encontrado a alma, matéria-prima das religiões, e principalmente do Espiritismo, que o médium professava. Chico Xavier, com a sua habitual tranqüilidade, respondeu–lhe perguntando: "Doutor, como é que o senhor queria encontrar o pássaro depois que ele fugiu da gaiola?".
De fato, como é que o médico legista queria encontrar "o pássaro", isto é, o Espírito, no cadáver, depois de ele ter fugido da "gaiola", ou seja, do seu corpo físico? Respondendo com uma pergunta, aliás, uma forma inteligente de se responder, o médium mineiro deixou bem claro àquele médico que defunto não pensa, não fala, não anda, exatamente porque não tem alma, pois a sede das faculdades intelectuais e morais do homem reside no Espírito encarnado, e não no corpo físico.
PROVA DA IMORTALIDADE
Chico psicografou centenas de cartas consoladoras dirigidas a familiares saudosos, enviadas pelos parentes domiciliados no mais além. Muitas delas, revelando nomes totalmente desconhecidos pelo médium, foram grafadas com a mesma letra dos falecidos. A prova cientifica disso está apresentada no livro "A Psicografia à Luz da Grafoscopia", de autoria de Carlos Augusto Perandréa, professor da disciplina de "Identificação Datiloscópica e Grafotécnica" da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná.
Dentre os casos examinados pelo grafotécnico Perandréa, um dos que despertou mais interesse foi o da mensagem psicografada por Chico Xavier no dia 22 de julho de 1978, em italiano, do espírito de Ilda Mascaro Saullo, desencarnada em Roma, em 20 de dezembro de 1977, dirigida aos seus familiares residentes no Brasil.
Nessa altura, é bom esclarecer que o médium mineiro nunca aprendeu a falar e a escrever a língua italiana.
Após os exames efetuados com base nos estudos técnico-científicos de grafoscopia, pôde a perícia comprovar sem dúvidas a sua veracidade, chegando aos seguintes resultados categóricos: "A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 22 de julho de 1978, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém demonstração fotográfica, em "número" e em "qualidade", consideráveis e irrefutáveis características de gênese gráfica suficientes para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Saullo como autora da mensagem questionada".
Como se vê, o fato é teimoso e contra fatos não há argumentos...
CHICO MATERIALIZADO
Pude constatar a prova da superioridade moral de Chico Xavier ao participar de uma reunião de efeitos físicos, no Grupo Espírita Dias da Cruz, em Caratinga (MG), no ano de 1975, para tratamento das coronárias.
Nessas reuniões, os Espíritos se materializavam por intermédio do ectoplasma fornecido pelo médium Antônio Salles, onde centenas de pessoas foram operadas, tratadas e curadas gratuitamente. Numa delas, fui abraçado por Chico Xavier materializado, constatando que ao seu lado encontrava-se seu guia espiritual Emmanuel, materializado também. Ao fim de sua visita, ouvimos a voz do Espírito Bezerra de Menezes dizendo: "Chico, está na hora de nós irmos embora".
Chico me confirmou esse fato pessoalmente, quando almoçava com ele numa de suas visitas à Fundação Marieta Gaio, nobre instituição Espírita do Rio de Janeiro.
É importante esclarecer que o corpo de Chico Xavier repousava em Uberaba, no momento de sua aparição tangível em Caratinga, a 700 km de distância daquela cidade.
Essa faculdade, isto é, a bicorporeidade, era a mesma de Santo Antônio de Pádua. Conta-se que ele pregava na Itália quando adormeceu. Na mesma ocasião, surgiu em Portugal para defender seu pai, injustamente acusado de assassinato. Este fato motivou a sua canonização.
Santo Afonso de Liguori, fundador da Congregação Redentorista, também foi canonizado antes do tempo previsto, por ter sido visto durante a sua vida terrena em dois lugares diversos ao mesmo tempo: em sua cela de sacerdote e ajudando o Papa, em processo de desencarnação no Vaticano, o que foi considerado um milagre para a Igreja.
Os fenômenos da bicorporeidade de Santo Antônio de Pádua, de Santo Afonso de Liguori e de Chico Xavier se deram pelo fato de, por suas virtudes, desmaterializarem-se completamente das coisas do mundo, elevando suas almas para Deus, segundo se deduz dos esclarecimentos de Allan Kardec, no capítulo X de O Livro dos Médiuns.
HOMEM DE BEM
Por esse pequeno resumo da vida e obra de Chico Xavier, fica evidenciado que ele foi um homem de bem, tal como definido por Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo. A sua força moral residiu na humildade e no imenso amor devotado aos seus irmãos em humanidade.
Nunca viveu da religião, ou dela se beneficiou pessoalmente. Doou-se totalmente ao seu ideal como Espírita, a todos os seus irmãos em humanidade, e principalmente aos "vencidos", aos sofredores de toda sorte, aos desesperados, encorajando-os para a vida com sua palavra amiga e consoladora.
Ao nosso querido Chico, agora domiciliado nos altos planos da vida espiritual, os nossos votos de muitas realizações espirituais, sob as bênçãos de Jesus.
Gerson Simões Monteiro
Presidente da Fundação Cristã Espírita Paulo de Tarso
Artigo na Internet
(*) – Atualmente, o número já passou de 450 títulos, com a perspectiva de novos lançamentos ainda, apesar de já transcorridos quase oito anos de sua desencarnação. (nota de Fernando Peron, fevereiro de 2010).
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
Devemos ao professor Romeu de Campos Vergal nossa primeira visita a
Pedro Leopoldo, cidade onde então residia Chico Xavier. O consagrado orador espírita e ilustre parlamentar, numa de suas idas a São José do Rio Preto, após uma palestra proferida no Centro Espírita Rodrigo Lobato, condivou-nos para integrarmos uma caravana que iria a Pedro Leopoldo. Aderimos ao convite, uma vez que desde a adolescência aspirávamos conhecer o médium – nascidos que fomos em lar espírita.
O Centro Espírita Luiz Gonzaga, tal como o conhecemos na noite de 14 de junho de 1948, era menor que o atual Grupo Espírita da Prece da cidade de Uberaba*. Algumas paredes não se revestiam de reboco; a mesa e os bancos toscos de madeira não haviam recebido verniz e nenhum acabamento especial; mobiliário rústico e indispensável; um caixote à guisa de biblioteca fixado na parede. Nele se alinhavam várias obras recebidas pelo querido médium, como se elas, representando as palhas humildes da mangedoura, encontrassem de novo o pensamento vivo de Jesus a traduzir-se no esforço de seus mensageiros que lhe restauravam o verbo. A humildade de Chico confundia-se com a simplicidade ambiente. Seu amor desvelado derramava paz e alegria em nosso favor. O recinto comportava perfeitamente a assembleia presente. Distante, muito distante nos encontrávamos do programa Pinga-Fogo, dos meios de comunicação da fase atual. Era o alvorecer de uma nova era.
Retornamos a Pedro Leopoldo, pela segunda vez, no início de julho de 1954. Mamãe havia regressado à vida espiritual, alguns meses antes**. Embora a convicção espírita nos fortalecesse o coração e a sentíssemos em nova fase de experiências, um impulso espiritual no impelia a buscar o médium. Fomos para abraçá-lo, pois conhecíamos a força do seu amor. Havíamos, no intervalo que medeia nossas duas viagens, trocado várias cartas, porém, desde o desencarne de mamãe nada havíamos escrito. Não buscávamos provas, pois nenhuma dúvida nos atormentava quanto aos problemas da imortalidade e comunicabilidade dos espíritos, mas há momentos que necessitamos do auxílio maior junto aos corações amigos. Chico conversou conosco mais de uma hora, antes de concentrar-se, narrando-nos com detalhes impressionantes tudo o que se relacionava com a doença de nossa mãe, os dias que esteve hospitalizada após a cirurgia, nossas preces e o intercâmbio de espíritos familiares e benfeitores de nosso grupo com a equipe de Pedro Leopoldo.
Após dado momento, Chico nos diz:
– Vocês conhecem o Espírito Romeu de Ângelis?
– Conhecemos. – respondemos nós – É o Guia de nossa mãe.
Prosseguindo, Chico torna a dizer:
– Numa noite em que me encontrava psicografando, uns oito dias antes do desencarne de Dona Elvira, apareceu-me, pedindo socorro, o Espírito Romeu de Ângelis, que me relatou tudo o que estava se passando com aquela irmã, internada no Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Assim, uma equipe de socorristas, comandada pelo Espírito André Luiz, foi àquele local, dando-lhe assistência necessária até o seu desencarne.
Como se observa, Chico nada sabia a respeito do que vinha acontecendo com nossa mãe, uma vez que, como dissemos acima, nada havíamos escrito nesse sentido. Para relatar-lhe essa ocorrência, funcionou o Correio da Espiritualidade, através do seu mensageiro, o Espírito Romeu de Ângelis, dando, desse modo, o grande médium, mais uma prova do grande poder de penetração no campo maior da Espiritualidade.
Pelo que foi narrado, guardávamos a impressão de que Chico estivera conosco todos aqueles dias de sofrimento, proporcionando ao fato novas e surpreedentes dimensões, haja visto a mensagem recebida e inserida mais tarde no livro Entre Duas Vidas***, capítulo 19, intitulado Esposa e Mãe.
A influência que a carta de mamãe e os contactos com o Chico exerceram em nossas vidas, são indescritíveis. A mediunidade de Chico. aliada à sua bondade e sabedoria, encanta as criaturas.
Ao fixar residência em Uberaba, desde 1959, temos visitado o amigo periodicamente. Assim como fomos guiados pelo ilustre professor Romeu de Campos Vergal, procuramos, na medida do possível, retribuir essa gentileza, servindo de ponto de contacto, junto ao Chico, a centenas de pessoas residentes em Votuporanga e região.
Certa feita, em Uberaba, o confrade Farid Mussi, de São José do Rio Preto (SP), encontrava-se na fila, no Centro Comunhão Espírita Cristã, esperando a sua vez. E, quando esta chegou, Chico disse-lhe:
– Encotra-se ao seu lado uma entidade que deseja agradecer-lhe os favores recebidos através de uma prece. Diz ela chamar-se Maura de Araújo Javarini, tendo vivdo e desencarnado em São José do Rio Preto (SP), em 1932.
No momento, o senhor Farid não se lembrou de ter prestado qualquer auxílio que merecesse tal agradecimento. No dia seguinte, o senhor Farid, rememorando essa ocorrência, veio-lhe à lembrança de que em tempos idos, passando por uma padaria, situada nas proximidades do Tatwa – Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, em São José do Rio Preto, teve notícia de que a esposa do padeiro se suicidara. Nessa ocasião não era espírita, mas sim secretário do referido Tatwa, e condoído da infelicidade dessa senhora, tirou do bolso um caderninho de anotações e nele anotou o nome de Maura de Araújo Javarini, dirigindo-se ao Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, uma vez que a reunião da noie estava prestes a se realizar.
Tanto em Pedro Leopoldo, como em Uberaba, Chico, espiritualmente, continua o mesmo, atendendo a todos com o mesmo carinho e amor, muito embora a cena panorâmica ser bem diferente da do Centro Espírita Luiz Gonzaga, onde o número de pessoas era diminuto.
Para terminar, é oportuno relatar que a comunidade espírita votuporanguense muito recebeu e muito vem recebendo através das mãos bençoadas do Chico: mensagens e mais mensagens comprobatórias e insofismáveis da imortalidade da alma, de amigos, parentes e diretores do Centro Espírita Emmanuel. Dentre elas, convém destacar as recebidas de Lidai Benini, Hilário Sestini, Prof. Cícero Barbosa Lima Jr., Dr. Orlando Van Erven Filho e Carlos Alberto Andrade Santoro.
Quanto à mensagem do Prof. Cícero Barbosa Lima Jr., destaca-se uma ocorrência, não inserida no seu contexto, que nos pareceu, no momento, sem sentido. Na tarde em que se deu a mensagem, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Dona Chamena, viúva do referido professor, foi interpelada por Chico:
– A senhora se lembra de um educador famoso, cujo nome foi dado à escola de comércio, dirigida pelo Prof. Cícero?
– Não. – respondeu Dona Chamena.
Chico tornou a dizer-lhe:
– O Espírito presente, desse educador, cuja identidade ele não quer revelar, insiste em dizer sim.
Passados muitos dias, numa palestra entre confrades, vindo à tona esse acontecimento, antigos alunos e professores daquela escola revelaram que antes de ser Escola de Comércio Cruzeiro do Sul, dito estabelecimento de ensino tivera a denominação de Escola Comercial Horário Berlinck, como homenagem prestada pelos fundadores ao emérito educador, membro da Fundação Álvares Penteado, de São Paulo.
Ante tantas revelações de sobrevivência do espírito, provada de uma maneira exaustiva e sempre surpreendente, podemos repetir com o Chico:
A VIDA É FATAL.
Romeu Grisi
Livro: Luz Bendita
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel,
Rubens Silvio Germinhasi, Autores Diversos
IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz
Notas de Fernando Peron (fevereiro de 2010):
(*) – A presente obra (Luz Bendita) foi lançada em 1977, em comemoração aos 50 anos de atividade mediúnica de Chico Xavier. Há uma outra obra que comemora esta data, lançada também em 1977: Amor & Luz (Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, Rubens Silvio Germinhasi, Testemunhos Diversos, IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz).
(**) – Elvira Abrigatto Grisi, nascida em 17 de julho de 1901 e desencarnada em 12 de fevereiro de 1954. (informação constante na obra.)
(***) – Entre Duas Vidas, de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos, Elias Barbosa, CEC – Comunhão Espírita Cristã.
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
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QUE HOMEM É ESTE?
Para escrever sobre este homem, minha incapacidade é tamanha que lanço mão de palavras e frases lidas e ouvidas aqui ou acolá.
Tento. Escrevo e apago. Rabisco e risco. Arrisco-me. Nem assim me é fácil expressar o que gostaria de dizer. Mas se você esteve com ele por alguns minutos, ainda que tenha sido uma única vez, não terá dificuldade em entender o que tanto quero dizer e não consigo.
Que homem é este que:
doente, deu saúde a um incontável número de pessoas;
pobre de bens materiais, consolou numerosos ricos;
rico de bens espirituais, jamais esqueceu dos pobres;
sem poder humano, orientou e consolou poderosos;
sem dinheiro, enriqueceu o século em que nasceu;
sem títulos acadêmicos, apenas com o quarto ano primário, foi co-autor de verdadeira enciclopédia, versando os mais variados temas sobre Ciência, Filosofia e Religião;
apagando-se, iluminou nossos caminhos.
De sua boca jamais se ouviu uma palavra de pessimismo, ódio, condenação ou revolta. Sua vida foi toda dedicada para que “a fé se elevasse, a esperança crescesse, a bondade se expandisse e o amor triunfasse sobre todas as causas”.
Que homem é este que, apesar dos sofrimentos que experimentou em toda a vida, ainda consegue:
sorrir além do consaço;
servir apesar das doenças;
sofrer sem reclamar;
fazer o bem aos que lhe fazem mal;
orar pelos que o perseguem e caluniam;
ajudar desinteressadamente;
conversar com os animais;
amar todos os seres;
publicar quatrocentos e dez livros, com vinte milhões de exemplares vendidos*, sem nunca receber um centavo de direitos autorais.
Que homem é este que, há muitos anos, capa e assunto das principais revistas e jornais do país, nunca perdeu a simplicidade?
Que homem é este que, após alguns anos retido em sua casa por doenças graves, bastou a simples notícia de que havia voltado a atender para que milhares de pessoas acorressem à cidade onde mora, simplesmente para vê-lo?
Que homem é este que resistiu oitenta e nove anos** de massacre com a mesma paciência e serenidade dos primeiros seguidores de Jesus?
Que nunca se cansa de fazer o bem?
Nunca perguntei a este homem se ele é feliz, mas deve ser, porque faz a vontade de Deus.
Ele tem um jeito manso de falar, um olhar límpido como um céu sem nuvens, um sorriso franco de quem é autêntico...
Este homem não consegue mais falar sobre o Cristo sem se emocionar até as lágrimas.
Seu nome é Chico, o nosso Chico, um homem feito só de amor.
Seu nome é Chico, Chico Xavier, a paz que todo mundo quer.
Livro: Momentos Com Chico Xavier
Adelino da Silveira
Grupo Espírita da Paz
Notas de Fernando Peron (março de 2010):
(*) – Atualmente, o número já ultrapassou os 450 títulos, totalizando 50 milhões de exemplares vendidos apenas em Língua Portuguesa.
(**) – A presente obra foi lançada em 1999, quando Chico Xavier estava com 89 anos de idade.
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
Você convive espiritualmente com Chico Xavier, de forma estreita e continuada, desde os tempos de Pedro Leopoldo. Qual a influência do nosso médium de Uberaba no desenvolvimento de sua mediunidade?
Divaldo Pereira Franco – Quando Chico Xavier vivia em Pedro Leopoldo, eu fruí da felicidade de ser seu hóspede, algumas vezes, convivendo com ele em estreita comunhão que o tempo lhe permitia. Gentil e amoroso, tratava-nos a todos com a sua proverbial bondade. Com ele aprendi, do muito que tem e doa, o pouco que reuni e utilizo na jornada. Posso afirmar que todos nós, espíritas da atualidade, devemos muito a Chico Xavier, especialmente os que somos cristãos. Toda a sua vida é um hino de fé, de caridade, de amor e de bondade, ensinando, com ou sem palavras, como é possível servir e ser feliz na Terra e na Espiritualidade. Desse modo, a sua influência, direta ou sutil, no exercício da mediunidade de que sou instrumento e mesmo na vida cotidiana, é-me muito grande. Em Uberaba, tive também a felicidade de ser recebido no seu lar, sempre que o solicitei, almoçando com ele ou convivendo em família, como ocorre com outros seus amigos, prosseguindo na aprendizagem e assimilação dos seus ensinamentos elevados. Houve uma interrupção de convivência por alguns anos, que em nada afetou sua contribuição missionária para minha vida insignificante. Ele prosseguirá sempre como modelo humano na Mensagem Superior das Vozes do Céu.
Jornal
Folha Espírita
Setembro de 1992
Descreva alguma visão interexistente que captou nos contatos que teve com Chico Xavier, seja em trabalho conjunto, seja quando estiveram apenas conversando, a sós ou na presença de outras pessoas.
Divaldo Pereira Franco – Muitas vezes, ao lado do Chico, em transe pela psicografia, vi-o esvanecer-se e iluminar-se, agigantando-se e passando a integrar a corte dos Benfeitores Espirituais, que nos traziam suas mensagens repassadas de beleza e vida. Noutras vezes, quando em transe psicofônico, nas sessões mediúnicas de desobsessão, que realizava em Uberaba, igualmente vi-o deslocar-se do corpo físico, como se estivesse desencarnado, colaborando em atividades socorristas... São tão inumeráveis as facetas psíquicas e grandiosas do querido médium-benfeitor, que não me atreveria a alongar relatos em torno dele.
Jornal Espírita
Setembro de 1992
Livro: Aprendendo Com Divaldo – Entrevistas
Divaldo Pereira Franco
SEJA - Sociedade Espírita Joanna de Ângelis
Projeto Saber e Mudar
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TRABALHO INCESSANTE
O trabalho intelecto-espiritual de Chico Xavier chega a ser quase monstruoso. Vai além das raias do verossímil. Receitas, consultas, mensagens, livros, mensagens particulares, mensagens para instituições, entrevistas, autógrafos, etc.
Tudo isso, em enxurrada. A multidão que o procura é imensa. E essas obras são realizadas com o povo à sua volta noite e dia, expondo-lhe os problemas que ele também vai resolvendo e orientando verbalmente, além da parte escrita. É uma coisa maluca!
Junto com a orientação verbal e enquanto vai esclarecendo o consultante, autografa os livros, isso após as reuniões.
Perguntas de todo o lado, problemas complicados. Pais que perderam os filhos, mães desesperadas, enfermos que desejam a cura, loucos e obsedados, estudantes que despertam para a Doutrina [Espírita], pregadores, escritores, poetas, médiuns, sacerdotes, espíritas, não-espíritas, católicos, protestantes, materialistas, gente que quer saber, gente que não quer saber, gente que o ama, gente que não acredita nele, tudo vem como uma onda infernal que o assalta furiosamente.
Chico responde com a serenidade dos santos e dos justos, e fala-lhes numa voz de amigo e de irmão. Para cada um tem a palavra certa e a orientação segura, e mesmo aquilo que não satisfaz na hora, comprova-se mais tarde que era exatamente o que a pessoa realmente necessitava. Jamais, escritor algum escreveu livros nessas condições. Leve-se em conta que ao fim de toda reunião, recebe uma mensagem de caráter lítero-doutrinário-evangélica, que é reunida a outras em breve para formarem um livro. Aquilo já sai pronto, apenas aqui e ali o próprio Emmanuel corrige quando acha que convém, coisas ligeiras. Geralmente, o que foi escrito ali sai publicado exatamente como o foi.
Esses fatos ocorrem anos após anos, todas as semanas, em três ou mais reuniões semanais, sendo sempre duas públicas.
É na verdade uma máquina que recebe e retransmite com rapidez incrível!
Incansável. Poucas vezes o vimos abatido. Sempre sorrindo, sempre alegre, sempre contando histórias cheias de sabedoria, como se também houvesse tomado sobre si toda a dor do mundo.
Fonte de alegria para o povo, de consolo, de compreensão, de esclarecimento, de boa vontade, com os olhos postos em Jesus e o coração em Deus.
Ele veio da pobreza e da humildade, voltou-se intensamente para a pobreza e para a humildade.
Não quer nada para si, mas dá aos outros tudo de si mesmo!
Água e pão, amor e paz, para todos.
O futuro há de vê-lo como o Bom Samaritano, há de amá-lo como a um outro Francisco de Assis.
Livro: Recordações de Chico Xavier
R. A. Ranieri
LAKE – Livraria Allan Kardec Editora
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(...)
Após 32 anos de atividade mediúnica em Pedro Leopoldo, perto de Belo Horizonte, sua cidade natal, [Chico Xavier] mudou-se em 1959 para outra cidade mineira, Uberaba, onde se estabeleceu trabalhando profissionalmente na Secretaria de Agricultura daquela cidade, até a sua aposentadoria. Jamais se aposentou, porém, das lides espíritas, e tão a sério encarou essas atividades que poucos conseguiriam realizar tanta coisa em uma só existência terrena.
Quantas vezes, nos últimos 40 anos, tivemos a oportunidade de "acompanhar"* o Chico em suas tarefas. Ele começava a atender as pessoas às 15h00 da sexta-feira, trabalhava até 2h00 da madrugada no receituário e terminava a psicografia e a leitura das mensagens às 6h00 da manhã, e convidava os presentes para tomarem um café reforçado e continuava escrevendo até as 11h00, para depois almoçar com alguns convidados. Após o almoço se entregava a um rápido descanso para estar novamente às 15h00 do sábado pronto para novos atendimentos e, novamente, se repetia o serviço da psicografia. A tarefa seguia noite adentro e às 4h00 da madrugada, no amanhecer do domingo, convidava uma equipe para acompanhá-lo em algumas visitas na periferia de Uberaba e, quando batia na porta das casas, ouvia-se: "A essa hora, só pode ser o Chico!..." Ali, ele distribuía cobertores, aplicava o passe amigo e distribuía consolação aos presentes.
Numa dessas casas, onde uma senhora cuidava de 5 excepcionais, portadores de hidrocefalia, pelo próprio problema físico, eles viviam em pequenos cercados que lhes permitia se levantar e, escorados na cerca, conseguiam permancer de pé.
Os excepcionais demonstravam sentimento de amizade; por isso, a conversação se estendeu talvez por meia hora.
Eram quase 6h00 da manhã, e o Sol já despontava em Uberaba, quando nos despedimos do querido Chico, com o coração fortalecido por sua doce energia e uma enorme vontade de participar cada vez mais dos serviços cristãos.
Livro
Mensagem Espírita - Um Caminho de Luz
(Grupo Espírita "Os Mensageiros", 50 Anos: 1953-2003)
Miguel Pereira
Editora Luz no Lar (Van Moorsel, Andrade & Cia. Ltda.)
(*) - Quando escrevemos “acompanhar” entre aspas, quisemos dizer entre aspas mesmo, pois, tanto nós como a maioria dos presentes, íamos até o hotel para tirar um cochilo, assim, numa espécie de revezamento, para conseguirmos acompanhar o ritmo e a disposição de Chico Xavier.
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
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Chico [Xavier] sempre se preocupou em esconder a própria grandeza: não fazia e não permitia que alguém fizesse a sua propaganda; durante os passes que ele transmitia nos doentes, do seu corpo e, particularmente, de suas mãos exalava cheiro de éter ou de perfume... Impressionantes os fenômenos que aconteciam à sua volta; eu mesmo, por diversas vezes, testemunhei a explosão de luzes à sua volta. De madrugada, tarde da noite, quando saíamos do [Centro Espírita] Luiz Gonzaga, ele, antes de ir para casa, fazia questão de visitar alguns amigos acamados e, quando não tinha nada para lhes levar, talava uma singela flor do campo com que proporcionava alegria a cada um deles... A sua facilidade para psicografar era impressionante; num simples pedaço de papel, onde houvesse necessidade, apoiando-o na perna ele grafava as mais lindas páginas de além-túmulo. Trovas e sonetos lhe brotavam das mãos com a mesma espontaneidade que as estrelas aparecem no firmamento. Aos seus olhos, tínhamos a impressão de que éramos transparentes - ele nos enxergava por dentro, o corpo e a alma, e, não raro, nos respondia a determinada pergunta antes que tivéssemos tempo de formulá-la; ele nos adivinhava os pensamentos, mas guardava silêncio para as nossas imperfeições...
Zeca Machado
Livro: Na Próxima Dimensão
Carlos A. Barccelli – Pelo Espírito: Inácio Ferreira
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CHICO XAVIER, MEDIUNIDADE “ESCONDIDA”
A mediunidade de Chico Xavier não se restringia à psicografia. Sempre discreto, evitando qualquer forma de promover-se, Chico se limitava a cumprir com o dever, fugindo ao que pudesse evidenciá-lo; a verdade, porém, é que ele era maior médium do que aparentava ser...
Em uma das raras ocasiões em que nos falou de si, Chico contou-nos que a sua sensibilidade mediúnica lhe permitia, por vezes, ao olhar as pessoas, saber do que elas haveriam de desencarnar. Então, porque o fato lhe era causa de profunda tristeza, já que não poderia interferir na Lei do Carma, ele pediu a Emmanuel que lhe fosse bloqueada tal possibilidade, ao que o referido Mentor o atendeu de pronto.
De outra feita, dialogando com um amigo que lhe indagara se ele dispunha de tempo para ler tantos livros e publicações de confrades que iam ter às suas mãos, para análise, em tom confidencial respondeu: - “Eu não tenho necessidade de ler um livro do começo ao fim; basta tê-lo em minhas mãos e folheá-lo, para que eu saiba do que se trata e tenha acesso ao seu conteúdo...”
Há poucas semanas, recebemos, no Lar Espírita Pedro e Paulo, a visita do casal Walter Negrão e Orphila; ele, um dos autores de novela de maior sucesso da TV Globo. Conhecedor do nosso trabalho biográfico sobre Chico Xavier, fez questão de nos relatar o que presenciou, há cerca de 30 anos, quando veio a Uberaba, acompanhando a atriz Araci Balabanian:
- Eu estava acomodado num dos bancos do salão e ninguém me conhecia. O Chico, que atendia a dezenas de pessoas, de repente virou-se para mim e me chamou pelo nome: - “Walter, por favor, venha até aqui...” Surpreso, imaginando que pudesse tratar-se de um homônimo, não saí do lugar. Mas ele insistiu: - “Walter, é você mesmo, o de barba! Por favor, chegue mais perto...” Ora, como é que Chico poderia saber o meu nome, se, embora escritor de novelas, eu nunca aparecia no vídeo e, depois, nenhum de nós, eu ou a Araci, havia sido apresentado a ele?!... Quando me aproximei, ele me falou: - “Eu sei que você também escreve e, com certeza, gostaria de observar o modo com que os espíritos escrevem por meu intermédio... Pode sentar-se nesta cadeira, ao meu lado.” – convidou-me, entrando comigo num quartinho que dava para o salão das reuniões, ainda na antiga sede da Comunhão Espírita Cristã.
Prosseguindo com a narrativa, Walter Luís Negrão, que, a partir de então, se tornou espírita convicto, explicou:
- O Chico dividiu em dois o pacote de folhas em branco que estava sobre a mesa e, caindo em transe, começou a psicografar com as duas mãos ao mesmo tempo, recenbendo, simultaneamente, uma mensagem de André Luiz e outra de Humberto de Campos!... Como é que eu poderia continuar tendo alguma dúvida, se o fenômeno acontecia diante dos meus olhos? Aquilo foi demais para mim!...
Coversando, então, com o amigo, que conhecemos em uma de nossas andanças doutrinárias por São Paulo, comentei:
- É, Walter, o Chico nos dava a impressão de que “escondia” a própria mediunidade... Talvez ele tivesse sido médium demais para o nosso tempo...
A isto, o amigo, que nos escutava, ajuntou:
- Concordo. A gente sempre tinha curiosidade de saber se o Chico, de alguma maneira, seria informado quanto ao momento da sua própria desencarnação e, hoje, pelos acontecimentos da véspera e do dia, eu não tenho mais qualquer dúvida... O Chico sabia muito mais do que ele ou os espíritos, por seu intermédio, nos revelavam!...
Livro: Chico Xavier, A Reencarnação de Allan Kardec
Carlos A. Baccelli
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
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