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terça-feira, 16 de março de 2010

-->A Vida em Outros Mundos


Por: http://www.espirito.org.br/portal/publicacoes/esp-ciencia/005/vida-em-outros-mundos.html
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Eurípedes Kühl
O escritor Eurípedes Kühl realizou uma intensa pesquisa para falar sobre a vida em outros mundos, sob o ponto de vista do Espiritismo. Ele reuniu os resultados na matéria a seguir, que pode servir de orientação para quem quiser se aprofundar no tema.
Há vida em outros mundos?
Desde que a Astronomia comprovou que a Terra é um planeta a girar em órbita cativa ao Sol, solidariamente com outros planetas, o homem fez a pergunta acima, que muito mais passou a ser repetida quando ficou provado que a quantidade de sóis e planetas é incontável.
Como é a vida em outros mundos, não há um único homem que possa afirmar e comprovar – só devanear, sonhar, ensaiar. Contudo, espíritos mais evoluídos que os terrestres, ao menos, podem informar, mediunicamente.
Nesta oportunidade, estaremos trazendo para os leitores a resposta dada por vários estudiosos, cada um a seu modo. Considerando o caráter eminentemente científico desta revista, que apropria do Espiritismo o que ele oferta sobre vários temas, inicialmente registraremos as premissas espíritas dessa tão apaixonante quanto instigante questão.
Isso posto, socorrendo-nos da síntese, passemos às respostas.
O Livro dos Espíritos
Questões 55 a 59:

Sim! Há vida em todos os globos que se movem no Espaço!;
Deus povoou de seres vivos os mundos e pensar ao contrário será duvidar de Sua sabedoria [por que o Criador faria coisas (mundos) inúteis?];
a constituição física dos habitantes difere de mundo a mundo, embora a forma corpórea, em todos os mundos seja a mesma da do homem terrestre, com menor ou maior embelezamento e perfeição, segundo a condição moral dos habitantes;
mundos afastados do Sol têm outras fontes de luz e calor, adequados à constituição dos respectivos habitantes; muitos mundos têm fontes próprias, tais como a eletricidade, com outros empregos, sem compreensão terrena.
Questões 172 a 188:
a existência corporal na Terra é das mais grosseiras e das mais distantes da perfeição;
as diversas existências físicas do homem podem ser na Terra bem como em outros mundos; o início dessas existências não terá sido aqui, bem como seu término também não o será;
a multiplicidade de vidas na Terra proporciona uma enorme gama de aprendizados ao Espírito;
em cada mundo há uma gradação de valores morais dos seus habitantes;
o conhecimento de detalhes físicos e morais sobre os habitantes de outros mundos perturbaria aos terrestres, daí não lhes ser revelado ainda; (grifamos)
infância e duração da existência nos mundos superiores à Terra são mais curtas, aquelas, e mais longas, estas, dado que corpos mais sutis têm menos fatores a miná-los;
o perispírito (corpo que reveste o espírito) é formado de matéria específica de cada mundo, sendo que os espíritos puros têm envoltórios “extremamente” etéreos:
Obs.: disseram os espíritos a Allan Kardec, quanto ao grau de evolução dos habitantes do Sistema Solar:
Marte: inferior à Terra;
Júpiter: muito acima de ambos (na coleção da Revista Espírita, muitos espíritos que habitaram na Terra disseram estar em Júpiter);
Sol: não tem habitantes; contudo, é local de reunião de espíritos superiores.
O Livro dos Médiuns
1ª Parte, Cap. I, n° 2:
Por que injustificável privilégio este quase imperceptível grão de areia (a Terra), que não avulta pelo seu volume, nem pela sua posição, nem pelo seu papel que lhe cabe desempenhar, seria o único planeta povoado de seres racionais? A razão se recusa a admitir semelhante nulidade do infinito e tudo nos diz que os diferentes mundos são habitados.
1ª Parte, Cap. I, n° 100:
em mundos mais adiantados o homem se põe em comunicação com os espíritos com maior facilidade e os vê com freqüência.
2ª Parte, Cap. XXVI, n° 296:
as descrições que os espíritos fazem sobre outros mundos devem ser vistas com extrema cautela (grifamos); os bons espíritos dão uma que outra informação sobre os habitantes de diferentes mundos, com o objetivo precípuo do nosso melhoramento moral.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. III, n° 3 e 4:

há mundos cujas condições morais dos seus habitantes são inferiores às da Terra; em outros, são da mesma categoria; há mundos mais ou menos superiores e, finalmente, há aqueles nos quais a vida é, por assim dizer, toda espiritual;
classificação dos mundos (puramente pedagógica) segundo seu estado moral e destinação:
a. mundos primitivos: primeiras encarnações da alma;
b. mundos de expiação e provas: domínio do mal (a Terra é desta classificação);
c. mundos de regeneração: as almas ainda têm o que expiar, mas ali encontram repouso das fadigas;
d. mundos ditosos: predomínio do bem;
e. mundos celestes ou divinos: habitação dos Espíritos depurados; neles, reina exclusivamente o bem.
A Gênese
Cap. XI, n°s 7 a 9:

desde toda a eternidade Deus criou mundos materiais e seres espirituais, pois se assim não fora tais mundos careceriam de finalidade;
os seres são criados simples e ignorantes, tendo por final a evolução, rumo à angelitude;
antes da existência da Terra mundos sem conta haviam sucedido a mundos...
Revista Espírita
Publicação mensal, de 1858 a 1869 sob a direção de Allan Kardec. Já no primeiro ano, Kardec advertia que os textos publicados seriam aqueles referentes aos fatos que chegassem ao seu conhecimento – comunicações mediúnicas (na maioria) e cartas de leitores. A publicação seria realizada desde que contivesse um fim útil aos demais leitores. Dos textos, abstrairia suas próprias idéias, deles sendo apenas editor, ou “inventariante”.
Dessa forma, tudo o que fez publicar ali, contou sim com sua judiciosa seleção, mas não necessariamente expressando seu pensamento. É de se deduzir que, no mínimo, atribuiu aos textos o beneplácito do possível.
Sobre o tema “Vida em outros mundos”, não o detalhou nos livros com os quais codificou o Espiritismo, fazendo-o na Revista Espírita. Por si só, tal fato autoriza-nos imaginar que o mestre lionês, na missionária tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos, optou por dividir sua dedicação em dois projetos:
o primeiro, lançar bases espirituais, filosóficas e científicas do Espiritismo, o que fez nas chamadas “obras básicas”;
o segundo, publicar, em paralelo, fatos concernentes ou que de alguma sorte pudessem a ela (à Doutrina dos Espíritos) se ligar – fê-lo na Revista Espírita.
É sob esse enfoque que encontramos inúmeros textos na coleção da Revista Espírita, dando pormenores da vida em outros mundos, como por exemplo:
Revista Espírita - Março/1858
Marte: vida inferior à da Terra (Obs.: esse registro corrobora a longa “nota de rodapé” inserta na questão n° 188 de O Livro dos Espíritos, de Abril/1857);
Urano: habitantes com moral mais elevada do que a dos terrestres;
Júpiter: o mais avançado dos planetas do Sistema Solar. Seus habitantes:
corpos de conformação semelhante à terrena, mas de maior leveza;
deslocam-se roçando ao solo, sem fadiga (como os peixes e as aves);
na morte, os corpos não são submetidos à decomposição pútrida: dissipam-se;
alimentam-se de frutas, plantas e emanações nutritivas do meio ambiente;
expectativa de vida: cerca de 500 anos (quase não há doenças);
infância: dura apenas alguns dos nossos meses;
linguagem: quase sempre de espírito a espírito (mas há, também, a linguagem articulada);
ocupações: puramente intelectuais;
vidência (segunda vista): permanente, para a maioria dos habitantes;
animais: mais inteligentes que os animais terrestres, mas sem se aproximar do nosso nível; são encarregados dos trabalhos manuais;
arquitetura: na Revista Espírita de Agosto/1858, em anexo, foi distribuído detalhado desenho de uma habitação em Júpiter (a casa de Mozart), desenho esse realizado por médium desenhista, muito elogiado por Kardec; entrevistado, mediunicamente, Mozart declarou que tem Cervantes e Zoroastro por vizinhos.
Revista Espírita - Maio/1859
Chopin está residindo em um dos mundos atribuídos a espíritos errantes; esses mundos assemelham-se aos acampamentos terrenos, destinados a repouso temporário; os habitantes desses mundos podem deles se afastar, quando queiram.
Revista Espírita - Outubro/1860
Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; são seres rudimentares; sua vida é curta; não são canibais, mas sua vida beira a vida da “idade da pedra”, da Terra; lá, os mares são “furiosos” e não permitem a navegação (Obs.: Vemos aqui outra nota corroborando a questão 188 de O Livro dos Espíritos).
Revista Espírita - Agosto/1862“O planeta Vênus” é um ditado mediúnico espontâneo, do espírito Georges, o qual comparece em vários números da Revista Espírita. Disse ele sobre Vênus:
ar: sutil, como o das altas montanhas terrenas; impróprio para os terrestres; mar profundo e calmo; divisões, querelas e guerras são desconhecidas; artes sublimes substituem a indústria terrestre;
habitantes: semelhantes aos da Terra; têm adoração constante e ativa ao Ser Supremo, sem cultos;
alimentação: à base de frutas e de lacticínios; ignoram nutrição por carne; não existem doenças;
expectativa de vida: infinitamente mais longa do que não o é a prova terrestre; a velhice é o apogeu da dignidade humana;
vestes: uniformes, grandes túnicas brancas.
Perfil Moral
Até aqui, caro leitor, todos os nossos passos foram dados na sólida companhia de Kardec. Redobramos nossa admiração por tão competente quanto amiga companhia. Com imenso respeito a todas as religiões, é-nos inescapável verificar que somente o Espiritismo se debruçou sobre o tema que estamos focando, de tamanha transcendentalidade.
Daquilo que encontramos, tanto nas chamadas “obras básicas do Espiritismo”, quanto na Revista Espírita, podemos inferir que:
1° – Por zelo e prudência, os registros, eventuais análises, reflexões e pareceres mencionados por Kardec foram precedidos de expressões do tipo: “este livro (O Livro dos Espíritos) foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores...”; “do ensino dado pelos Espíritos...”; "todos os Espíritos afirmam e a razão diz que assim deve ser...”; “antes de entrarmos nos detalhes das revelações que os Espíritos nos fizeram...“; “vamos apresentar as respostas que os Espíritos deram...”; “idéias desenvolvidas nesta obra, algumas delas são pessoais, outras hipotéticas, outras são esboços...”; “essa descrição (dada por um Espírito sobre Vênus), sem dúvida, não tem nenhum dos caracteres de uma autenticidade absoluta, e também não a damos senão a título condicional...”.
2° – Assim, lecionando cautela e sabedoria, Kardec, ao tratar da habitabilidade nos diversos mundos, foi econômico quanto a detalhes da vida material neles, trilhando quase que exclusivamente pelo perfil moral dos seus habitantes.
3° – Imaginamos que é por essa causa que não há especificidade na Codificação do Espiritismo (feita por Kardec) sobre as condições físicas da vida nos diferentes mundos. O que temos ali é sempre o enfoque do comportamento, no bem ou no mal, endereçando cada espírito para um mundo consentâneo com seu histórico vivencial-moral, consubstanciando débito e crédito. Em razão desse patrimônio moral, edificado em multiplicadas existências, o espírito terá passaporte para o mundo cuja vida e habitantes se lhe adeqüem em sintonia, e onde, por bondade de Deus, lá o aguardam meios e novas oportunidades de crescimento moral.
Agora, despedindo-nos de Kardec, mas ainda nos trilhos espíritas, vamos caminhar com outras companhias.
Obras Psicografadas
De início, pela abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier, poderemos “ir a outros mundos” e ver como é a vida (física e moral) por lá.
Cartas de Uma Morta
Livro do espírito Maria João de Deus (mãe de F.C.Xavier), de 1935, cuja segunda edição, de 1937, aparenta ser “edição própria”. Desse livro há uma 8ª edição, de 1978, da LAKE, SP/SP, a cargo do Departamento Editorial Caminheiros do Bem. Nessa obra encontramos dois capítulos referentes a Saturno e a Marte.
Saturno:
saturninos são incontestavelmente superiores aos terrestres; não há vícios, nem guerras; utilizam a eletricidade na sua plena possibilidade;
têm habitações de estilo gracioso;
a autora espiritual viu seres estranhos, extraordinariamente feios, evolucionando-se nos ares, em “gracis movimentos”;
os habitantes dedicam-se mais à espiritualidade;
as moléstias incuráveis lhes são desconhecidas;
a vegetação: é diferente da terrena, pois é azulada;
os mares são rosados.
Marte:
habitantes: têm grande espiritualidade: sem guerras, só vibrações de paz;
os homens são mais ou menos semelhantes aos terrícolas, mas os seus organismos possuem diferenças apreciáveis: além dos braços, têm ao longo das espáduas umas ligeiras protuberâncias, à guisa de asas, que lhes prodigalizam interessantes faculdades volitivas;
o ar é muitíssimo mais leve; conhecem os enigmas profundos da eletricidade, que usam com maestria;
as edificações são análogas às da Terra;
a vida em Marte é mais aérea – poderosas máquinas;
embora existam oceanos, há pouca água; sistemas de canalização; poucas montanhas.
Emmanuel
Livro do autor espiritual cujo nome é o título da obra (1938, Ed. FEB, RJ/RJ). Consta no prefácio:
"(...) assim como Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, o vosso orbe (a Terra) tem, igualmente, o dever de melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal”.
Novas Mensagens
1939, Ed. FEB, RJ/RJ
O autor espiritual (Humberto de Campos) traz um capítulo inteiro sobre visita (em espírito) que fez a Marte:
Marte tem cidades fantásticas pela sua beleza inaudita: avenidas extensas e amplas, sendo as construções análogas às da Terra; a vegetação, de tonalidade vermelha, é muito mais exuberante do que a terrena;
Marte é “um irmão mais velho e mais experimentado na vida; seus habitantes sempre oram ao Senhor do Universo, em benefício da humanidade terrena”;
habitantes têm arcabouço físico algo diferente do terrestre;
alimentação: através das forças atmosféricas;
(viu) máquinas aéreas possantes que se balouçavam no pé das nuvens; muitas dessas nuvens são produzidas artificialmente, para atender reinos mais fracos da natureza.
Ainda outro espírito, por outro médium, discorreu profusamente sobre Marte:
A Vida no Planeta Marte
O Espírito Ramatís, em psicografia de Hercílio Maes, é autor desse livro (1ª Ed. 1955, Livraria Freitas Bastos, RJ/RJ), que já no nascedouro se tornou polêmico, eis que traz um fantástico leque de detalhes sobre a vida em Marte, em caminho oposto ao registrado por Allan Kardec, como já vimos anteriormente (em O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita). Diz-nos esse autor espiritual:

a humanidade que habita Marte (de um a um e meio milhões de habitantes) é mais evoluída que a terrestre: não há violência, vícios ou paixões inferiores; seus habitantes possuem faculdades de telepatia e psicometria. Assim, a linguagem, quase sempre, ocorre por telepatia; têm cabelos poéticos e resplendentes, quais anjos; têm protuberâncias semelhantes a asas, ao longo das espáduas; na velhice, o espírito parte para o espaço, antes do aniquilamento vital;
alimentação: inteiramente vegetariana;
migrantes: vários seres que viveram algum tempo em Marte não se adaptaram e, em conseqüência, migraram para mundos “aquém de Marte”; alguns perambulam na Terra;
relações conjugais no matrimônio: o encontro sexual se dá pelos “plexus abdominais”, sem impurezas do sexo orgânico; as mulheres estão livres da délivrance (delivramento);
moralmente, Marte está mil anos à frente da Terra; no campo científico, quinhentos anos;
transportes: 75% são feitos por via aérea, absolutamente em segurança; existem aeronaves para viagens interplanetárias, tripuladas ou não.
Autor Encarnado - Às Margens do Rio Sagrado
Livro de autoria de Edgard Armond (1ª Ed. 1979, Editora Aliança, SP/SP). Num capítulo inteiramente dedicado a Saturno, diz-nos o autor:
Saturno é um mundo de paz;
habitantes: seres evangelizados; seus órgãos de percepção são mais elevados; seus corpos são eterizados, suportando longos períodos de atividades sem alimentação (esta, feita de sucos vegetais e respiração);
atividade religiosa: intensa, em comunhão com o Plano Espiritual Superior;
casas não têm portas; “arquitetura” espiritual; construções, em geral, são de material translúcido e flexível (em muitos casos são edificadas construções por mentalização de técnicos selecionados);
tráfego intenso, silencioso e suave.
Ensaios Científicos de Pensadores Consagrados
Antes, devemos refletir que nós, seres humanos, só podemos discorrer sobre aquilo que os sentidos nos mostrem, possibilitando-nos, por analogia e pela lógica, comparar e deduzir. Daí, partindo do conhecido temos chegado ao desconhecido. É assim que através dos séculos o homem vem edificando seu aprendizado terreno, aplicável à vida física.
Agora, como falar da vida em outros mundos? Para tanto, melhor será nos equiparmos da razão, de parelha com a fé, e analisarmos o que alguns cientistas ensaiaram a respeito. Eis alguns exemplos:
Nicolas Camille Flammarion (1847-1925), célebre astrônomo francês.
A Pluralidade dos Mundos Habitados

Essa obra (1ª Ed. Na França, em 1862, traduzida da 23ª edição e publicada em português pela Livraria Garnier Irmãos, RJ/RJ) trata das condições de habitabilidade das terras celestes, discutidas do ponto de vista da Astronomia e da Fisiologia, fazendo abstração do Espiritismo, daí advindo que seu caráter eminentemente científico dirige-se aos incrédulos.
Obs.: Kardec, em duas ocasiões, elogiou esse livro (na RE de Jan/1863, e na de Set/1864). Fica o convite para o leitor que queira pesquisá-la. É obra de fôlego.
Uranie
Livro escrito provavelmente em 1864, cuja primeira edição em português é de 1951, pela Federação Espírita Brasileira, sob o título Urânia. Nessa obra, muito descritiva, Flammarion ensaia:
o número de universos é infinito;
Marte e Vênus têm habitantes pensantes;
Júpiter está em período primário de preparação orgânica;
Saturno será habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres;
Marte é semelhante à Terra, mais adiantado na senda do progresso;
habitantes são muito superiores aos da Terra; são maiores e mais leves que os terrestres; transportam-se por navegação aérea (frotas movidas pela eletricidade); são de origem sextúpede: bípedes, bimanos e bialados (duas asas); têm doze sentidos, que lhes permitem comunicação direta com o universo;
não há alimentação: sua nutrição se dá por renovação celular, através de respiração similar à das árvores terrestres;
construções são edificadas pelo pensamento;
todos os trabalhos materiais são executados por máquinas e sob direção de algumas raças aperfeiçoadas de animais;
concepções e nascimentos lembram mais algo parecido com a fecundação das flores;
a luz sobre os habitantes de Marte não produz a respectiva sombra;
Marte já mandou sinais para a Terra, mas sem resposta;
Vênus é um mundo análogo à Terra e menos privilegiado ainda; as estações rápidas produzem bruscas variações de temperatura.
Pierre Simon (1749-1827), dito marquês de Laplace. Célebre astrônomo, matemático e físico francês.
Exposição do Sistema do Mundo
Livro editado na França, em 1796. No Capítulo VI o autor analisa e reflete:
“A ação benfazeja do Sol faz desabrochar os animais e as plantas que cobrem a Terra, e a analogia nos leva a crer que ela produz efeitos semelhantes sobre os outros planetas: porque não é natural pensar que a matéria da qual vemos a fecundidade se desenvolver de tantas maneiras, seja estéril sobre um tão grande planeta como Júpiter que, como o globo terrestre, tem seus dias, suas noites, seus anos, e sobre o qual as observações indicam as mudanças que supõem forças muito ativas... O homem, feito para a temperatura de que ele goza sobre a Terra, não poderia, segundo toda a aparência, viver sobre os outros planetas. Porém, não deve haver aí uma infinidade de organizações relativas às diversas temperaturas dos globos e dos universos? Se a única diferença dos elementos e dos climas põe tanta variedade nas produções terrestres, quanto mais devem diferir as dos planetas e dos satélites!”
Muitas Moradas
Vemos que vários foram os pronunciamentos sobre a vida em outros mundos, havendo evidente contradição entre Kardec e eles, especialmente no que diz respeito a Marte.
A questão se faz espinhosa. Deixamos ao leitor a análise, reflexão e aceitação, ou não, de tudo aquilo que trouxemos para este texto.
De nossa parte, do pouco que aprendemos daquilo que a vida tem para nos ensinar, consideramos integralmente válidas as assertivas escritas em O Livro dos Espíritos. Quanto às opiniões que com elas possam colidir, não as invalidamos, a priori: nós as deixamos no "armário da razão", cujo senhor é o Tempo, para que ele, quando estivermos em patamar espiritual bem mais elevado, nos mostre se elas devem ser alocadas na "prateleira dos devaneios" ou na da Verdade.
E, finalizando, para balbuciar tímida resposta à pergunta que abre essa leitura, refletimos na grandeza da natureza, que aqui mesmo na Terra nos leva a um profundo respeito e amor filial ao Criador, deduzindo que sim: há vida pujante em outros mundos (são muitos: bilhões, trilhões, quem sabe?).
Para nossa dedução, socorremo-nos do mais poderoso aval que qualquer ser humano terrestre pode avocar – o de Jesus, quando afirmou: “Há muitas moradas na casa do meu Pai”.
Vida em Outros Planetas por Chico Xavier
Em 1971 Chico Xavier foi entrevistado pelo programa "Pinga Fogo", da extinta TV Tupi, um programa nos moldes do atual "Roda Viva" da TV Cultura, onde ele respondeu várias perguntas, dos mais diversos temas, formuladas pelos entrevistadores e pelo público. Tudo ao vivo. O programa que deveria durar 1 hora, a pedidos da população, por telefonemas e pela platéia, durou mais de duas horas. Foi a maior audiência deste programa, e um marco para o espiritismo no Brasil. Chico estava assessorado nas respostas por Emmanuel (seu mentor espiritual, por mediunidade auditiva), e as perguntas foram todas de alto nível. Em Dezembro do mesmo ano, a TV Tupi resolveu chamar Chico novamente para outro programa, que acabou tendo duração de 4 horas.


Pergunta: Nossa humanidade assiste, nesse momento, mais um lance dramático da corrida espacial, quando a Apollo 15 se encaminha para a Lua. Acredita os mestres espirituais de Chico Xavier se ainda em nossa atual civilização o homem poderá entrar em contato com civilizações de outros planetas?

Pergunta: Os cientistas da NASA estudaram recentemente, este ano, dois meteoritos e apuraram que 6 dos 18 aminoácidos do mesmo tipo dos encontrados nas células vivas, aqui do nosso mundo terráqueo, estavam presentes nesses meteoritos. Que forma, adimitindo-se formas de vida em outros planetas, que forma poderiam ter os habitantes, os seres viventes nesses planetas?

Se você se interessou pelo programa "Pinga Fogo" e gostaria de assisti-lo na íntegra, você pode adquiri-lo no link abaixo ou em qualquer DVD store. Esse DVD tem toda sua renda revertida para instituições de caridade. http://www.submarino.com.br/
Vida em outros mundos

Quem ainda não se perguntou, ao considerar a Lua e os outros astros, se esses globos são habitados? Antes que a ciência nos houvesse iniciado à natureza desses astros, era possível a dúvida.
No estado atual de nossos conhecimentos, ao menos existe a probabilidade, mas a esta idéia realmente sedutora fazem-se objeções tiradas da própria Ciência.
Diz-se que a Lua, ao que parece, não tem atmosfera e, possivelmente, não possui água. Em Mercúrio, à vista de sua proximidade com o Sol, a temperatura média deve ser a do chumbo em fusão, de maneira que se ali houver chumbo, este deve correr como a água de nossos rios. Em Saturno dá-se o oposto, não temos um termo de comparação para o frio que deve ali existir. A luz do Sol deve ser muito fraca, apesar da reflexão de suas sete luas e de seu anel, pois, com aquela distância, ele deve aparecer como uma estrela de primeira grandeza. Em tais condições, pergunta-se se é possível a vida.
Não se compreende que semelhante objeção possa ser feita por homens sérios. Se a atmosfera da Lua não foi percebida, será racional inferir que não exista? Não poderá ser constituída de elementos desconhecidos ou bastante rarefeitos para não produzirem refração sensível? O mesmo diremos da água e dos líquidos aí existentes. Em relação aos seres vivos, não seria negar o poder divino julgar impossível uma organização diferente da que conhecemos, quando, às nossas vistas, a providência da natureza se estende com uma solicitude tão admirável até o menor inseto e dá a todos os seres órgãos apropriados ao meio em que devem habitar, quer seja a água, o ar ou a terra, quer mergulhados na escuridão, quer expostos à luz do Sol? Se jamais houvéssemos visto um peixe, não poderíamos conceber seres vivendo na água, não faríamos uma idéia de sua estrutura. Até bem pouco tempo, quem teria acreditado que um animal pudesse viver indefinidamente no seio de uma pedra? Mas sem falar desses extremos, os seres que vivem sob o fogo da zona tórrida poderiam existir nos gelos polares? Entretanto, nos gelos, há seres organizados para esse clima rigoroso que não poderiam suportar a ardência de um sol vertical. Por que, então, não admitir que certos seres possam ser constituídos de maneira a viver em outros globos e em um meio completamente diverso do nosso?

Adaptação a outros mundos
Por certo, sem conhecer a fundo a constituição física da Lua, nós sabemos o bastante para assegurar que ali não poderíamos viver, como não o podemos em companhia dos peixes no seio do oceano. Pela mesma razão, os habitantes da Lua, se um dia pudessem vir à Terra, uma vez que constituídos para viver sem ar ou em um muito rarefeito, talvez completamente diverso do nosso, seriam asfixiados em nossa espessa atmosfera como nós quando caimos na água. Ainda uma vez, se não temos a prova material e visual da presença de seres que vivem em outros mundos, nada prova que não possam existir organismos apropriados a um meio ou clima qualquer. Ao contrário, diz-nos o simples bom senso que assim deve ser, pois repugna à razão crer que esses inumeráveis globos que circulam no espaço sejam simples massas inertes e improdutivas. A observação aí nos mostra superfícies acidentadas, como aqui, por montanhas, vales, abismos, vulcões extintos e em atividade. Por que, então, não haveria aí seres orgânicos? Seja, dirão. Talvez haja plantas e até animais, mas seres humanos, homens civilizados como nós, conhecendo Deus, cultivando as artes e as ciências, será possível?
Com certeza, nada prova matematicamente que os seres que habitam os outros mundos sejam homens como nós ou que sejam mais ou menos adiantados do ponto de vista moral. Mas quando os selvagens da América viram desembarcar os espanhóis, não tiveram mais dúvidas de que, além dos mares, existia um mundo cultivando artes que lhes eram desconhecidas. A Terra é pontilhada por uma inumerável quantidade de ilhas grandes e pequenas e tudo que é habitável é habitado, não surge no mar um rochedo sem que, imediatamente, o homem não plante aí sua bandeira. Que diríamos nós se os habitantes de uma das menores dessas ilhas, conhecendo perfeitamente a existência de outras ilhas e continentes, mas nunca tido relações com os que as habitam, se considerassem os únicos seres vivos do globo? Diríamos: “como vocês podem crer que Deus tenha feito o mundo somente para vocês? Por qual estranha bizarria a pequena ilha de vocês, perdida na solidão do oceano, teria o privilégio de ser a única habitada”?
O mesmo podemos dizer em relação às outras esferas. Por que a Terra, pequeno globo imperceptível na imensidão do universo que não se distingue dos outros planetas nem por sua posição, nem por seu volume, nem por sua estrutura, pois nem é a maior ou menor, nem está no centro ou nos extremos, seria a única residência de seres racionais? Qual o homem sensato que poderia pensar que esses milhões de astros que brilham sobre nossas cabeças foram feitos para recreiar nossos olhos? Qual seria, então, a utilidade desses milhões de globos invisíveis a olho nu e que não servem nem mesmo para nos iluminar? Não seria orgulho e impiedade pensar que assim fosse? Para aqueles a quem pouco importa a impiedade diremos que é ilógico.
Por um simples raciocínio que muitos outros fizeram antes de nós, chegamos a concluir pela pluralidade dos mundos, raciocínio este confirmado pela revelação dos espíritos. Realmente eles nos ensinam que todos esses mundos são habitados por seres corpóreos apropriados à constituição física de cada globo, que entre os habitantes desses mundos, uns são mais e outros menos adiantados que nós do ponto de vista intelectual, moral e mesmo físico. E mais: hoje sabemos que é possível entrar em relação com eles e obter esclarecimentos sobre seu estado. Sabemos ainda que não só todos os globos são habitados por seres corpóreos, mas que o espaço é povoado por seres inteligentes, invisíveis para nós por causa do véu material lançado sobre nossa alma, que revelam sua existência por meios ocultos ou patentes.
Assim, tudo é provado no universo. A vida e a inteligência estão por toda a parte, em globos sólidos, no ar, nas entranhas da terra e até nas profundezas etéreas. Haverá em tal doutrina algo que repugne a razão? Não é, ao mesmo tempo, grandiosa e sublime? Ela nos eleva por nossa mesma pequenez, bem ao contrário desse pensamento egoístico e mesquinho que nos coloca como os únicos seres dignos de ocupar o pensamento de Deus.

Allan Kardec -
Texto extraído da Revista Espírita, ano I, volume 3 – m

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