SEGUIDORES

sábado, 21 de setembro de 2013

A VALORIZAÇÃQO DA VIDA, SEGUNDO JESUS E KARDEC


12º SEMINÁRIO DO AVE LUZ

A VALORIZAÇÃO DA VIDA SEGUNDO JESUS E KARDEC

DIAS 02, 03 e 05 de Outubro de 2013

LOCAL: Grupo Espírita Ave Luz


No Centro de discussão: O Aborto e o Suicídio!

Com...

Eduardo Girão

Allan Denizard

Roberto Caldas

Cícero Magerlanio

PARTICIPAÇÕES MUSICAIS:

Natan & Renata

Grupo Vida

REALIZAÇÃO:

Grupo Espírita Ave Luz

Contato: (85)  8900.9226 e 87602065

PROMOÇÃO:

FEEC Federação Espírita do Estado do Ceará

União Distrital Espírita 5 - UDE 5

MAPAS DE ACESSO AO AVE LUZ:








quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Uma solução para a Síria


986,128 assinaram. Vamos chegar em 1,000,000

ACESSE AGORA:



986,128 assinaram. Vamos chegar em 1,000,000

ACESSE AGORA:


 Caros amigos, 

Há poucas semanas, as crianças nesta foto foram assassinadas com gás enquanto dormiam, mas parece que o mundo as esqueceu e se perdeu em um debate entre um ataque aéreo dos EUA na Síria ou fazer nada. Agora há um lampejo de esperança de um fim pacífico para estes massacres.

A guerra sangrenta na Síria tem sido fortalecida pela rivalidade entre o Irã, o principal apoiador de Assad, e os EUA e seus aliados. Mas esse abominável ataque com armas químicas mudou o discurso deles: o novo presidente do Irã condenou o uso de gás e Obama sinalizou que trabalharia com "qualquer um" para solucionar o conflito. Vamos convocar com urgência ambos os líderes para sentar à mesa de negociações e reunir os dois lados do conflito antes que mais vidas sejam perdidas.

Neste exato momento, os tambores da guerra estão soando para a Síria, mas se muitos de nós garantirmos que Hassan Rouhani, presidente do Irã, e Obama saibam que o mundo quer uma diplomacia ousada, podemos acabar com esse pesadelo para milhares de crianças sírias, aterrorizadas pela ameaça de novos ataques de gás. Não temos tempo a perder. Clique agora para juntar-se ao nosso apelo urgente -- quando atingirmos um milhão de assinaturas, entregaremos esta petição diretamente aos dois presidentes:
http://www.avaaz.org/po/solution_for_syria_loc/?bMUYXeb&v=29114

A guerra na Síria é uma das mais brutais da nossa geração e o ataque com armas químicas contra civis inocentes é o pior que o mundo já viu nos últimos 30 anos. O mundo tem a obrigação de proteger a população síria do extermínio, mas por dois anos a comunidade internacional ficou vergonhosamente emperrada e fracassou nessa tarefa. Agora, apesar das provas contundentes de que as forças de Assad estão por trás do ataque, os apoiadores da Síria semearam dúvidas quanto a isso e, cautelosa quanto à guerra, a comunidade internacional se mostra insegura quanto a uma intervenção humanitária. Estas negociações são uma nova chance para por um fim ao derramamento de sangue.

Sempre se acreditou que os Estados Unidos nunca iriam querer dialogar com o Irã e que o Irã nunca iria ajudar os EUA a resolver a crise na Síria, mas atualmente há indícios de mudanças e esperança. O presidente Obama pode até lançar um ataque aéreo, mas ele não possui o apoio para declarar guerra e está buscando uma solução de longo prazo. 130 membros do Congresso americano estão pedindo que Obama converse com o Irã. E o apoio de pessoas de todo o mundo a esta saída diplomática pode levá-lo a estabelecer um diálogo.

Ahmadinejad, o ex-presidente do Irã, gastou bilhões com o envio de dinheiro e armas para o regime de Assad. Mas agora o novo presidente, Hassan Rouhani, foi eleito com a promessa de estabelecer vínculos com o Ocidente e é a favor de um acordo político com a oposição síria. O ataque químico está desgastando o apoio do público iraniano ao Assad, despertando memórias dolorosas do ataque de gás do Iraque contra o Irã no início dos anos 80 e fontes internas afirmam que há uma pressão crescente para que o apoio do Irã a Assad seja repensado. Este pode ser o ponto crítico para levar Rouhani à mesa de negociações.
O diálogo não vai fazer com que os horrores parem da noite para o dia, mas não existe uma solução rápida e fácil. Precisamos urgentemente começar um processo que pode por um fim ao assassinato de crianças inocentes e unir a população mundial, ao invés de nos afastarmos uns dos outros ainda mais. Vamos fazer com que os EUA e o Irã comecem o diálogo agora: http://www.avaaz.org/po/solution_for_syria_loc/?bMUYXeb&v=29114

Em Genebra, um roteiro para o processo de paz na Síria já foi iniciado, mas esta é a primeira vez em que há vontade política para deixar de lado todas as diferenças e sentar-se à mesa de negociações. O Irã é o único país no mundo com influência suficiente sobre a Síria para levar a ditadura ao diálogo. A Rússia, outro país que é um aliado essencial do regime de Assad, também disse estar disposta a discutir soluções diplomáticas. E os EUA, com seus aliados no Oriente Médio, pode convencer a oposição síria a juntar-se às negociações.

Foi preciso o horror da Segunda Guerra Mundial para que a ONU e a Declaração Universal dos Direitos Humanos surgissem. Talvez o horror na Síria possa finalmente levar os EUA e o Irã, com seus presidentes moderados, a dialogar sobre suas diferenças de longa data e construir as fundações para uma paz mais duradoura para a Síria e para a região, com consequências para uma série de questões globais, da proliferação de armas nucleares à paz entre Israel e Palestina. A nossa comunidade tem apoiado o povo sírio desde o começo. Agora, mais do que nunca, eles precisam de nós. Vamos dar o nosso melhor.

Com esperança,

Alice, Luis, Ian, Emily, Bissan, Antonia, Ricken, Lisa, Mais e toda a equipe da Avaaz

PS: Muitas campanhas da Avaaz foram criadas por membros da nossa comunidade! Crie agora a sua campanha sobre qualquer tema - local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=23917


Mais informações:

Síria oferece oportunidade para negociações entre EUA e Irã (em inglês)(Al Monitor)
http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2013/08/syria-opportunity-iran-us-talks.html

Rouhani reconhece que armas químicas levaram a mortes na Síria (em inglês) (Reuters)
http://www.reuters.com/article/2013/08/24/us-syria-crisis-iran-idUSBRE97N06P20130824

Preocupação com Irã pode levar EUA a intervir na Síria (WSJ)
http://online.wsj.com/article/SB10001424127887323906804579037513562370886.html

EUA planejam ataque de três dias contra a Síria, segundo jornal (RFI)
http://www.portugues.rfi.fr/mundo/20130908-estados-unidos-planejam-ataque-de-tres-dias-contra-siria-segundo-jornal

Cúpula termina com G20 dividido sobre ataque à Síria (DW)
http://www.dw.de/c%C3%BApula-termina-com-g20-dividido-sobre-ataque-%C3%A0-s%C3%ADria/a-17072426

Não, o Irã não precisa de Assad (em inglês)(The Atlantic)
http://www.theatlantic.com/international/archive/2013/09/no-iran-doesn-t-need-assad/279340/ 

 Aos presidentes Barack Obama e Hassan Rouhani:

Enquanto cidadãos de todos os cantos do mundo, horrorizados com o massacre de crianças inocentes na Síria, exigimos que V. Exas coloquem de lado suas diferenças e encontrem uma solução diplomática para trazer todos os lados do conflito sírio à mesa de negociações, estabelecer um cessar-fogo e alcançar a paz. V. Exas estão em uma posição única para ajudar a encontrar uma solução e um avanço diplomático ambicioso é o caminho. Exigimos que V. Exas busquem esta saída e comecem a salvar vidas.

 Aos presidentes Barack Obama e Hassan Rouhani:

Enquanto cidadãos de todos os cantos do mundo, horrorizados com o massacre de crianças inocentes na Síria, exigimos que V. Exas coloquem de lado suas diferenças e encontrem uma solução diplomática para trazer todos os lados do conflito sírio à mesa de negociações, estabelecer um cessar-fogo e alcançar a paz. V. Exas estão em uma posição única para ajudar a encontrar uma solução e um avanço diplomático ambicioso é o caminho. Exigimos que V. Exas busquem esta saída e comecem a salvar vidas.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

USP CONFIRMA EFICÁCIA DO PASSE MAGNÉTICO / REIKI / JOHEI


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar.

O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Reiki e do Johrei, utilizada pela Igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o Espiritismo, que pratica o chamado “passe”.

Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp.

Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células onde ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou.

A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou.

As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram
a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição”.
Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress.

O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre do ano passado. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril deste ano!

Fonte: http://www.rac.com.br/projetos-rac/correio-escola/107097/2011/11/25...
Postado por Miguel Galli às 23:36
Fonte: Monica Heymann Fedele

terça-feira, 3 de setembro de 2013

3 dicas para os Espíritas

  1. Não acreditar que sua história é uma de pecados inamovíveis que o antecede e que não lhes pertence. Jesus não se eximiu de encarnar na humana condição para mostrar como, mesmo sujeito às nossas injunções, poderíamos nos libertar de nossas dores. E, sim!, nossas dores nos pertencem porque fomos nós que as cultivamos em outras eras. Pertence-nos ainda mais sua solução;
  2. Não esperar milagres no sentido de um momento mágico que converta martírio em glória. Tudo se transforma pelo trabalho. E todo trabalho no bem traz boas obras. O momento do término do sofrimento é o momento certo, nem mais, nem menos. Trabalhar, orar e esperar. Bom é guiar-se por Jesus, seus exemplos, suas palavras e suas inspirações, ou as de seus mensageiros, porque, chegado o momento da libertação, frequentemente precisamos de condução no caminho para a luz, já que sua prolongada ausência nos desacostuma os olhos. 
  3. Não acreditar em salvação proveniente de uma pessoa outra que não nós mesmos. Ninguém nos salva de nada. Salvamo-nos a nós mesmos, instruídos e acolhidos aqui e acolá por mestres espirituais. Nem tão pouco acreditar que a tal salvação seja da noite para o dia. As múltiplas reencarnações estão aí para mostrar o quanto o caminho é longo, e necessário é nascermos de novo, e de novo, e de novo, e de novo... até a aquisição autêntica do último aprendizado.


    Compartilho uma reflexão extraído da palestra RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO.
    Imagem de Allan Denizard
Allan Denizard (allan459@gmail.com)

O FALSO CENTRO
[...] Uma pessoa estava orando em uma mesquita, de madrugada, enquanto ainda estava escuro. Era o imperador daquele país, e ele não havia percebido que havia mais alguém ali orando - estava escuro e o imperador estava dizendo: "Eu não sou ninguém. Eu não sou nada. Eu sou apenas um vazio, um mendigo à sua porta." Quando ouviu que mais alguém estava dizendo a mesma coisa, o imperador disse: "Pare! Quem está tentando me superar? Quem é você? Como ousa dizer, diante do imperador, que você não é ninguém, quando ele está dizendo que não é ninguém?" É assim que o ego funciona. Ele é tão sutil! Suas maneiras são tão sutis e astutas; Por isso você deve estar muito, muito alerta; somente então você o perceberá. Não tente ser humilde. Apenas tente ver que todo o tormento, toda a angústia vem através dele. Apenas observe! Não há necessidade de o abandonar. Você não o pode abandonar. Faça o que fizer, fique de fora, olhe, e observe. Qualquer coisa que você faça - modéstia, humildade, simplicidade - nada vai ajudar. Somente uma coisa é possível, e esta é simplesmente observar e ver que o ego é a origem de toda a infelicidade. Observe. Sempre que você estiver infeliz, apenas feche os olhos e não tente encontrar alguma causa externa. Tente perceber de onde está vindo a dor. Ela está vindo do seu próprio ego. Então você simplesmente ri de toda esta história, dessa piada, pois você era o criador de toda a infelicidade. [...]
Osho
FACEBOOK: 

     

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

REFORMA DA MAIORIDADE PENAL (Visão Espírita)



Alessandro Viana Vieira de Paula 


O assunto em pauta tem sido um dos mais discutidos na atualidade, sobretudo quando ocorrem crimes graves praticados por adolescentes, que se incluem na faixa etária de 12 a 17 anos.

No Brasil, as pesquisas mostram que a maioria das pessoas é favorável à redução da maioridade penal, isto é, o criminoso, a partir dos 16 anos, já deveria estar sujeito ao Código Penal e cumprir pena privativa de liberdade nas Unidades Prisionais.

O argumento mais utilizado para a redução diz respeito ao fato de se poder votar a partir dos 16 anos, de forma que, se o jovem tem maturidade para escolher os governantes, também tem noção do certo e do errado e deve sofrer sanções mais graves quando comete delitos. Como o artigo tem o escopo de analisar o tema sob o enfoque espírita, valeria a pena perguntar: que a Espiritualidade superior diz a respeito do assunto?

No livro Atualidade do pensamento espírita, 1 ditado pelo Espírito Vianna de Carvalho, através da mediunidade de Divaldo PereiravFranco, há a seguinte pergunta:

[...] A legislação penal aplicável às crianças e adolescentes deve ser idêntica à estabelecida para adultos?

O citado Espírito responde (trechos destacados pelo subscritor deste artigo):
A criança, que inspira ternura e amor, não obstante o período de infância que atravessa, é um Espírito vivido e quiçá experiente que traz, das reencarnações passadas, as conquistas e os prejuízos que foram acumulados através do tempo. No entanto, a criança e o adolescente, quando delinquem, devem receber um tratamento especial, porquanto o discernimento e a lucidez da razão ainda não lhes facultam a capacidade de saber o que é certo e o que é errado, sendo facilmente influenciados para esta ou aquela atitude.
Como consequência, devem ser-lhes aplicadas legislações próprias, compatíveis com o seu nível de crescimento intelectual e moral. A preocupação precípua, no entanto, deverá ser sempre a de educar, oferecendo-se os recursos necessários para que sejam evitados muitos dos delitos que ora ocorrem na sociedade ainda injusta.

Quando, porém, acontecer-lhes o desequilíbrio, é necessário que se tenha em mente sua reeducação, evitando-se piorar-lhes a situação, assim transformando-os em criminosos inveterados, em razão da promiscuidade vigente nos Institutos Penitenciários e nos Presídios comuns ora superlotados, e quase ao abandono.

Que resposta notável e profunda! Certamente, reflete a visão da Espiritualidade superior.
Trabalho como magistrado há 15 anos, com execução criminal (cumprimento das penas pelos criminosos com 18 anos ou mais), bem como já trabalhei por mais de sete anos na Área de Infância e Juventude, de tal sorte que compactuo com a visão ofertada pelo Espírito Vianna de Carvalho.
Entendo que um dos pontos mais relevantes na resposta do aludido Espírito diz respeito à capacidade de o jovem ser mais influenciável por outras pessoas e pelo meio em que vive. Não podemos ignorar que o jovem ainda está na fase de formação da personalidade, o que o predispõe, com mais intensidade, a ser influenciado.

Quando o Espírito é evoluído e já traz, das vidas passadas, conquistas morais positivas, certamente saberá dizer “não” às opções equivocadas que a vida lhe apresente, todavia, como a maioria dos Espíritos reencarnados na Terra ainda traz limites evolutivos e imperfeições morais, muitos se deixam arrastar pelas más influências e não possuem resistência moral para enfrentar dignamente as questões sociais negativas (desemprego, condições sociais injustas, carência educacional, problemas na área da saúde pública etc.).

Dessa forma, é muito grave e pernicioso inserir o jovem delinquente nas Unidades Prisionais superlotadas e relegadas ao abandono, onde ele será facilmente manipulado pelo crime organizado e por criminosos mais perigosos, o que reduz drasticamente a sua possibilidade de reeducação.
Aliás,muitos criminosos já estão captando a mão-de-obra juvenil nas ruas, com a promessa de “dinheiro fácil”. Imaginemos o resultado negativo se colocássemos os jovens, como “presas fáceis”, no interior de uma Unidade Prisional.

Anote-se que não podemos esquecer que o foco principal da pena ou da medida educativa (destinada aos jovens infratores) é a recuperação do indivíduo para que ele possa voltar a viver em sociedade, sem se comprometer novamente com as leis.

Quando se pensa apenas no aspecto “punição”, é natural que a maioria deseje a redução da maioridade penal, porque a internação pelo prazo máximo de três anos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, seria insuficiente para os atos infracionais graves (homicídio, roubo, tráfico de drogas, estupro etc.).

Concordo com a alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente no que se refere ao aumento do tempo de internação, a fim de que o jovem infrator com mais periculosidade possa receber, por mais tempo, um tratamento especial e qualificado, visando sua reeducação e reinserção social. No Estado de São Paulo, a atual Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), que substituiu a Febem, tem prestado relevante serviço à recuperação dos jovens infratores, pois não há superlotação e há profissionais habilitados (assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, professores etc.) para lidar com o jovem, enriquecendo-lhes a vida com valores positivos e éticos.

Para comprovar a eficácia da necessidade de uma legislação especial aos jovens, constata-se que a reincidência nas Unidades Prisionais é muito superior àquela encontrada na Fundação Casa. Registre-se, também, que o endurecimento das penas não reduz criminalidade, como se pode verificar nos países em que, tendo sido adotada a pena de morte, não houve redução dos delitos.

Desejar a redução da maioridade penal é demonstrar conhecimento parcial sobre o assunto. Infelizmente, com frequência externamos nossas vontades, estimulados pela comoção social, e muitas leis são aprovadas e alteradas sob esse grito, revelando-se, oportunamente, ineficazes.
O verdadeiro homem de bem, tocado pelo Evangelho de Jesus, sensibiliza-se com a situação e ora pelas vítimas dos atos infracionais, mas também se preocupa com a recuperação do jovem infrator, dando a sua contribuição pessoal. Como?

Fazendo visitas religiosas às instituições que acolhem os jovens infratores e os criminosos, participando de entidades que amparam os jovens abandonados ou expostos a situações de risco, educando os próprios filhos nas bases do legítimo amor, dando-lhes um direcionamento religioso e moral, entre outras iniciativas.

A sociedade, ao postular a redução da maioridade penal, sob o argumento de que há impunidade aos jovens infratores, quer transferir apenas ao Estado a responsabilidade, mas se esquece de que também deve contribuir para a diminuição da criminalidade, seja juvenil, seja de adultos, dando oportunidades de recuperação ao delinquente, acolhendo-o oportunamente, ofertando-lhe emprego e condições de uma vida minimamente digna, porque o verdadeiro amor, conforme anunciou e viveu Jesus, é aquele que nos leva a fazer ao outro o que desejamos para nós mesmos.

Não nos esqueçamos da exortação elevada do benfeitor espiritual Vianna de Carvalho: “A preocupação precípua, no entanto, deverá ser sempre a de educar”, de forma que há necessidade de se manter uma legislação especial aos jovens.


 1 FRANCO, Divaldo P. Atualidade do pensamento espírita. Pelo Espírito Vianna de Carvalho. 2. ed. Salvador: Leal, 2000. cap. 3.0, Ciências jurídicas à luz do Espiritismo, q. 74.
 
FONTE:


Porque a Reencarnação passou a ser condenada pela Igreja Católica

Por Vivaldo J. de Araújo
O Concílio de Constantinopla – 553 D.C

Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.

Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.

É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.

E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).

Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro " Alegorias ", segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: " Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente ".

E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando - "se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido". É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave.

Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ENTENDENDO O CRIACIONISMO BÍBLICO VERSUS O EVOLUCIONISMO

O primeiro livro da Bíblia, a Gênese mosaica, traz em seu primeiro capítulo a história da criação. No capítulo 1, vers. 1 encontramos: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Já no capítulo 2, vers. 7 podemos observar a criação do homem: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”. Ainda no mesmo capítulo 2, mas nos vers. 21 e 22 encontramos o aparecimento da mulher: “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem”.

Todos já devem ter ouvido, algum dia, esta história bíblica da criação dos céus, da terra, dos animais, do homem, da mulher, etc. À isto dá-se o nome de Criacionismo, ou seja, para toda criação houve um Criador, e Este seria Deus.

Até o século 19, o ocidente tinha o relato bíblico como a única explicação para o surgimento do planeta e de tudo que há nele, apesar de que na época, já haviam ocorrido algumas manifestações contrárias a esta forma de pensar, mas poucos tinham coragem de ir contra a influência da Igreja Romana.

Em 1859, o inglês Charles Darwin publicou o livro “A origem das espécies”. Antes dele, como foi dito anteriormente, outros cientistas já haviam sugerido que os seres vivos mudam ao longo do tempo. Mas Darwin, que fez observações de fósseis, plantas e animais durante uma viagem ao redor do mundo, foi o primeiro a propor uma explicação lógica para a evolução. Nascia aí uma visão científica do aparecimento do homem e de todos os animais: o Evolucionismo.

Segundo Darwin, os seres vivos evoluíram ao longo dos anos dando origem ao homem, aos animais e às plantas que observamos no meio ambiente. Disso decorre que as espécies mais bem adaptadas às mudanças do ambiente sobreviveriam e transmitiriam para os descendentes esta melhor adaptação. Enquanto que as espécies que não obtiveram esta adaptação foram desaparecendo. É por isso que até hoje encontramos fósseis de animais que viveram a milhares ou a milhões de anos atrás.

Pode-se, a partir daí, perceber o embate que apareceu entre Criacionismo e Evolucionismo. De um lado, religiosos classificando os cientistas de hereges. De outro, toda uma comunidade científica se aprofundando sobre a questão da formação do Universo, do planeta Terra e dos seres vivos.

Para alguns teólogos, o planeta teria em torno de 6500 anos. Para os cientistas, a média seria de 5 bilhões de anos. Hoje não há dúvida sobre esta datação. As técnicas radiológicas, que usam a chamada meia-vida dos elementos radioativos, mostram-nos que é impossível uma idade tão curta para o planeta como querem afirmar os Criacionistas.

A igreja Católica, depois de relutar tanto com os cientistas, já aceita a evolução das espécies como verdade irrefutável. A mesma Igreja que outrora combateu o Evolucionismo de Darwin, hoje prega que a história bíblica da criação é uma alegoria que deve ser discernida pelas luzes da Ciência.

O Espiritismo desde sua fundação com o lançamento de “O livro dos Espíritos” já demonstrava uma posição evolucionista, sem para isso tirar Deus da temática da Criação.

A igreja Católica de hoje e o Espiritismo possuem um posicionamento bem semelhante quanto à formação do Universo. As duas correntes religiosas aceitam as descobertas científicas, mas não aceitam o aparecimento de tudo como obra do acaso. 

Nós espíritas sabemos que Deus é o princípio de tudo, mas nem por isso precisa derrogar Suas Leis e criar tudo como um passe de mágica. Se assim fosse, Deus não seria Deus, seria um mandraque que através de uma palavra criaria tudo que existe no Universo e no planeta Terra. Temos a convicção de que a Ciência tem feito seu papel ao desvendar como se originou a vida no planeta. A evolução é um fato, e contra fatos não existem argumentos.

O que nos impressiona hoje, apesar de todo avanço tecnológico, é que existem pessoas que não abrem mão de acreditar no Criacionismo bíblico conforme encontramos literalmente na Gênese mosaica. Está incluída neste grupo a maioria das denominações protestantes. Há inclusive um forte movimento nos EUA que tenta abolir o ensino da Evolução nas escolas americanas. No Aquário da Flórida, na cidade de Tampa, não há aquela arvorezinha do tempo mostrando a escala evolutiva dos animais ali expostos. A direção do Aquário informa que visitantes americanos que defendem o Criacionismo bíblico se sentem insultados com a escala evolutiva. É uma questão político-religiosa, explica a direção do Aquário.

Se fizermos uma análise destes criacionistas bíblicos, chegamos à conclusão que para os que encaram a Bíblia como um livro infalível, não há como aceitar a história da Criação como uma alegoria, levando em conta o contexto histórico-cultural do povo hebreu. Se assim eles fizerem, terão também de aceitar outras passagens como ficção ou entender que aquilo fazia parte do costume de um povo. Sendo assim, eles teriam que concordar que a proibição de Moisés em não consultar os mortos é na verdade uma mensagem de acautelamento com as comunicações mediúnicas, e não obra de feiticeiro, como muitos teimam em nos atacar. Quando alguém é mergulhado anos numa cultura religiosa, sendo bombardeado com informações de que a Bíblia é a palavra de Deus e tudo que está literalmente escrito é verdade pura e absoluta, dificilmente aceitará as conclusões das pesquisas científicas.

Hoje percebemos pelos avanços tecnológicos que não é possível conciliar a Bíblia levada ao pé da letra com a Ciência. Talvez seja por isso que dentro de famílias religiosas tradicionais tenham saído muitos incrédulos e céticos. Agora mais do que nunca é necessário que estas Religiões mais tradicionais repensem sobre o que está sendo pregado aos seus jovens para que não tenham que sofrer uma reforma na base da força. 

O Espiritismo, muito pelo contrário, está lado a lado com a Ciência seguindo a orientação de Kardec: “Ou o Espiritismo caminha com a Ciência, ou não sobreviverá”. Não podemos esquecer que as descobertas científicas também vêm de Deus, pois nada é revelado ao homem sem que antes seja aprovado pela Espiritualidade Superior. O problema é que, infelizmente, por causa do livre-arbítrio, nós seres humanos utilizamos para o mal aquilo que foi criado primariamente para o bem. Mas isso é uma outra história e que fica para uma outra vez...


Autor: Anderson Luiz da Silva
Membro da União Espírita Beneficente Jesus, Maria e José.


texto - www.panoramaespirita.com.br/novo/artigos
imagem - wn.com

terça-feira, 13 de agosto de 2013

DIFICULDADES NA CASA ESPÍRITA



DIFICULDADES NA CASA ESPÍRITA
Joana Abranches
(Assistente Social, escritora e Presidente da Sociedade Espírita Amor Fraterno –     Vitória – ES)

Uma das coisas mais complexas no cotidiano de uma Casa Espírita é administrar as diferenças comportamentais entre os trabalhadores. Aqui e ali, por um motivo ou por outro, pipocam os atritos e melindres, muitas vezes encobertos pelo silêncio em nome da “caridade”mas evidentes nos olhares atravessados, nos recadinhos indiretos e, não raro, no afastamento inexplicável daquele companheiro que parecia tão entusiasmado... Quando chega a este ponto é que a guerra de persona já atingiu o seu ponto máximo.

Não desanimemos. Onde há gente há problema. Graças a Deus!... Porque conviver significa oportunidade impar de crescimento. É preciso apenas saber identificar, respeitar e integrar as diferenças, repensando o conceito ilusório de que para figurar no seleto rol dos “escolhidos”, todos têm que estar aptos e disponíveis, todo o tempo, a todo o tipo de tarefa na Casa Espírita. Esteriótipos solapam a autenticidade e favorecem a hipocrisia.

Somos diferentes e isso obedece a um propósito Divino. Aquilo que é fácil pra mim já não é para o outro e vice-versa. Sabemos que é a diversidade das flores que confere harmonia e beleza a um jardim, porém tudo passa pelo paisagista, que traçou canteiros, combinou cores e formas, considerando, sobretudo, os níveis de resistência e fragilidade de cada planta para então dispor a sua localização. Também na Casa Espírita pessoas com personalidade, maturidade e aptidões diversas podem conviver harmonicamente em sua diversidade, mas o “paisagismo” cabe aos dirigentes.

Pensemos em nossos grupos. Sempre encontraremos neles um trabalhador tipo “pau pra toda obra.” Dinâmico e disponível, este irmão é perfeito para tarefas práticas. Mas não o chame para reuniões de planejamento porque ou não vai comparecer ou vai cochilar. Já o tipo“certinho”é racional, organizado e faz questão de tudo “preto no branco”. Quem melhor para a administração? Afinal, formalizar e controlar é com ele mesmo.

Tem também o“artista”. Afeito ao lúdico, ele não dispensa a música, o teatro e outras manifestações de arte em tudo o que faz. Sua sensibilidade enche as reuniões comemorativas daquela emoção e entusiasmo tão necessários para levantar o ânimo. Ideal para trabalhar com jovens e crianças, este companheiro sacode a mesmice, motiva a equipe e estimula como ninguém a integração fraterna. Temos ainda o introspectivo, o extrovertido, o afoito, o ponderado, o questionador, o acomodado, o “modernoso”, o conservador e por aí vai. E quem de nós se aventuraria a discorrer sobre a maior ou menor importância desse ou daquele trabalhador, conforme os perfis aqui relacionados?

Na verdade, todos são insubstituíveis e indispensáveis em suas peculiaridades porque - enquanto não conseguimos ser perfeitos – o segredo é nos valer das próprias imperfeições para potencializar o trabalho. Enquanto uns sonham outros ponderam, uns planejam outros concretizam, uns organizam outros adornam. E lá vamos nós. Lidando com as diferenças e garantindo a continuidade da obra. Enquanto isso vai se aprendendo a ceder, a ser voto vencido, a discordar sem “rosnar” e tantos outros exercícios de reforma íntima.

Ninguém espere mar de rosas. Impossível não haver conflito onde existe diversidade. Aqui é aquele companheiro veterano que rejeita as sugestões dos recém-chegados porque se julga o detentor absoluto da experiência; Ali é outro que chega querendo mudar tudo, desconsiderando aqueles que ali já estavam muito antes da sua chegada, construindo o que ele encontrou; Acolá é aquele que quer colocar o mundo dentro da Casa Espírita; Mais além é aquele outro que quer tirar a Casa Espírita do mundo... E outros tantos desafios. Cabe às lideranças observar, intervir e pacificar. Administrando conflitos prevenimos cisões, pois as relações são a viga mestra dos grupos e quando abaladas tudo vem abaixo.

Uma forma eficaz de prevenir é realizar constantes avaliações das atividades. Mas avaliar não é colocar os companheiros no paredão. Avaliar é reunir a equipe periodicamente para analisar o que está sendo feito, em clima de leveza e fraternidade, discutindo dificuldades e possibilidades com vistas a manter ou corrigir a rota onde for preciso.

            Mas é também imprescindível repensar as decisões de cima para baixo. Não raro a diretoria decide e os demais trabalhadores executam, sem que de alguma forma tenham sido consultados enquanto elementos fundamentais para as realizações. Questionar nem pensar, sob pena de inclusão imediata no tratamento de desobsessão, diante da afirmativa paternalista que “– o nosso irmão está precisando muito de preces”... Esta é a impiedosa pena de descrédito “caridosamente” imputada àqueles que ousam “subverter” a ordem vigente. Estrategicamente, neutraliza-se a ovelha rebelde para apascentar o rebanho.

Diante disso a gente se pergunta: Quando é que nós espíritas vamos conseguir distinguir autoridade de autoritarismo? Quando é que vamos deixar de medir o valor dos companheiros pelos cargos que ocupam ou pelos títulos que ostentam? Quando é que vamos parar, enquanto dirigentes, de usar os trabalhadores por mão de obra passiva para projetos personalistas? Quando deixaremos de tomar questionamentos legítimos como “influência de obsessores”? É urgente abandonar tais heranças reacionárias do passado e avançar para a postura ética e fraterna que se espera de uma liderança espírita.

Um verdadeiro líder busca sempre o entendimento amoroso - em nível individual ou coletivo – quando os problemas surgem. Em momentos de crise não silencia, nem impõe, dialoga. Omissão por medo de provocar ruptura é um equívoco. Se não criamos coragem de intervir junto aos conflitos, contribuiremos para que se avolumem. Quando menos se espera, lá estão eles, substituindo o saudável prazer de estar junto pela obrigação do compromisso assumido “do lado de lá”, esvaziando grupos e corações.

Liderança é responsabilidade. É ter claro o papel que nos compete como mediadores e aglutinadores; Como irmãos de caminhada e não como “donos das almas” ou “da causa”, porque senão, à menor contrariedade, vamos ser os primeiros a fazer as malas e sair por aí atrás do utópico grupo ideal e - o que é mais grave - arrastando conosco ou deixando para trás “seguidores” divididos e desnorteados.

As chances de acertar são infinitamente maiores quando nos dispomos a exercitar esse tal amor, que não é algo tão longínquo assim; Que começa pela valorização dos pontos positivos do outro, em detrimento dos negativos que possa ter; Pelo exercício da tolerância, não por amarmos todos de forma igual - porque isso não acontece nesse estágio em que nos encontramos - mas por reconhecer em nós muitas mazelas a serem toleradas. 

Se não buscarmos nutrir pelos companheiros esse amor possível, continuaremos a brincar de espírita bonzinho e, no fundo, só nos aturando, assim como qualquer profissional no seu ambiente de trabalho. Mas se existir afeto, a gente cede aqui, cede ali ou não cede -porque existem coisas que não dá para transigir -  mas diz o que tem que dizer de forma firme, porém cuidadosa e assim, lembrando Jesus, vamos conversando com o nosso irmão em reservado “e se ele vos entender”- diz o Mestre - ”então tereis ganho o vosso irmão”.

Difícil?... Mas quem foi que disse que é fácil evoluir?... E que se evolui sem conviver?

Pensemos nisto!



sábado, 27 de julho de 2013

MENSAGEM AOS JOVENS


 
Que Deus abençoe a juventude!

Os jovens são as primeiras luzes do amanhecer do futuro.
Cuidar de os preservar para os graves compromissos que lhes estão destinados constitui o inadiável desafio da educação.
Criar-se condições apropriadas para o seu desenvolvimento intelecto-moral e espiritual, é o dever da geração moderna, de modo que venham a dispor dos recursos valiosos para o desempenho dos deveres para os quais renasceram.
Os jovens de hoje são, portanto, a sociedade de amanhã, e essa, evidentemente, se apresentará portadora dos tesouros que lhes sejam propiciados desde hoje para a vitória desses nautas do porvir.
Numa sociedade permissiva e utilitarista com esta vigoram os convites para a luxúria, o consumismo, a excentricidade irresponsáveis.
Enquanto as esquinas do prazer multiplicam-se em toda parte, a austeridade moral banaliza-se a soldo das situações e circunstâncias reprocháveis que lhes são oferecidas como objetivos a alcançar.
À medida que a promiscuidade torna-se a palavra de ordem, os corpos jovens ávidos de prazer afogam-se no pântano do gozo para o qual ainda não dispõem das resistências morais e do discernimento emocional.
Os apelos a que se encontram expostos desgastam-nos antes do amadurecimento psicológico para os enfrentamentos, dando lugar, primeiro, à contaminação morbosa para a larga consumpção da existência desperdiçada.
Todo jovem anseia por um lugar ao Sol, a fim de alcançar o que supõe ser a felicidade.
Informados equivocadamente sobre o que é ser feliz, ora por castrações religiosas, familiares, sociológicas, outras vezes, liberados excessivamente, não sabem eleger o comportamento que pode proporcionar a plenitude, derrapando em comportamentos infelizes…
Na fase juvenil o organismo explode de energia que deverá ser canalizada para o estudo, as disciplinas morais, os exercícios de equilíbrio, a fim de que se transforme em vigor capaz de resistir a todas as vicissitudes do processo evolutivo.
Não é fácil manter-se jovem e saudável num grupo social pervertido e sem sentido ou objetivo dignificante…
Não desistam os jovens de reivindicar os seus direitos de cidadania, de clamar pela justiça social, de insistir pelos recursos que lhe são destinados pela Vida.
Direcionando o pensamento para a harmonia, embora os desastres de vário porte que acontecem continuamente, trabalhar pela preservação da paz, do apoio aos fracos e oprimidos, aos esfaimados e enfermos, às crianças e às mulheres, aos idosos e aos párias e excluídos dos círculos da hipocrisia, é um programa desafiador que aguarda a ação vigorosa.
Buscar a autenticidade e o sentido da existência é parte fundamental do seu compromisso de desenvolvimento ético.
A juventude orgânica do ser humano, embora seja a mais longa do reino animal, é de breve curso, porquanto logo se esboçam as características de adulto quando os efeitos já se apresentam.
É verdade que este é o mundo de angústias que as gerações passadas, estruturadas em guerras e privilégios para uns em detrimento de outros, quando o idealismo ancestral cedeu lugar ao niilismo aniquilador e a força do poder predominava, edificaram como os ideais de vida para a Humanidade.
É hora de refazer e de recompor.
O tempo urge no relógio da evolução humana.
Escrevendo a Timóteo, seu discípulo amado, o apóstolo Paulo exortava-o a ser sóbrio em todas as coisas, suportar os sofrimentos, a fazer a obra dum evangelista, a desempenhar bem o teu ministério. (*)
Juventude formosa e sonhadora!
Tudo quanto contemples em forma de corrupção, de degredo, de miséria, é a herança maléfica da insensatez e da crueldade.
Necessário que pares na correria alucinada pelos tóxicos da ilusão e reflexiones, pois que estes são os teus dias de preparação, a fim de que não repitas, mais tarde, tudo quanto agora censuras ou te permites em fuga emocional, evitando o enfrentamento indispensável ao triunfo pessoal.
O alvorecer borda de cores a noite sombria na qual se homiziam o crime e a sordidez.
Faze luz desde agora, não te comprometendo com o mal, não te asfixiando nos vapores que embriagam os sentidos e vilipendiam o ser.
És o amanhecer!
Indispensável clarear todas as sombras com a soberana luz do amor e caminhar com segurança na direção do dia pleno.
Não te permitas corromper pelos astutos triunfadores de um dia. Eles já foram jovens e enfermaram muito cedo, enquanto desfrutas do conhecimento saudável da vida condigna.
Apontando o caminho a um jovem rico que O interrogou como conseguir o Reino dos Céus, Jesus respondeu com firmeza: - Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos Céus, depois vem e segue-me... iniciando o esforço agora.
Não há outra alternativa a seguir.
Vende ao amor as tuas forças e segue o Mestre Incomparável hoje, porque amanhã, possivelmente, será tarde demais.
Hoje é o teu dia.
Avança!

Joanna de Ângelis

(*)II Timóteo 4:5.
(1) Mateus 19:21.
Notas da autora espiritual.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 22 de julho de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, quando o Papa Francisco chegou ao Brasil, para iniciar a 28ª Jornada Mundial da Juventude.)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O ESPAÇO E OS MUNDOS; NÃO, COLÔNIAS ESPIRITUAIS



Por Sérgio Aleixo

 Nada material pode ser obstáculo aos espíritos. A matéria não pode interditá-los de nenhum modo. Assim, teoricamente, em estrelas, planetas, no espaço sideral, possível é que os invisíveis lá estejam em perfeitas condições. Sabe-se que nem sempre podem os espíritos, entretanto, ir a todos os mundos, ou mesmo estar em qualquer lugar num mesmo mundo, que tudo isso é conforme. Por quê?
 
 
O conceito de mundos transitórios (Kardec assim o batizou) diz que, apesar da ausência de vida na superfície estéril de certos planetas, esses orbes destinados seriam aos espíritos errantes, que os habitariam para repouso, instrução e progresso. Tendo sido esse o caso da Terra durante sua formação, o conceito se vincularia obrigatoriamente à expectativa de que a vida se instale na superfície de tais planetas, ainda inapropriados a ela; apenas em transição para tanto. Desse modo, nada tem ele a ver com as estruturas conhecidas por colônias espirituais; edificações no além, algumas de séculos, protegidas por muralhas, armas e até animais, onde os habitantes teriam uma fruição de gozos e costumes tipicamente físicos, como nutrição, eventos pagos, empregos remunerados, casamentos, etc.; moradias de todos os tipos, com banheiro e cozinha, inclusive; assim como parques, plantações e fábricas, seja de suco, de roupas, de artefatos, etc., etc. À luz da codificação espírita, não passam de abusos ficcionais ditados nos interlúdios invigilantes de médiuns sem discernimento, que acreditam lhes baste a boa intenção e a cega confiança em seus guias para o exercício de suas faculdades. 
 
 
O princípio espírita das criações fluídicas, bom também é que se o diga logo, em nada ampara tais edificações no além; nunca se viu que essas criações exorbitassem o entorno mais imediato do próprio espírito, sua aparência, vestuário, certos objetos, pseudocompanhias, etc.; tudo, porém, subordinado exclusivamente ao pensamento: 1) quando cria ilusões ao espírito, ainda que eventualmente objetivadas nos fluidos; 2) quando cria aparências que visem um fim qualquer, a encarnados ou desencarnados. Um princípio do Espiritismo, além disso, não pode ser aplicado em contradição com os demais. Por que moradias e costumes de fruição carnal existiriam no mundo espírita, se o perispírito não tem funções que demandem nutrição, reprodução, etc., nem o além-túmulo, menos ainda, rigores climáticos que o instabilizem? Grupos, famílias de espíritos, sociedades inteiras deles, em regiões compatíveis com sua constituição fluídica, e unidos por propósitos comuns, com ações planejadas e tarefas várias: isso é Espiritismo! Todavia, nada existe aí que se aproxime das travessuras coloniais. 
 
 
Demonstrado, pois, que os mundos transitórios nada têm a ver com as colônias espirituais; sim, a princípio, com planetas de superfície temporariamente estéril, avanço: e quanto aos mundos que surgem e desaparecem na imensidão sem que a vida se manifeste ali? Certo que não podem chamar-se transitórios, mas nem por isso estariam, necessariamente, sem presenças invisíveis. O conceito de mundos transitórios prevê que os espíritos que neles habitam podem deixá-los livremente, não estando, assim, obrigados a aguardar o surgimento da vida na superfície. Desse modo, por que os espíritos não se reuniriam, para repouso, instrução e progresso, igualmente nos mundos não transitórios? 
 
 
Razoável admitir, pois, que existam: 1) mundos que são habitados apenas espiritualmente de início e, depois, também corporalmente; 2) mundos eventualmente habitados tão só por seres errantes, embora não em especial destinados a estes, por não serem transitórios. Mas não estaria faltando nada a esse panorama, por mais vasto? Eis aí nossa questão. Sim! Sim! Tais considerações somente ambientam os espíritos, a bem dizer, no universo físico, a modo de contingentes invisíveis e, nele, teoricamente, inobstáveis. Dizem alguns, por isso, até que há certo segredo acerca do mundo espírita em Kardec. Um tanto deslumbrados com a literatura ficcional mediúnica e suas colônias, findam por conferir uma proporção absurda àquele silêncio que o espírito Galileu diz estar sendo guardado, até ali, sobre o mundo espiritual. E disso concluem haver mistério em Kardec a respeito da vida espírita. Ora! “Até ali” só quer dizer até aquele ponto do próprio comunicado de Galileu, que apenas falara do modo da criação do universo e silenciara acerca do modo de criação dos espíritos que, nesse sentido, constituem o mundo espiritual, de que Galileu passa então a falar. 
 
 
Antes de tudo, são os espíritos que integram o mundo espírita. E já não é coisa pouca. O que mais se quer conhecer? A vida dos seres errantes por lá! Claro! Bem... Sabe-se que estão isentos de nossas necessidades; mas que possuem ainda um corpo, embora etéreo, sem órgãos, por mais denso. Onde se encontram com esse envoltório fluídico? Somente nos meios físicos do universo, exceção feita à invisibilidade própria dos espíritos? Se a matéria não lhes representa mais obstáculo, porque não podem ir a todos os planetas nessa condição errante? Por que percorrer o mundo espírita não pode ser, afinal, só uma viagem interplanetária, intergaláctica, sem aparatos tecnológicos? Tudo reside na compreensão da palavra espaço, ou melhor: espaços, nas letras kardecianas. Foi dito ao mestre que o espaço é infinito e que aquilo que se julga vazio está ocupado por matéria imponderável, em estado de fluido. Nessa medida, sim, os espíritos estão por toda parte e são povoados todos os globos. Não disseram, aliás, que povoam propriamente o espaço infinito, mas que “povoam ao infinito os espaços infinitos”. Quando se lê, pois, que os espíritos estão no espaço, que transpõem os mundos, a tais domínios tipicamente físicos do universo estão integrados os domínios fluídicos, espirituais. Nestes é que existe o que pode ser obstáculo aos espíritos, de acordo com sua situação perispirítica. Este é o adendo que faltava à ideia inicial de mundos transitórios ou intermediários, razão pela qual se limitou aparentemente a um panorama interplanetário, astronômico. 
 
 
Para Kardec, nosso belo planeta é como um vaso do qual escapa densa fumaça, que vai aclarando à medida que se eleva e cujas partes rarefeitas se perdem no espaço infinito. Esse é o âmbito em que se define seu conceito de atmosfera espiritual terrestre, meio formado por fluidos em vários graus de pureza, um tanto grosseiros se comparados aos que compõem as regiões superiores, razão pela qual são estas, de ordinário, inacessíveis aos espíritos atrasados, que nelas não podem viver, a despeito de visitá-las como estrangeiros e, ainda assim, apenas entrevendo-as. Portanto, segundo suas elevações, os espíritos povoam não apenas a superfície da Terra, entre os encarnados, de onde muitos não conseguem se afastar, mas também o espaço que a circunda, segundo o alvo do foco possível de suas percepções entre as várias camadas de fluidos espirituais do planeta. Como as coisas se passam nesses meios? Naqueles cujos fluidos são bem desmaterializados, sequer o imaginamos. Nas ambiências, todavia, em que a constituição fluídica se apresenta mais identificada à vida corporal, parece razoável admitir, seria menos difícil supô-lo, ainda que, mesmo nessas regiões mais densas, as coisas não possam transcorrer como se aqui se verificassem. Do contrário, afinal, não haveria a menor necessidade do estado de encarnação que, nesse caso, mais pareceria um acidente de percurso, à moda rustenista e, avanço em dizê-lo, era mesmo até esse ponto de distorção conceitual que nos queriam conduzir as almas jesuíticas da inglória causa federativa. 
 
 
A doutrina espírita ensina que os espíritos conservam as faculdades que tinham na Terra; que eles têm visão, audição, sensação, percepção, mas diversamente de quando possuíam um corpo físico, ainda que muitos deles, em erro, julguem que tais coisas se passem, por lá, da mesma forma que no corpo; o modo pelo qual atuam, inclusive. O pensamento dos espíritos atrasados não está esclarecido por vezes, e é então que muitos até julgam viver ainda entre os homens e mulheres, partilhando de suas aspirações, paixões e desejos. Nos meios compatíveis com essa sua natureza, os fluidos chegam a ter, para eles, aspecto tão material quanto, para nós, nossos objetos tangíveis; os combinam e elaboram, consciente ou inconscientemente, para produzir certos efeitos, mas o fazem por outros processos: pensamento e vontade. Podem formar, então, conjuntos com aparência, forma e cor determinadas. Kardec inclui essas possibilidades dos fenômenos peculiares ao mundo espiritual no que chamou laboratório do mundo invisível. Nem de longe lhe confere, todavia, o condão de produzir obras arquitetônicas majestáticas, estruturas complexas ao extremo, sobretudo quando voltadas para atender necessidades que não podem ser satisfeitas no além, ou para um funcionamento quase burocrático de inchadas estruturas organizacionais; ao menos não no mundo espírita kardeciano, mais fidedigno em detalhes reais e, por isso, certamente mais sóbrio. Tedioso, claro, só para o comum dos leitores de romances mediúnicos, estimulados por curiosidades tão ociosas quanto propícias a espíritos menos sérios, que compensam com artifícios ficcionais e vagas de raciocínio a falta de conteúdo realmente espiritual de seus comunicados. 
 
 
Verdade que o mestre publicou, nas suas primeiras revistas espíritas, ditados contendo desenhos mediúnicos da suposta casa de Mozart em Júpiter; todavia o fez a título de inventário aos leitores, para que julgassem o caso como quisessem; além disso, o referido espírito lá estaria em estado de encarnação, não no de erraticidade, o que determina relevantes diferenças de consideração. Espíritos errantes não necessitam de casa ou comida; não padecem doenças e não têm sofrimentos senão de natureza moral; mais pungentes, aliás, que os físicos. Contudo, transitam numa locação que, às vezes, não é a superfície do planeta, e sim o espaço mais ou menos imediatamente acima dela, algumas camadas da atmosfera espiritual terrestre, de fluidos um tanto grosseiros e cuja aparência, em função disso, pode lembrar o meio terreno em básicas referências, mesmo que fugidias; superfície e firmamento, por exemplo. Quem sabe, algo similar aos tais campos, espécies de bivaques, de que Mozart falou a Kardec em primeira mão. [...] já vos dissemos que há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de bivaques, de campos onde descansem de uma demasiado longa erraticidade, estado este sempre um tanto penoso. 
 
 
Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras [‘há muitas moradas na casa do Pai’] podem também ser interpretadas pelo estado feliz ou infeliz do espírito na erraticidade. Conforme for ele mais ou menos puro e liberto das atrações materiais, o meio em que estiver, o aspecto das coisas, as sensações que experimentar, as percepções que possuir, tudo isso varia ao infinito. 
 
 
Poder-se-ia perguntar como é que os espíritos se podem evitar no mundo espiritual, uma vez que aí não existem obstáculos materiais nem refúgios impenetráveis à vista. Tudo é, porém, relativo nesse mundo e conforme a natureza fluídica dos seres que o habitam. Só os espíritos superiores têm percepções indefinidas, que nos inferiores são limitadas. Para estes, os obstáculos fluídicos equivalem a obstáculos materiais. Os espíritos furtam-se às vistas dos semelhantes por efeito [da vontade], que atua sobre o envoltório perispiritual e fluidos ambientes. 
 
 
Existem alguns cujo envoltório fluídico, mesmo sendo etéreo e imponderável em relação à matéria tangível, ainda é muito pesado, se assim podemos dizer, em relação ao mundo espiritual, para permitir que eles saiam do meio onde se encontram. É preciso incluir nessa categoria aqueles cujo perispírito é bastante grosseiro para que o confundam com o corpo carnal, razão pela qual continuam achando que estão vivos. Esses espíritos, cujo número é grande, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se sempre entregues às suas ocupações; outros, um pouco mais desmaterializados, ainda não o são o suficiente para se elevarem acima das regiões terrestres [...] A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras, do que as camadas superiores. [...] a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. 
 
 
Resta saber se neste espaço que circunda a Terra, isto é, se nas camadas de fluidos espirituais do seu entorno, seria impossível que, por uma razão ou por outra, houvesse meios cujas composições fluídicas assumissem só um certo aspecto das ambiências terrenas, já que podem, afinal, variar ao infinito, como vimos Kardec dizê-lo. Os espíritos Bizet e Mesmer prestaram, respectivamente, curiosas informações ao mestre: [...] tive sob os olhos o atroz espetáculo da fome entre os espíritos. Encontrei lá em cima muitos desses infelizes, mortos nas torturas da fome, ainda procurando em vão satisfazer a uma necessidade imaginária, lutando uns contra os outros para arrancar um pedaço de comida que se escondia em suas mãos, dilacerando-se mutuamente e, se posso dizer, se entredevorando; [...] enquanto na Terra se pensa que aqueles que partiram ao menos estão livres da tortura cruel que sofriam, percebe-se do outro lado que não é nada disso, e que o quadro não é menos sombrio, embora os autores tenham mudado de aparência. 
 
 
O mundo dos invisíveis é como o vosso. Em vez de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do perispírito, que é o verdadeiro corpo do espírito, haurido nesses meios moleculares, como o vosso se forma de coisas mais palpáveis, tangíveis, materiais. O mundo dos espíritos não é o reflexo do vosso; o vosso é que é uma imagem grosseira e muito imperfeita do reino de além-túmulo
 
 
Pode haver até alguma dúvida sobre a locação da cena descrita por Bizet: trata-se da superfície da Terra, entre os encarnados, ou do espaço que a circunda, com seus vários meios fluídicos? Todavia, Bizet informa que tudo aconteceria, sim, do outro lado, mas lá em cima. Em que pese aos espíritos conservarem a capacidade de perceber o que na Terra se passa conosco e entre nós, as percepções dos envolvidos na cena vista por Bizet não estão voltadas em nenhuma medida para o que se verifica na vida física; talvez exatamente porque não estariam nas regiões terrestres de fato, entre os vivos. De qualquer forma, veem-se num drama cujo cenário é construído por seu desequilíbrio, com direito a criação fluídica até de um pedaço de comida, tão objetiva no além, que é identificada por um terceiro; este goza, contudo, de melhores condições morais e, a despeito de avistar esse tétrico conjunto de aparência, forma e cor determinadas, logo julga vã a motivação que o gera: satisfazer necessidade que, afinal, ali, não poderá ser atendida, por não haver função do perispírito que a demande. A cena transcorre pungente e horrenda. E Kardec não lhe faz reparo algum. Esmera-se até em defender a idoneidade do espírito comunicante e a precisão de seus informes, classificando a situação de modo quase inédito em seus escritos: prolongação mista da vida terrena, vida intermediária que, se bem não seja física nem propriamente espiritual, é inerente ao estado de inferioridade de certos espíritos e necessária ao seu adiantamento. Claro está, porém, que quase tudo não passa da criação de ilusões desses espíritos a si mesmos, ainda que se objetivem, até certo ponto, nalguns conjuntos fluídicos postos em ação pelo seu pensamento. Colônias? Onde? 
 
 
O Livro dos Espíritos havia lecionado ser o nosso mundo reflexo obscuro desse outro; e Kardec, ser a vida humana decalque dessa outra; entretanto, nesses casos, nada quanto ao aspecto propriamente do meio espiritual, e sim à sua organização societária e respectiva meritocracia. Já a fala de Mesmer bem distingue: 1) mundo espírita; 2) perispírito de seus habitantes. Afiança que o mundo dos invisíveis seria como o nosso, na medida em que o nosso constituiria uma imagem grosseira e muito imperfeita do reino de além-túmulo. Grosseira e imperfeita no que remete, por certo, a nossa forma mortal: comemos, bebemos, nos reproduzimos, para manutenção da vida que, aqui, extingue-se; assim mesmo, porém, nosso mundo não passaria de uma imagem, algo que, em aparência, aspecto, similar se apresentaria, portanto, a certas regiões etéreas, à exceção de fruições corporais, inviáveis nesses ambientes, em nada ecológicos, por não haver mais a morte ali; talvez holográficos, por assim dizer. Insisto: Quem sabe, algo como os tais campos, espécies de bivaques, que originalmente Mozart revelou a Kardec. 
 
 
Para espaços infinitos que são povoados ao infinito seria tão inviável esse aspecto, só o aspecto um tanto terreno de certas regiões fluídicas mais densas? Quer-se evitar o fomento da imaginação criativa de muitos, que os coloca nos domínios da pseudo-revelação luizina e suas desastrosas congêneres. Fato. Entretanto, abandonada a compreensão que, desse assunto, só Kardec pode proporcionar em mais diligentes medidas, é que se lançam os menos avisados exatamente ao fluxo do que lhes parecerá mais detalhado: os romances mediúnicos; em geral, um cortejo absurdo de subversões aos princípios do Espiritismo: espíritos a comer, a beber, a casar, a morar; e, hoje, mesmo a copular, a se reproduzir, com fecundação, gestação, nascimento dos “bebês” e, pasmem, até a morrer, sobrevindo o sepultamento dos perispíritos em cemitérios d’além-túmulo... 
 
 
Já diz muito o fato de que os espíritos inferiores podem, sim, e com frequência, consciente ou inconscientemente, criar ilusões a si mesmos e, em certos limites, até objetivá-las nos fluidos. Nada comparável, no entanto, aos evidentes abusos da subliteratura mediúnica e suas fantasias coloniais. Avanço mais uma vez em dizê-lo: era mesmo até esse ponto nefasto de distorção conceitual que nos queriam conduzir as almas jesuíticas da inglória causa federativa. Ante uma vida espiritual que, na prática, só replica a fruição da vida física, esvazia-se de sentido o princípio espírita da absoluta necessidade da encarnação, abrindo caminho para a ideia de que seria mera exceção punitiva aos que sofrem a queda. Portanto, rustenismo sutil do além, mediante agora a subliteratura de ficção, bem ao gosto popular, em quase tudo ingênuo e, de ordinário, desavisado. Kardec seria bem melhor, mas para este, nada.
 
[...] o espanto cessa quando se sabe que esses mesmos espíritos são seres como nós; que têm um corpo, fluídico é verdade, mas que não deixa de ser matéria; que, deixando seu invólucro carnal, certos espíritos continuam a vida terrestre com as mesmas vicissitudes, durante um tempo mais ou menos longo. Isto parece singular, mas é, e a observação nos ensina que tal é a situação dos espíritos que viveram mais a vida material do que a vida espiritual, situação por vezes terrível, porque a ilusão das necessidades da carne se faz sentir, e se tem todas as angústias de uma necessidade impossível de satisfazer. O suplício mitológico de Tântalo, nos Antigos, acusa um conhecimento mais exato do que se supõe, do estado do mundo de além-túmulo, sobretudo mais exato que entre os modernos. [...] O quadro que apresenta o cura Bizet nada tem, pois, de estranho; vem, ao contrário, confirmar, por mais um grande exemplo, o que já se sabia; e, o que afasta toda ideia de reflexão de pensamentos, é que o fez espontaneamente, sem que ninguém pensasse em chamar sua atenção sobre aquele ponto. Por que, então, teria vindo dizer, sem que se lhe perguntasse, se aquilo era assim ou não? Sem dúvida a isto foi levado para a nossa instrução. Aliás, toda a comunicação traz um cunho de gravidade, de sinceridade e de modéstia, que é bem o seu caráter e que não é próprio dos espíritos mistificadores. 
 
 
Afora o que destaquei de Mozart, Kardec, Bizet e Mesmer, entendo que também São Luís, Erasto e Santo Agostinho rasgaram esse véu, ao se referirem a: 1) mundos intermediários como viveiros da vida eterna, onde os espíritos se agrupam conforme seus graus de adiantamento; 2) regiões similares à Terra, das quais espíritos muito aprisionados à matéria não se podem afastar, bem como não o podem das próprias regiões terrenas; 3) mundos inferiores em que os encarnados, mesmo durante o sono, buscam antigas afeições que os chamam, prazeres mais baixos do que têm aqui, doutrinas mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que professam no corpo, em vigília. Seriam todas essas, no entanto, simples menções a outros planetas, e não a meios etéreos do nosso próprio orbe? Em caso afirmativo:  
 
 
1) Urgiria supor que São Luís se refere ao conceito inicial de mundos transitórios e, com efeito, que busca em meios interplanetários os espíritos afins que, na Terra encarnados, explicam a identidade de caráter tantas vezes observada entre pais e filhos. Não os existiriam por aqui mesmo? 2) Seria preciso crer possível, no pensamento de Erasto, que espíritos materialistas, antes na Terra encarnados e, por cegueira moral, aprisionados violentamente aos laços da matéria depois de mortos, deslocam-se, por vezes, para outros planetas, similares ao nosso, não permanecendo, assim, de preferência, na superfície da Terra, ou no espaço que a circunda. 3) Ter-se-ia que admitir Santo Agostinho a revelar, de espíritos inferiores, verdadeiras viagens interplanetárias durante os períodos de sono e, portanto, em estado de encarnação, o que não é exatamente um facilitador; anote-se que é referida a busca de prazeres ainda mais baixos do que eles têm durante a vigília; em espírito, ainda que presos a um corpo, não podem supor que satisfazem tais paixões senão alucinando, criando ilusões a si mesmos, entre pares igualmente inconsequentes. Tratar-se-ia, pois, de semelhantes interplanetários, localizados em mundos transitórios? Em todos os casos, restaria exorbitado o princípio de economicidade tão caro à razão. Por que imaginarmos alhures os seres que mais provavelmente estão vinculados ao nosso próprio planeta? Por que não estariam nos seus meios correspondentes aos estados sutis da matéria, integrantes da atmosfera espiritual terrestre? 
 
 
Antes de selar como mistério indevassável toda a vida espiritual, melhor admitir-lhe, ainda que fugidias, algo das referências terrenas, sempre tendo em vista, claro, para a análise das comunicações em que apareçam, as vigilantes restrições dos princípios kardecianos: 1) eventuais ilusões que os espíritos podem criar a si mesmos, ainda que objetivadas nos fluidos; 2) aparências que podem criar visando um fim qualquer, a encarnados ou desencarnados; 3) meras ficções psicográfico-obsessivas, cujo fim é a distorção dos ensinos do Espiritismo, sua substituição por outra matriz doutrinária. 
 
 
Fato é que esse prolongamento misto da vida terrena é situação por vezes terrível, sim; isto significa, contudo, que, doutras, nem tanto; fica a depender dos espíritos. Sobretudo na superfície do planeta, mas também no espaço que a circunda, está a massa da população ambiente do mundo invisível. Ela é composta, segundo Kardec: 1) pelos que, não mais podendo satisfazer suas paixões, se agradam da companhia dos encarnados que a estas se entregam, incitando nestes o cultivo daquelas; 2) pelos que se julgam ainda vivos; 3) pelos que, menos atrasados um pouco, embora não menos vulgares, já buscam algum aperfeiçoamento e instrução vendo e observando nossos costumes, mas impacientando-se por faltar-lhes a realidade dos nossos prazeres. Se distanciados, porém, da superfície da Terra e, assim, no espaço que a circunda, só quanto ao aspecto das coisas é possível aos espíritos menos depurados se moverem entre holográficas referências terrenais, próprias ainda dessas regiões etéreas mais densas. 
 
 
Como quer que seja, em nenhuma hipótese atende-se a necessidades que, do outro lado, não é possível satisfazer; não há, lá em cima, como fruir gozos carnais, por falta do instrumento dos mesmos: o corpo físico. Por isso Kardec recorre ao suplício mitológico de Tântalo como oportuna ilustração; a metáfora de tudo que está tão perto e, ao mesmo tempo, é inalcançável. Havia entre os antigos um conhecimento mais exato do estado do mundo espiritual do que entre os modernos, segundo Kardec; pela razão de que estes materializavam os gozos de além-túmulo, bem como suas penas. O Espiritismo discorda terminantemente disso, seja no cristianismo, seja mesmo no islamismo. Diz Kardec sobre certa nuança da vida depois da morte no Alcorão, Surata XXXVII, v. 39 a 47: 
 
 
Sem dúvida se notará que os rios, as fontes, os frutos abundantes e as sombras aí representam grande papel, por faltarem sobretudo aos habitantes do deserto. Os leitos macios e as roupas de seda, para gente habituada a dormir no chão e vestida com grosseiras peles de camelo, também deviam ter grande atrativo. Por mais ridículo que tudo isto nos pareça, pensemos no meio em que vivia Maomé e não o censuremos muito, pois, com o auxílio deste atrativo, ele soube tirar um povo da barbárie e dele fazer uma grande nação. 
 
 
Que diria Kardec então sobre a literatura de Chico Xavier e cia.? Que diria da comida, da bebida, das moradias, dos perispíritos com “calor orgânico” e “pulsação regular” de André Luiz? RIDÍCULO! Alguns querem situá-la numa transição do Catolicismo para o Espiritismo. Mas não vejo que a maioria evolua de Chico Xavier a Kardec; o contrário é que é considerado evolução, sem que praticamente ninguém se dê conta de um tão colossal anacronismo. Ora! Da refinada e cuidadosa concepção do mundo espírita, sem mescla em Kardec, até as bizarras grosserias da literatura de Chico Xavier e quejandos não há senão uma involução lamentável e grotesca.
 
 
De fato, o conceito de mundos transitórios é coisa crua, até insólita inicialmente. Espíritos a viver em meio ao caos dos elementos, até que a vida surja e se organize em planetas temporariamente inférteis, soa um tanto estranho sem o adendo que Kardec adiciona posteriormente: atmosfera espiritual, não mais a simples ação dos pensamentos nos fluidos ambientes, mas regiões etéreas, meios de maior ou menor pureza, que lhes servem de habitat post-mortem. As circunstâncias em que a ideia de mundos transitórios ou intermediários é transmitida ao mestre são, no mínimo, curiosas. 
 
 
Ele desconfia de uma informação de Chopin e lhe diz não compreender ser possível a espíritos errantes a execução de peças musicais no além-túmulo. Mozart, instado por Kardec a dar explicações sobre esse suposto fato, assegura compreender a hesitação do mestre; todavia confirma o dito de Chopin e o justifica com a existência, para os seres errantes, dessas espécies de bivaques, de campos onde descansem de uma demasiado longa erraticidade, embora, com isso, em absoluto, não responda ao que Kardec lhe pergunta. O mestre submete a questão a outro centro espírita, no qual Santo Agostinho junta a essas as informações que definem como mundos transitórios os planetas de superfície temporariamente estéril, mas habitados por espíritos errantes; avança e diz que, em nosso sistema, nenhum orbe existe nessa condição e que, só a Terra, durante sua formação, foi um deles, também conhecidos àquela altura por mundos intermediários
 
 
Esta sinonímia permanece na Revista e não passa explicitamente ao Livro dos Espíritos, no qual Kardec, na verdade, promove uma espécie de harmonização dos ensinos de Mozart sobre campos de descanso e os de Santo Agostinho a respeito de mundos transitórios. Isto se verifica sob o império da matemática, da física, da química, da biologia e, neste caso, sobretudo, da astronomia. O contexto cultural positivista é determinante para o julgamento de Kardec. Ante o paralelismo vocabular entre Espiritismo e astronomia, ele assimila os campos de descanso de Mozart aos mundos transitórios de Santo Agostinho, em cujo ínterim, mais tarde, instala-se a temeridade das colônias espirituais. Não há demérito de Kardec. Houve uma fatalidade. Essas ciências são matrizes metafóricas fortíssimas; a tal ponto que o próprio Espiritismo teria abortado se surgisse antes delas. Nenhuma surpresa, portanto. 
 
 
As coisas findam por se definir melhor no capítulo décimo quarto de A Gênese, no qual Kardec traça um recorte epistêmico brilhante, em que deixa os espaços físicos, materiais, ponderáveis, às ciências, e reivindica os domínios fluídicos, imponderáveis, espirituais, para o Espiritismo. Com isso, os espíritos são postos, enfim, em suas mais precisas fronteiras universais, que se estendem das superfícies planetárias até as inumeráveis camadas fluídicas que as circundam. Tanto os mundos transitórios de Santo Agostinho, quanto os campos de descanso de Mozart, permanecem viabilizados, desde que não padeçam o embaraço reducionista inicialmente provocado pelo paralelismo vocabular entre Espiritismo e astronomia. Diz-se, aliás, que os espíritos estão no mundo espírita, todavia, a ninguém acode o pensamento de que estejam propriamente noutro planeta, ao menos não na superfície de algum deles. Assim, depois de erraticidades algo penosas, tantas vezes acontecidas nas superfícies planetárias, ou nas regiões fluídicas próprias de seus entornos mais imediatos, pode-se admitir sejam os espíritos encaminhados a esses mundos, isto é, na verdade, a essas espécies de bivaques, de campos de repouso também localizados na atmosfera espiritual dos orbes, donde seguem, após períodos mais ou menos longos, em geral, para a reencarnação. Nada, porém, que autorize o mundo espírita a replicar a vida física em peripécias coloniais. 
 
 
O Espiritismo espraia a vida espiritual pelos “espaços infinitos povoados ao infinito”; o espaço que se supõe vazio está cheio de uma matéria em estados que, de ordinário, escapam aos nossos sentidos e instrumentos: esse é o mundo dos espíritos propriamente dito, que interpenetra o universo físico e em tudo o transcende. Estima-se, aliás, que a matéria conhecida represente apenas quatro por cento do universo, cabendo vinte e seis por cento à matéria escura e, assustadores setenta por cento, à energia escura. Pouquíssimo se compreende a respeito do que efetivamente seriam. 
 
 
Para além das nossas conjecturas, no entanto, é bom que se saiba haver estas certezas inflexíveis, o grande legado espírita a nossa modernidade atormentada pela doença de uma suspeita sistemática ao extremo: 1) a alma do justo é recebida como um irmão bem-amado e longamente esperado; a do mau, como um ser que se despreza; 2) segundo a afeição que tenhamos mantido, quase sempre aqueles que conhecemos na Terra vêm receber-nos, ajudar-nos em nossa libertação das faixas da matéria, depois do que reencontraremos a muitos que havíamos perdido de vista, assim como veremos outros espíritos que ali estarão, e os que se encontrarão ainda encarnados, que poderemos, sim, visitar; 3) raro será que haja solidão, porque viveremos em grupos, em famílias, unidos na similitude de tendências e propósitos, segundo nossa elevação; 4) conforme nossas disposições evolucionais e até que não nos haja mais proveito nisto, voltaremos a viver aqui, ou noutros mundos, rumo à vida exclusivamente espiritual.
 

Referências Bibliográficas

O Livro dos Espíritos, 87 e 232.

Revista Espírita. Mai/1859. “Música de Além-Túmulo” e “Mundos Intermediários ou Transitórios”, n. 3. O Livro dos Espíritos, 234 a 236.

Revista Espírita. Ago/1859. Mobiliário de Além-Túmulo, ns. 20 e 22.

A Gênese, VI, 19.

Revista Espírita. Abr/1859. Quadro da Vida Espírita.

O Livro dos Espíritos, 22, 36, 55, 87 e 278.

O Livro dos Espíritos, 232.

A Gênese, cap. XIV, ns. 3 a 5 e 10

O Livro dos Espíritos, 257. O Livro dos Médiuns, Parte II, Cap. IV, n. 74, XXIV.

O Livro dos Médiuns, 2.ª Parte, VIII. A Gênese, XIV, ns. 9 e 14.

Revista Espírita. Mai/1858. Palestras familiares de além-túmulo.

O Livro dos Espíritos, 255.

Revista Espírita. Mai/1859. Música de Além-Túmulo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, III, 2.

O Céu e o Inferno. 2.ª parte, cap. V, Um Ateu, n. 19.

A Gênese, XIV, 9 e 10.

Revista Espírita. Jun/1868. A fome entre os espíritos.

Revista Espírita. Mai/1865. Dissertações Espíritas. Sobre as Criações Fluídicas. Grifo do original.

O Livro dos Espíritos, 237.

KARDEC. A Gênese, XIV, 14.

Cf. Op. cit., n. 278 e comentário ao n. 266.

Revista Espírita. Mai/1859. Música de Além-Túmulo.

Revista Espírita. Ago/1859. Mobiliário de Além-Túmulo, ns. 20 e 22.

Revista Espírita. Jun/1868. A fome entre os espíritos. Negrito meu.

Revista Espírita. Jul/1862. Hereditariedade Moral.

Revista Espírita. Mai/1863. Questões e Problemas. Espíritos incrédulos e materialistas.

O Livro dos Espíritos, 402.

O Livro dos Espíritos, comentário ao n. 317. Revista Espírita. Maio/1859. Cenas da Vida Privada Espírita, ns. 20 a 22.

O Céu e o Inferno. Parte I, cap. IV, n. 14.

Revista Espírita. Nov/1866. Maomé e o Islamismo. Negrito meu.

Os Mensageiros. Cap. 22.

Revista Espírita. Mai/1859. Música de Além-Túmulo. Mundos Intermediários ou Transitórios.

Cf. A Gênese, I, 16.

O Livro dos Espíritos, 160, 215, 287. A Gênese, XI, 27 (ou 28).

 

Fonte: http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com.br/2013/05/o-espaco-e-os-mundos-nao-colonias.html