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sexta-feira, 30 de março de 2012

AREA Q - ESTRÉIA DIA 13 DE MARÇO DE 2012




Quando assisti o filme 3D animado RIO, sai do cinema com o pensamento: - Filme norte americano com jeito de Brasil!

Dia 26/03, assisti no Festival de Cinema Transcendental em Brasília, o filme Área Q.
Sai da exibição com o pensamento: - Filme Brasileiro com jeito de produção norte-americana!

Incrível!
Gerson Sanginitto e Halder Gomes conseguiram fazer um filme que no decorrer dele, é preciso focar a mente no pensamento de que o filme foi feito por Brasileiros. Se não focar, chegamos aos créditos acreditando se tratar de uma produção integralmente norte-americana.

Não se sabe direito se foi como Gerson e Halder conduziram o roteiro, as tomadas, os diálogos ou pela acertada escolha de ter no casting um ator norte americano.

Que importa?
O tempero acertou em cheio.

Sem nenhum demérito às nossas produções nacionais, que estão cada ano mais formidáveis e ganhando o respeito do exigente povo Brasileiro e críticos internacionais. Na verdade, fazer filme como os primos do norte da América é o mesmo que pedi para um gringo acertar o passo gingado de nosso maravilhoso samba. É possível, mas difícil!

Cada um no seu quadrado. Cada País com seu estilo.

Mas...porém...contudo.....sobretudo....Gerson Sanginitto e Halder Gomes preservando o que há de excelente em nossas produções nacionais e numa matemática muito bem aplicada, conseguiram fazer uma bela interseção de estilos, somando em Área Q, o jeito norte americano de fazer filmes

Durante toda a exibição do filme, persistiu a impressão de estar assistindo uma produção norte-americana, legítima, com inserções, na medida precisa, dos traços regionais do nordeste brasileiro.

Suprema costura!

Área Q pelo enredo que se desenrola numa pacata cidade do interior do Ceará, tinha tudo para ser monótono e arrastado.

Ao contrário, o roteiro inteligente, rico de detalhes, sem ser maçante, vai conduzindo seus personagens de forma leve, temperada de mistério já conhecido, porém intrigante, sem exagero forçado, numa linguagem simples e enxuta,

O filme tem argumentos fortes para decolar com sucesso a partir de sua estréia no dia 13 de abril:

Primeiro argumento:
Elogios mil para a escolha do nome do filme.
A conjuntura inserida no título Área Q, remete o interessado à atmosfera do famoso filme Homens de Preto!
O Verdadeiro sentido do nome do filme, alavanca o filme logo no início, não saindo mais do ranking atenção total durante toda a projeção.
Momento de muito interação com o público.

Segundo argumento:
Sem sombra de dúvidas, garantindo o sucesso da película, a admirável e acertada escolha do ator norte-americano: Isiah Washington.
A atuação dele é impecável, sem retoque.
Pelo contrário: Arrebatadora!
Quanta expressividade facial.
Quando ele se expressava no filme, adivinhávamos antecipadamente o que ele falaria, pois a mensagem já se fizera entender através da expressividade tremenda de seu olhar, nos trejeitos faciais, corporais, emocionais, enfim, maravilhoso!

Tenho certeza que Murilo Rosa, Tania Khalil e Ricardo Conti turbinaram suas atuações ao contracenarem com este admirável ator.
Dá gosto ir ao cinema, assistir este ator a altura de uma premiação como Melhor Ator do Ano.

Isiah Washington, deve ser exemplo para muitos atores.

O Terceiro argumento ancorando o provável sucesso de Área Q é o Roteiro.

Quem não foi ao cinema por atribuir ao filme, tema
repetitivo, já muito explorado sobre aparições de extraterrestres, objetos não identificados, OVINIs, acertou. Nada de novo. O velho e surrado argumento do filme ET, era o prato do dia.

Feliz daquele que repete a fórmula e consegue fazer igual ou melhor!

Área Q fez melhor!

Sai de lá sem saber direito se o filme é declaradamente uma ficção cientifica, baseada em denúncias das presenças de extraterrestres em diversos lugares do mundo ou se o filme foi feito porque no Ceará eles realmente estão por lá a tanto tempo, que foi preciso contar a história daquela Àrea Q no Cinema, evidenciando o fato!

Esse impasse valoriza o filme, sobremaneira.
Não concluir e deixar o público desenhar seu próprio fim é no mínimo, genial!
Assunto para rodas de amigos nas reuniões sociais: É ficção ou enfatiza uma verdade?
O roteiro não se decidiu. Não defendeu bandeiras. Nem forçou barra alguma em favor da idolatria aos OVINIs.

Cada um com sua própria conclusão.
Quer acreditar que alguém pode ser abduzido? Que seja....
Quer acreditar que se criou uma ficção cientifica em torno de um romance entre pai e filho? Também pode.
Quer acreditar que no Ceará na Área Q tem OVINIs? Fique a vontade....

Quarto argumento a destacar é o encontro de duas culturas tão diferentes - Nordeste do Brasil e Norte Americana - numa conexão perfeita os personagens Thomas e Eliosvaldo (Isiah e Ricardo) arrancaram do público presente, em vários momentos do filme, inúmeras gargalhadas, cada um com seu jeito Brasileiro e Americano de ser.

Este encontro onde grassou a lealdade de cada personagem à sua própria cultura, fez a diferença durante o drama.

Quinto argumento de sucesso é a leveza em que o tema OVINIs foi tratado.
Sem idolatria ou caráter aficionado aos extraterrestres.
Tudo muito light e ponto final!

A leveza de um tema que já fanatizou e fanatiza, ainda, a tantos, ficou registrada com glamour, quase no final do filme, quando Eliosvaldo, nativo da Área Q, se mostra tranquilo e sem afetação alguma, diante do representante de um pais considerado de primeiro mundo, onde a pesquisa cientifica não encontra obstáculos para se desenvolver e tornar seu povo mais lúcido e racional.

Fantásticas, na despedida dos dois, a interpretação ajustadíssima e a resposta simples e profunda de Eliosvaldo, ao então renomado jornalista norte americano, Thomaz Matheus, a princípio cético e descrente dos fatos. Toque de Mestre do Roteirista. Sintetizou o núcleo temático. Cada um busca e encontra na Área Q o que necessita, sem mais delongas, nem alardes.

Não posso deixar de citar a cena final.
Qualquer filme, tendo um ator genial capaz de transbordar para a tela a emoção mais pura, sentida, coerente com o momento, não tem como deixar de envolver o público e fazer um Gran Finale. Gerson sabia disto quando fez aquele belo close na estrela do firmamento Área Q.

Enfim, Área Q, é um exemplo de como fazer um bom filme.
Em poucas tomadas das mesmas paisagens contruiram uma história intrigante e de final surpreendente.

Para os Espíritas, o filme é recheado de princípios espiritistas.

Ao meu lado, sentou-se uma senhora de quase oitenta anos, fundadora de Centro Espírita, notável médium, portadora de um curriculum respeitável de quase 50 anos de trabalhos incansáveis na seara espírita.

A cada cena em que um princípio espiritista era sugerido, ela exclamava: Comunicação com os Espíritos, desdobramento. Noutra cena falava da mediunidade, vidência, noutra, reencarnação. Evidente, que não tive dificuldades em saber os pontos de contato que Área Q tem com o Espiritismo.

Falar de extraterrestre com um Espírita, causa lhe estranheza, se exagero permear a conversa.

Como diz Allan Kardec, explicando Jesus:
"O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito."....."Há muitas Moradas na Casa do Pai".

Temos inúmeros Espíritos vindo de outras constelações a nos visitarem sempre.
A migração entre os mundos é uma dádiva de Deus.
Os povos interplanetários se autoajudam por ordenação Divina em prol da construção da Paz Universal.

Vão e vêm numa ordenação sistemática e contínua, respeitando o movimento natural da vida, assim como no encadeamento das estações do ano (verão, outono, inverno, primavera).

Então, não entendo porquê os aficionados teimam e querem, porque querem, transformá-los em Deuses?
São gente como a gente!

Já estiveram entre nós, ou ainda estão, os Espíritos oriundos de Capela, muito bem esclarecido pelo Mentor Emmanuel (livro: A Caminho da Luz) de Francisco Cândido Xavier, conhecidos por Capelinos. Hoje temos os imigrantes de Alcione conforme nos informa o livro Transição de Divaldo Pereira Franco.

Os Espíritos reencarnados na Terra também migram para outros Orbes.
Devem ser chamados por lá de ExtraSaturno, ExtraMarte, ExtraPlutão, ExtraJúpiter...rs...

Que importa a dimensão? Migrar entre as várias moradas é lei universal.

Evidente que com os temperos de mistério, abduções, aura do maravilhoso, do extraordinário, o tema torna-se bem mais excitante e garante muita adrenalina no sangue. Enfim, cada um no seu quadrado....

O Espírita sabe qual é o seu.

Para os Espíritas ou para os que professam outras religiões, seitas ou mesmo os amantes do cinema, o filme Área Q atenderá o gosto e preferência de quem se dignar ir aos cinemas a partir do dia 13/04.

Recomendo para todos!
A mensagem do filme é construtiva e nobre.

Quem resistirá assistir a dedicação de um pai amoroso e afetivo?
Acredito que ninguém....

Até quem já foi abduzido irá...rs...rs

Parabéns Gerson, Halder, Girão e Estação da Luz pela bela produção, com seu jeitão carismático Brasil-América!


Abrilhantou com louvor a abertura do II Festival de Cinema Transcendental em nossa cidade - Brasília.

Germana Carsten
Comunhão Espírita- Brasília


Fraternalmente,

Magali Bischoff
Mundo Maior Filmes
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Emissoras de Televisão da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ
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Registro. “Área Q” é consagrado pelo público na abertura do

II Festival de Cinema Transcendental. Brasília, DF


Um filme humanista, de valores. Um argumento original na história do cinema brasileiro. Representante de um gênero pouquíssimo explorado na cinematografia do país. Enredo que, por trás das aparições de supostos OVNI'S nas cidades de Quixadá e Quixeramobim, no interior do Ceará, traz uma mensagem positiva, uma reflexão sobre a nossa atuação no planeta e um chamado para intensificarmos ainda mais a necessidade de mudança e envolvimento.

Foi isso que o diretor Gerson Sanginitto, o ator Murilo Rosa e o produtor Luís Eduardo Girão defenderam na entrevista coletiva do filme “Área Q”, que abriu o II Festival de Cinema Transcendetal numa lotada sala Martins Penna do Teatro Nacional, em Brasília. Já no hall de entrada, a expectativa e a curiosidade do público eram visíveis. E após as quase duas horas de projeção sucederam-se palmas entusiasmadas e gestos de ovação pouco comuns, comprovando que o objetivo da equipe foi alcançado.

Co-produção Brasil/EUA, “Área Q” impressionou pela qualidade técnica acima da média, pela química entre os atores principais Isaiah Washington (da série Greys' Anatomy e protagonistas de diversos filmes importantes nos EUA), Murilo Rosa, Tânia Khalil e Ricardo Conti. Misturando drama, comédia e ficção, “Área Q” também coloca a própria paisagem única das duas cidades, grandiosas e misteriosas, como um personagem da trama. Os panoramas sobre as montanhas de Quixadá e Quixeramobim, fundamentais no desenvolver da história, foram favorecidos pelo uso de câmeras Panavision, uma das melhores do mundo.

Para Sanginitto, o filme carrega bastante simbologia. Nas locações, nos nomes dos personagem e em cada detalhe. Destacando o cuidado com o aspecto técnico, o acabamento e o próprio trato com os atores, que diferenciam a produção.

Murilo Rosa falou sobre sua experiência no set de filmagem: “Uma semelhança entre o meu personagem e as pessoas que eu conheci lá é que são pessoas evoluídas. Evolução não tem a ver com dinheiro, com poder. Tem a ver com pureza, com valores. E no interior, de todo o Brasil encontramos essas pessoas. Gente que não está contaminada pelo excesso de informação que temos na metrópole. E foi um laboratório pra mim, para um personagem que precisava dessa pureza”.

Luís Eduardo Girão, diretor da ONG Estação Luz e co-produtor do filme, completa: “é uma mensagem de transição planetária, de cultura de paz, de renovação, um filme que é muito deslocado de tudo que já fizemos até hoje pela abordagem. Então essa mensagem de renovação da vida e respeito ao meio ambiente é nova nos filmes que falam de OVNI'S. Com exceção de alguns filmes de Steven Spielberg, esse é um viés único no mundo”.

Segundo Girão, a escolha de Brasília para sediar o lançamento oficial de “Área Q” no Brasil – que estará nos cinemas no dia 13 de abril – e o próprio Festival de Cinema Transcendental se dá não apenas pela importância da cidade mas pelo grande histórico da região em relação a temas espiritualistas e a enorme presença de pessoas ligadas à área. A noite de abertura contou ainda com o belo show de Flávio Fonseca, renomado artista brasileiro.

Hoje, o II Festival de Cinema Transcendental continua com o lançamento do livro “As Mães de Chico Xavier”, com a presença do autor Saulo Gomes, autografando a obra, a exibição do filme “O Moinho e a Cruz”, do diretor polonês Lech Majewski e o começo da Mostra Competitiva de Curtas. Os ingressos podem ser trocados por 2 kg de alimentos não-perecíveis.

Programação 2º Dia de Festival - Dia 27 de março

19h Mostra de Curtas

Seja Diferente - Dir. Luiz Vicente Braga (Distrito Federal) - 13min

Dona Romana e o grande eixo da terra - Dir. Paulo Rezende (Goiás) - 20 min

O Medalhão - Dir. Ricardo Borges (Goiás) - 7 min

Sunday - Dir. Fábio Delai/ Renne Castrucci (São Paulo) - 18 min

20h O Moinho e a Cruz

SINOPSE: Flandres (hoje Bélgica), século 17, época da ocupação espanhola. Enquanto constrói o quadro A Procissão Para o Calvário, o artista Pieter Bruegel, o Velho, vai se inspirando em personagens e fatos históricos para compor a sua obra. Judas, um fazendeiro, um burguês se tornam vivos na pintura, assim como uma amiga serve de inspiração para a Virgem Maria. No quadro ele vai expressando as dores, os tormentos, os confrontos religiosos e os fatos que marcaram a vida humana na Idade Média.

O FILME: Drama histórico filmado em locações fantásticas na Polônia, Áustria e Nova Zelândia, tendo, sempre, como pano de fundo um gigantesco quadro de Pieter Brugel pintado a mão. Quadro e filme retratam a arte flamenga do século 16.

Ficha Técnica:O MYLOS KAI O STRAVROS/The Mill and the Cross. Polônia, 2011. Diretor: LechMajewski. Roteiro: Majewski, Michael Francis Gibson. Fotografia: Majewski e Adam Sikora. Montagem: Eliot Sem e Norbert Rudzik. Música: Majewski e Josef Skrzek. Elenco: Rutger Hauer (Pieter Bruegel), Charlotte Rampling (Mary), Michael York (Nicolaes Jonghelinck), Joanna Litwin (MarijkenBruegel), Dorota Lis (Saskia Jonghelinck), Oskar Juliczka (Músico) e Marian Makula (Miller). Produção: Lech Majewski/Freddy Olsson/Dorota Roszkowska. Lume Filmes. 92 minutos.

Veja os postos de troca de ingressos:

FEDF Sede Sudoeste: QMSW 05 Lote 05 – Sudoeste Fone / Fax: 3344 8237

LBV - SGAS 915, lote 74 — Asa Sul

Comunhão Espírita Avenida L2 Sul, Quadra 604, Lote 27

Após a realização do festival em Brasília, será a vez de Fortaleza prestigiar a mostra, que acontece na capital cearense entre os dias 9 e 12 de abril.

Mais informações:

Estação da Luz - (85) 3260-5140

Frisson Comunicação: (61) 3964-8104

Site: www.cinematranscendental.com.br

Twitter: @ctranscendental

Crédito das fotos: Renato Alves

Fontes para entrevistas:

Lucas de Pádua – Coordenador do Festival



JOVENS DE CLASSE MÉDIA ALTA ADEREM O NOVO ESPIRITISMO


A religião assume uma face moderna e cresce entre os jovens de classe média. Maior país espírita do mundo, o Brasil já exporta a Doutrina para os Estados Unidos
Martha Mendonça



A Top Model Raica Oliveira, de 22 anos, foi criada na religião espírita. Nascida em Niterói, a namorada do craque Ronaldo mora hoje com a maior parte do tempo do ano em Nova York por conta dos compromissos profissionais. Quando está nos Estados Unidos, Raica vai ao centro Casa São José na cidade vizinha de New Jersey, frequentado por brasileiros como Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira - considerados médiuns pelos adeptos da doutrina.



Raica, Raul e Divaldo são, segundo uma reportagem publicada recentemente no jornal americano The New York Times, as faces visíveis de um novo fenômeno: a abertura de centros espíritas nos Estados Unidos dirigidos por brasileiros, frequentados pela comunidade latina e também por americanos. O Brasil não é apenas o maior país católico do mundo. É também a nação com maior número de espíritas, cerca de 20 milhões de pessoas, segundo os números oficiais. E, agora, tornou-se também o principal pólo difusor da religião fundada e sistematizada pelo frncês Allan Kardec.


Os Espíritas têm renda familiar 150% superior à média nacional

Quais as características desse espiritismo que o Brasil professa e exporta ? pode-se dizer que o rosto de Raica, uma das mulheres mais bonitas do país, é a face-símbolo de uma nova fase na religião. Esqueça os copos que se movimentam sozinhos sobre a mesa branca, as operações com canivete e sem anestesia do médium Zé Arigó e as sessões de exorcismo coletivo transmitidas pelo rádio. Isso tudo ainda existe, mas o crescimento e a exportação da doutrina se devem principalmente a seu lado menos místico e mais racional.



Esse "novo espiritismo" preserva os pilares básicos da religião: a imortalidade do espírito, sua reencarnação e evolução, além da possibilidade de comunicação entre vivos e mortos. mas se baseia muito mais em leituras e na introspecção que em rituais ou sessões que invocam supostas forças do além. São incentivadas também as duas práticas mais fortes da doutrina: a caridade e a tolerância religiosa. O espiritismo vem crescendo no Brasil, principalmente entre jovens de classe média. No site de relacionamentos Orkut, já existem 366 comunidades sobre "espiritismo" e outras 808 quando se busca a palavra-chave "espírita".


77% dos espíritas têm entre oito e 15 anos de estudo, em média dez anos a mais que os católicos

A maior delas se chama simplesmente Espiritismo. tem 183.546 membros. Lá, as discussões variam desde assuntos simples, como o lançamento de um livro, até questões teóricas mais elaboradas, como a relação entre espíritos e Física Quântica. Curiosamente, a palavra "católicismo" registra apenas 34 comunidades, e "católico" 421. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística calcula que a doutrina espírita tem 20 milhões de adeptos no Brasil, afora os que professam o espiritismo como segunda religião. A doutrina cresceu 40% entre os últimos dois censos. Os dados do IBGE mostram que esse crescimento se deu principalmente nos estrados mais ricos e escolarizados da população. A Renda dos Espíritas é 150% superior à média nacional, e 52% deles ganha acima de 5 salários mínimos. Entre os espíritas, 77% têm entre oito e 15 anos de escolaridade, dez anos em média a mais que os católicos.



Além de Raica de Oliveira, outras celebridades vêm aderindo ao espiritismo, embora poucas alardeiem professar a crença. Boa parte prefere tratar o assunto como algo privado. É o caso da atriz Cleo Pires, que herdou a fé do seu pai, o cantor Fábio Júnior, e dos avós maternos. O tenista Gustavo Kuerten recentemente se submeteu a um tratamento espírita, levado por seu fisioterapeuta, Nilton Petrone - o mesmo de Xuxa e Romário.



Sofrendo de dores nos quadris que o derrubaram do primeiro para o 452º lugar no ranking do esporte, Guga, aos 29 anos, recorreu a um tratamento espiritual no Lar do Frei Luiz, centro espírita da zona oeste do Rio. "Foi minha primeira experiência com o espiritismo. Estou mais calmo e equilibrado.", disse Guga à Época. Tecnicamente, o tratamento, ocorrido no dia 10 de junho, não foi uma cirurgia, pois não houve cortes. Guga seguiu o procedimento-padrão do centro. Primeiro, ficou mais de uma hora na sala de orações, com mais de 50 pessoas. Depois, foi com um pequeno grupo para uma sala escura. "O tratamento espiritual não substitui a fisioterapia, apenas a complementa", diz Nilton Petrone.



O novo espiritismo que atrai gente como Raika ou Guga engendrou algo que se pode chamar de "Cultura Espírita". É natural, numa religião em que a leitura prevalece cada vez mais sobre o virtual, que a faceta mais visível dessa cultura sejam os livros. Vários deles atingiram a lista dos best-sellers. Sozinho, o mineiro Chico Xavier, morto em julho de 2002 e considerado o maior dos médiuns pelos adeptos da religião, vendeu (e ainda vende) 25 milhões de exemplares de seus mais de 400 livros, todos supostamente psicografados. Zibia Gasparetto, de 78 anos, já vendeu 5 milhões de exemplares de obras que afirma ter psicografado. Há dez anosnão sai da lista dos dez bet-sellers nacionais. Outro sucesso nas livrarias foi a coletânea de entrevistas Encontro com Médiuns Notáveis, escrita pelo músico e pesquisador Waldemar Falcão. O jornalista Marcel Souto Maior chegou à casa dos 300 mil exemplares nos últimos dez anos, desde que lançou a biografia As Vidas de Chico Xavier. O livro vai servir de base para um filme, com direção de Daniel Filho e lançamento previsto para o ano que vem.
A principal característica da cultura espírita é que ela ultrapassa os adeptos da doutrina e até aqueles que têm o espiritismo como segunda religião. Para além dos livros que fazem sucesso com os leitores de todas as crenças, os programas de televisão que tratam do assunto sempre conseguem uma larga audiência. Trasnmitida até o início deste ano, a novela Alma Gêmea, da TV Globo, teve o melhor Ibope do horário das 6 na última década, impulsionada por uma história de reencarnação. Quando o folhetim foi ao ar, a Globo fez uma pesquisa qualitativa para saber a aceitação do tema entre os espectadores. Mesmo os que não eram espíritas aprovaram enfaticamente a trama e os personagens. Quando terminar sinhá moça, que está no ar com resultados inferiores aos de Alma Gêmea, entrará no ar O Profeta. Nova versão da novela de Ivani Ribeiro dos anos 70, na Tupi. a trama gira em torno de espiritismo e mediunidade. Na nova versão de O Profeta, o protagonista será interpretado pelo ator Thiago Fragoso. "O telespectador gosta de assuntos que o levem a pensar sobre o que somos, para onde iremos", diz Walcyr Carrasco, autor de Alma Gêmea e supervisor da adaptação de O Profeta.


FÉ HERDADA
A atriz Cleo Pires chegou ao espiritismo por influência do pai, Fábio Junior, e dos avós maternos

O diretor-geral do programa Linha Direta, da TV Globo, Milton Ubirached, diz que se assustou com a repercussão dos episódios que tocaram no tema do espiritismo. "No ano passado, a história sobre cartas psicografadas de 13 mortos do Edifício Joelma (Prédio Paulista que pegou fogo em 1974 e deixou 189 mortos) deu 30 pontos de audiência à meia-noite", afirma. Em julho, de olho na curiosidade do público, esse episódios serão reunidos em DVD. Outro programa da série que conseguiu boa audiência relatando um caso curioso. No fim de maio, no município gaúcho de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, uma carta supostamente ditada por um morto ajudou na absolvição da ré Iara Barcelos, de 63 anos, acusada de ser mandante de um crime. O juri ficou sensibilizado pela mensagem, que seria da vítima, o tabelião Ercy da Silva Cardoso. Na carta Ercy afimava a inocência de Yara.
A Cultura Espírita ja chegou aos Estados Unidos. Filmes arrasa-quarteirão como Ghost, de 1990, já mostravam o apelo de temas como a comunicação entre vivos e mortos. Agora, começa a fazer sucesso na televisão americana a série Médium. Nela, uma mulher psicografa mensagens que ajudam a desvendar crimes. A protagonista da série é baseada em uma personagem real, a americana Allison Dubois, cujo livro Não é preciso dizer adeus acaba de ser lançado no Brasil. Citado na reportagem de The New York Times, o espírita Divaldo Pereira Franco, de 79 anos, acredita no crescimento da doutrina nos Estados Unidos, onde começou a fazer palestras em 1962. "Em minha última palestra, em Baltimore, 70% da platéia era de americanos", diz Franco. Em Nova York foram criados dez centros espíritas na últtima década. Em New Jersey, mais seis.
O que explica a adesão crescente da classe média ao espiritismo ? Quem responde é o sociólogo Flávio Pierucci, na Universidade de São Paulo. autor de A Realidade Social das Religiões no Brasil: "O espiritismo é uma religião confortável. Ela suavisa o drama da morte e dá respostas lógicas ao que acontece de bom ou de ruim.



Sem falar que podemos levar créditos ou débitos para outras vidas". Piericci considera que há três razões pelas quais "o novo espiritismo" atrai tantos adeptos entre a classe média:
  1. A Doutrina Espírita se baseia num conjunto de idéias muito bem sistematizado e, portanto, passível de aceitação nacional.
  2. Ela é flexível e acolhe gente de todas as religiões.
  3. A forma original da religião fundada por Kardec de lidar com a questão da morte.
Para entender cada um desses motivos, é preciso fazer um breve histórico da religião espírita. As idéias que alicerçam o espiritismo foram sistematizadas pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon em 1804. Ele passaria para a história sob o pseudônimo de Allan Kardec - que seria o nome de um druida, supostamente sua encarnação anterior. Nascido em uma família de magistrados católicos, ele decidiu seguir também o caminho da educação e sempre lutou pela democratização do ensino público na França. Em 1854, kardec se interessou pelo fenômeno então conhecido como "mesa giratória". Nos salões elegantes, após os saraus, gente da alta sociedade costumava se sentar em torno dessas mesas para, segundo acreditavam, dialogar com os espíritos. Utilizando recursos supostamente mediúnicos dos presentes, as entidades desencarnadas se manifestariam. Segundo os historiadores, o fenômeno foi a coqueluche da sociedade francesa de 1853 a 1855. Os eventos das mesas giratórias ganharam dezenas de reportagens dos jornais europeus.
Kardec mergulhou nesse universo por três anos, até estruturar uma doutrina que, segundo ele, unia os conhecimentos científico, filosófico e religioso. Ele escreveu sua obra básica, O Livro dos Espíritos, em 1857. O livro é resultado dos diálogos que Kardec afirma ter estabelecido com os espíritos desencarnados nas diversas reuniões mediúnicas de que participou. Kardec não dizia ser médium. Afirmava valer-se de um método científico para conferir a veracidade dos diálogos. Dizia ouvir a voz de diferentes espíritos por meio de diferentes médiuns para cotejar as versões. A obra se estutura em 1.019 tópicos, no estilo pergunta e resposta. O Livro dos Espíritos serviu de base para mais quatro obras de Kardec: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Como há outras religiões espiritualistas - que creêm na vida além da matéria -, criou-se a expressão "Kardecismo" para diferenciar a doutrina de Kardec das outras. O termo, porém, é considerado errôneo pela Federação Espírita Brasileira (FEB). Chamar o espiritismo de kardecismo é considerado uma redundância. Kardec morreu em 1869, aos 64 anos, e seus livros estão para o espiritismo como o Novo Testamento para os cristãos, a Torá para os judeus e o Alcorão para os mulçumanos.
Quando Kardec codificou sua doutrina, deu-lhe um revestimento científico. É essa roupagem racional o primeiro motivo para o sucesso do espiritismo no mundo moderno. "Razão a fé não estão em polos opostos. Cremos em algo lógico, não místico", diz o presidente da Federação Espírita Brasileira, Nelson Masotti. "Seria difícil seguir uma religião que não estimula a discussão e o conhecimento", diz o engenheiro carioca Ricardo Danziger, de 47 anos, filho de mãe católica, e pai judeu. Toda a sua família - a mulher, Ana Cristina, e os filhos adolescentes, Ricardo e Júlia - professa a religião espírita e frequentam o mesmo centro, o Lar Teresa, no bairro carioca de Copacabana.
Ao contrário do que se possa imaginar, quem entra num centro espírita não vai encontrar médiuns se contorcendo ou sessões de exorcismo coletivo. Centros espíritas são, mais que tudo, espaços de leitura, discussão e prece. Nas reuniões dos espíritas, normalmente há primeiro uma leitura de um dos livros de Kardec. Depois uma palestra em que o participante do centro apresenta suas interpretações sobre algum ponto da doutrina. Por fim, há o passe, momento em que o médium (não necessariamente incorporado) diz trocar energia com os presentes. Ao fundo, oração coletiva e, em muitos casos, luz mais fraca.

TOLERÂNCIA
Raul Teixeira é considerado pelos espíritas um dos maiores médiuns brasileiros. "Quem se degladia com outras religiões mostra falta de maturidade na fé. Quem não crê o suficiente tenta convencer os outros para convercer a si próprio", diz.



A segunda razão para o crescimento do espiritismo é a flexibilidade da doutrina. Avessos a fundamentalismos, hierarquias, sacerdotes, altares e ídolos, os espíritas acolhem pessoas de todas as religiões. Não há exigências na atitude, no vestuário ou cobrança financeira. Adeptos de outras religiões costumam se envolver com o espiritismo sem necessariamente abandonar as crenças originais. "Somos avessos ao fundamentalismo. Dai ser tão importante o estudo e a leitura", afirma o carioca Raul Teixeira, considerado pela Federação Espírita Brasileira um dos maiores médiuns do país. "Quem se degaldia com outras religiões mostra falta de maturidade na fé. Quem não crê o suficiente tenta convencer os outros para convercer a si mesmo." Uma pesquisa realizada pela Federação Espírita Brasileira em São Paulo e no Rio Grande do Sul mostra que apenas um em cada quatro frequentadores de centros se considera oficialmente espírita. "Não temos dogmas, santos, hierarquia. Há respeito por todas as crenças", diz o economista carioca André Menezes Cortes, de 36 anos. nascido em uma família católica, hoje ele é adepto da doutrina de Kardec.
A terceira e principal razão para que o espiritismo tenha tantos adeptos é a maneira como a religião fundada por Kardec lida com a questão da morte. para os espíritas, ela não é o fim de tudo. É possivel ter outras vidas e nelas resolver assuntos pendentes de encarnações passadas. É algo semelhante ao que os budistas costumam chamar de carma, uma espécie de "preço" para nas diversas vidas rumo à evolução espiritual. Para os cristãos, a vida é uma chance única: resolva tudo agora e salvará sua alma - ou arderá no inferno. O Budismo e o induismo admitem a reencarnação. Só o espiritismo, no entanto, diz possibilitar a comunicação entre "encarnados" e "desencarnados". Segundo os espíritas, é possível trocar mensagens orais ou escritas por meio dos médiuns - pessoas que funcionam como antenas entre os dois mundos.
CONVERSÃO
O economista carioca André Menezes Cortes, de 36 anos, nasceu numa família católica. Hoje se diz espírita. "Não temos dogmas, santos, hierarquia, e há respeito por todas as crenças", afirma.



Chico Xavier foi o maior deles. Escreveu mais d 400 livros. Mulato pobre, nascido em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, Chico foi perseguido e investigado desde os anos 30, quando sua fama se alastrou pelo país> Nessa época, ele dizia psicografar textos de escritores e poetas mortos, que guardavam, para espanto geral, incrível semelhança com o estilo original. nas décadas que se seguiram, Chico se tornou referência no mundo do espiritismo. Isso resultou em verdadeiras romarias a sua casa, em Uberaba, em Minas, para onde se mudou em 1959 e onde morou até morrer, aos 92 anos, em 2002.
As obras de Chico Xavier trouxeram imenso consolo ao taxista carioca Gilberto da Silva Netto, de 65 anos. Há algumas semanas, as noites de Gilberto tem sido dedicadas à leitura de Jovens no Além, escrito por Chico Xavier em 1975. O livro tras mensagens supostamente psicografadas por pessoas que perderam a vida cedo, em circunstâncias trágicas. Gilberto é pai de Rodrigo, o Nettinho, guitarrista da banda Detonautas, assassinado num assalto no início de junho no Rio. Católico de formação. Gilberto se define como cético sobre qualquer religião. Mas diz ter se aproximado do espiritismo em busca de respostas.


O MITO
Chico Xavier é uma referência para os espíritas do mundo inteiro. Sua imensa popularidade é uma das razões do crecimento do espiritismo no Brasil.

"Quero acreditar que meu filho está bem, em algum lugar", diz o taxista. Ele também perdeu a mãe de seus filhos, de câncer, há mais de 20 anos. Sua atual mulher, a professora Eliane Perez, que criou Rodrigo desde os 9 anos, é espírita desde jovem e procura acalmar a família depois da tragédia. "Tenho explicado a todos que nada é por acaso. E que algum dia vamos todos nos reencontrar, de alguma maneira", afirma Eliane.
A presença do espiritismo na cultura brasileira vem de longe. Pode-se dizer que dois conjuntos de idéias originalmente francesas - o espiritismo e o positivismo, de onde herdamos o lema "Ordem e Progresso" - encontraram solo fértil no Brasil francólico da virada do século XIX para o XX. Nessa época, o jornalista João do Rio - um adepto do estilo de jornalismo literário que nos anos 60 viria a ser chamado de "new jornalism" pela geração de Tom Wolf e Gay Talese - registrou o frison em torno do espiritismo em seu livro As Religiões do Rio. "Nas rodas mais elegantes, entre os sportsmen inteligentes, lavra o desespero das comunicações espíritas, como em Paris o automobilismo", escreveu João do Rio em um livro em 1904 que acaba de ser relançado no Brasil.
A doutrina de Kardec chegou ao Brasil logo depois de ter sido divulgada no Livro dos Espíritos, por meio de um grupo de franceses que moravam no Rio, então capital do Império. Foi rapidamente absorvida por uma elite. Com o tempo, começaram as primeiras repercussões de supostos eventos mediúnicos e tratamentos espirituais. A partir de 1890, um movimento liderado por médicos, apoiados por juristas, resultou em perseguição ao espiritismo. "De certa forma, naquele momento a doutrina concorria com a medicina", diz a antropóloga Sandra Stohl, autora do livro Espiritismo à Brasileira, baseado em sua tese na Universidade de São Paulo.
Foi o médico Adolfo Bezerra de Menezes, na primeira metade do século XX, quem deslocou o foco da doutrina da ciência para a caridade. Essa ênfase se tornou uma característica marcante do espiritismo brasileiro. Estima-se que meio milhão de pessoas no país recebam ajuda de alguma entidade espírita. A própria Federação Espírita Brasileira iniciou um trabalho social em 1884, ano de sua fundação. Heje ela dá assistência a aproximadamente mil famílias, além de manter uma creche para 800 crianças na cidade de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás.
As Casas André Luiz, de São Paulo, atendem pacientes pacientes com problemas de saúde mental - 630 em regime de alojamento e 800 em regime ambulatorial. A assitência se estende à familia do doente, já que quase todos os pacientes são muito pobres. Divaldo Pereira Franco, aquele que também atua nos Estados Unidos, mantém em Salvador a Mansão do Caminho. Desde 1947, a entidade já prestou atendimento médico e odontológico a mais de 30 mil pessoas. vivemos num mundo cada vez mais competitivo, em que muitas vezes a caridade é deixada em segundo plano. A época atual é também de recrudescimento de fundamentalismos que sufocam a liberdade religiosa. Num tempo assim, a acolhida cada vez maior da mensagem espírita, fundamentada na tolerância e solidariedade, é um fato a comemorar.
RACIONALIDADE
"Seria difícil seguir uma religião que não estimula a discussão e o conhecimento", diz o engenheiro carioca Ricardo Danziger, de 47 anos. Sua mulher, Ana, e os filhos, Ricardo e Júlia, também são espíritas.
A verdadeira felicidade reside na conquista

dos tesouros imperecíveis da alma.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pinga Fogo


Richard Simonetti

1 - Na questão 551, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: “Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?” A resposta é surpreendente: “Não; Deus não o permitiria.” Não contraria os incontáveis casos de pessoas perseguidas por Espíritos que atendem à evocação maldosa de gente que pretende prejudicá-las?

Há muita fantasia em torno do assunto, envolvendo médiuns supostamente capazes de “contratar” tais Espíritos, supostamente dotados de poderes para prejudicar as vítimas. Se isso fosse tão simples estaríamos todos “fritos”, conforme a expressão popular, à mercê dessas influências.

02 - No entanto, é comum nos depararmos com pessoas assustadas que foram informadas de que estão “amarradas” por artes desses “contratos”.

É a maneira desonesta usada por gente especializada em impressionar os incautos. Há muita ingenuidade da parte dos consulentes e muita malandragem da parte dos supostos “médiuns”, amedrontando-os para mais facilmente tirar-lhes dinheiro.

3 - Não obstante, toda obsessão envolve influências espirituais. Sejam evocadas por médiuns ou tenham a iniciativa de Espíritos malfazejos, não produzem males na vítima?

Consideremos que um Espírito pode nos ocasionar embaraços, envolvendo as pessoas que nos rodeiam ou pressionando nosso psiquismo, mas só será capaz de nos molestar na intimidade da própria consciência se reagirmos de forma desajustada. Então, não é o mal que nos faça que nos afetará, mas o mal que asilarmos em reação à sua influência. Se eu conseguir manter a calma e o equilíbrio, sintonizado com o bem e a verdade, não serei atingido.

4 - Digamos que o Espírito obsidie uma mulher, induzindo- a ao adultério. Não estará fazendo mal ao seu marido?

O mal está com quem o pratica, no caso a esposa que cedeu à influência do Espírito, por guardar tendências compatíveis com o adultério. Vai responder por isso. Se o marido, revelando comportamento machista, agredi-la ou submetê-la à execração pública, então, sim, estará se envolvendo com o mal.

5 - De qualquer forma, haverá sofrimento para ele. Isso não é um mal?

Não podemos confundir com o mal o sofrimento decorrente de algum prejuízo moral ou material que nos façam.. Ele está nos sentimentos negativos, no ódio, no rancor, no desejo de vingança…Se não os asilamos no coração, esse mal “periférico” nos fará crescer.

6 - Então o mal acaba se convertendo num bem?

Sem dúvida, mesmo o mal que façamos porquanto, contrariando as leis divinas, somos penalizados por nossa própria consciência que, mais cedo ou mais tarde, nos imporá sofrimentos depuradores, que nos converterão ao Bem.

7 - Por isso Jesus recomendava o perdão?

Não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, perdão incondicional, que tira o sofrimento maior, quando nos causam prejuízos, ajudando-nos a manter a própria integridade, sem nos deixarmos arrastar ao revide, este sim, o verdadeiro prejuízo, inspirado pelo mal em nós, quando não relevamos.

8 - Em resumo…

Nenhum Espírito nos induzirá ao mal, se cultivarmos o bem. Mesmo diante de prejuízos que nos cause, conservaremos a própria integridade, evitando os comprometimentos do desequilíbrio. Consideremos, ainda, a questão vibratória, quando assediados por Espíritos que venham por encomenda ou por iniciativa própria: não seremos afetados, desde que mantenhamos uma conduta reta, firma, baseada em princípios de fraternidade e respeito pelo próximo. Atendendo à lei de sintonia psíquica, nenhum Espírito mau nos envolverá se sempre encontrar o bem a reinar em nosso coração.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Espiritismo nas Universidades de Cambridge e Oxford, Inglaterra


Acredito que isso nos demonstre que, no mínimo, é possível o diálogo aberto entre cientistas e religiosos. Contanto que sejam religiosos livres de dogmas, e cientistas livres do "ceticismo fundamentalista", ou pelo menos que considerem ir a uma palestra sobre religião para uma platéia de cientistas.

Depois de aqui ter colocado uma síntese da notícia sobre a ida de Luís de Almeida à Universidade de Sorbonne, Paris VI (U. Pierre et Marie Currie ) no âmbito da conferência «Porque sou cientista e espírita?», segue-se um artigo publicado na Revista Internacional de Espiritismo do mês de Setembro (pp. 444-5). O texto é da autoria de José Santos a quem a Casa da Boa Vontade agradece profundamente pela autorização para a publicação do texto integral e das fotos neste blogue.



ESPIRITISMO NAS UNIVERSIDADES DE CAMBRIDGE E OXFORD, INGLATERRA

O Professor Doutor Luís de Almeida, cientista português da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) levou a Doutrina Espírita aos rigorosos meios acadêmicos das Universidades inglesas de Cambridge e Oxford.
Na respeitada Universidade de Cambridge que deu ao mundo oitenta e um "Prêmios Nobel" e albergou nomes como Sir Isaac Newton, Bertrand Russell, J. J. Thomson, Ernest Rutherford, Niels Bohr, Paul Dirac, Max Born, James Watson, Steven Weinberg e Stephen Hawking entre tantos outros... o cientista português levou a cabo duas conferência sobre "O que é espiritismo, e o que não é espiritismo" e outra sobre "O Papel do Espiritismo na sociedade vigente e a importância do Espiritismo na vida de um cientista”. O evento decorreu no dia 14 de Julho, às 9 horas e segunda conferência às 14 horas e teve lugar no conceituado «Instituto de Ciências Matemáticas Isaac Newton», dirigido, actualmente pelo Professor Doutor Stephen Hawking, com o título de professor lucasiano (nome que se dá a uma cátedra) outrora ocupada por Isaac Newton.
É a primeira vez que um espírita, profere uma palestra sobre o Espiritismo na conceituadíssima Universidade de Cambridge, Faculdade de Matemática da Universidade de Cambridge e no Instituto de Ciências Matemáticas Isaac Newton do Reino Unido, e para um público totalmente europeu onde só constavam cientistas, professores e estudantes universitários. O auditório totalmente lotado comportou cerca de 500 pessoas.
Tudo começou com uma brincadeira entre cientistas ingleses, irlandeses e escoceses com o cientista português. Face à racionalidade com que o Prof. Dr. Luis de Almeida “fala” sobre a Doutrina Espírita na seio da “família” de cientista, esta despertou o interesse dos seus colegas que sem ele saber tinham agendado uma conferência espírita, exclusiva ao meio académico. Conferência essa que nem sequer foi divulgada e o pesquisador português até a desconhecia. Soube dois dias antes já que tinha que se deslocar à Universidade de Cambridge em trabalho.
O cientista Luis de Almeida abordou sempre de forma magistral um paralelismo constante entre Espiritismo e Ciência (Astrofísica e Cosmologia): falando-nos primeiramente dos fenômenos espíritas, que despertou interesse ao longo da história da humanidade, levando a vários cientistas como o físico-químico inglês Sir William Crookes o astrônomo francês Camille Flammarion e o pedagogo francês Hippolyte Léon-Denizard Rivail (Allan Kardec) entre tantos outros homens de ciência, a se interessarem pelo assunto despertando a “curiosidade” – a alma do cientista – e levando-os a fazer suas pesquisas e estudos exatamente como os cientistas atuais fazem na sua vida profissional... Continuando na sua linha de analogia entre “Ciência e Espiritismo” o cientista português afirmou mesmo que ser espírita é ser como um cientista, «… sermos homens e mulheres dos “Porquês..?” Querermos sempre sabermos mais. Compreendermos mais ainda para melhor conhecer a vida e conhecermo-nos a nós próprios… esta é a proposta impar que a Doutrina Espírita nos oferece. Uma doutrina lógica e racional, libertadora e consoladora… que consola o coração com a razão e liberta a mente com o amor…» atestou Luis de Almeida de forma surpreendente levando a audiência a interromper com uma salva de palmas…. Luís de Almeida comenta com o auditorio que o Espiritismo “nasceu” em França e vários vultos da cultura inglesa e mundial como Sir Arthur Conan Doyle, os matemáticos ingleses Lord Rayleig e Prof. De Morgan, Sir David Brewster, o médico russo Aleksander Aksakof, o Prof. Butlerof, o astrónomo alemão Friedrich Zöllner, o fisiologista francês Charles Richet, o naturalista inglês Alfred Russel entre centenas de tantos outras individualidades estudaram esses fenômenos e que atualmente a Inglaterra e os EUA têm vários pesquisadores de primeira linha na continuidade desses estudos, rumo a uma maior conhecimento das perguntas que todos os cientistas indagam; quem somos, de onde viemos e para onde vamos…. Falando na “linguagem” da plateia, Luís de Almeida explica, que Portugal tem a Fundação Bial na cidade do Porto que concede bolsas aos pesquisadores para estudarem o “espírito”… sendo os congressos da Bial dos mais conceituados da Europa em nível médico. No Brasil, o médico psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, a Profa. Dra. Dora Incontri (pedagoga) e o Eng. Hernani Guimarães de Andrade (falecido), todos de S. Paulo, deram e dão enormes contribuições para um Espiritismo muito sério, com rigor e voltados, também, para o meio acadêmico. Sem esquecer a vida do maior médium espírita psiccógrafo de todos os tempos, Francisco Cândido Xavier, com mais de 400 livros das mais variadas áreas e escritos por espíritos e estudado pela NASA.
Luis de Almeida explica à platéia inglesa, que nunca tinha ouvido falar de Espiritismo, que por vezes as pessoas mal-intencionadas e ligadas ao ocultismo, tarot, astrologia, adivinhações e outras crendices populares se intitulam de espíritas face à seriedade e respeitabilidade que os espíritas têm. Numa viajem histórica explica que Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Rússia, Suécia entre tantos países europeus tinham um grande número de adeptos, mas que a I e II Grandes Guerras abalaram fortemente o alicerce do Espiritismo europeu e o que restou, Portugal e Espanha, a ditadura de Salazar e Franco quase acabaram com o que sobrou, onde em Espanha, o General Franco mandou fuzilar espíritas…
Face ao interesse dos acadêmicos de Cambridge a conferência continuou até às 13h30 reiniciando-se depois às 14 horas onde o pesquisador português explicou como cientista a importância que o Espiritismo tem na sua vida e na sua profissão…narrou fatos pessoais em que muitos dos colegas intervinham para relatar fatos semelhantes… e explicou que na Inglaterra existe uma Federação Espírita que se chama British Union of Spiritist Societies embora dirigida por imigrantes brasileiros radicados em Inglaterra.
Devido ao enorme interesse o cientista português Luís de Almeida foi convidado por vários colegas de outras universidades inglesas para proferir mais conferências no meio acadêmico rigoroso inglês, mas por impossibilidade profissional só aceitou proferir na Universidade de Oxford, já que ia para lá também a trabalho…em que brindou a audiência com o tema «Por que sou cientista e espírita». O evento ocorreu na segunda-feira, 16 de Julho, às 15 horas e teve lugar no venerado «Departamento de Física da Universidade de Oxford», do Reino Unido, local de "culto" para a ciência oficial, sem qualquer divulgação tendo sido marcado de um dia para o outro, estiveram presentes cerca de 250 acadêmicos ingleses.
Ficou demonstrado que os europeus estão bem receptivos à Doutrina Espírita.


Cambridge



Centro de Pesquisa Francês

Oxford



Sorbonne

fonte: http://cebv.blogspot.com.br/2007/10/espiritismo-nas-universidades-de.html