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terça-feira, 15 de junho de 2010

--> Estudantes de escola rural do Ceará dizem ver e conversar com espírito


Notícia de O Globo/Brasil:

Mistério em Cachoeira

Transe no Ceará: espírita diz que fenômeno seria uma obsessão coletiva


“É como se fosse um aviso. A voz não é de desespero. É de raiva. Como se quisesse vingar alguma coisa”. É dessa forma que a primeira adolescente a apresentar os sintomas do transe em Cachoeira diz se sentir durante o fenômeno.

Para Gerson Simões Monteiro, vice-presidente da Fundação Cristã e Espírita Cultural Paulo de Tarso (Funtarso) e colunista do blog, o caso dos adolescentes cearenses seria uma obsessão coletiva:

— Trata-se de um fenômeno puramente espiritual e não psicológico. É a manifestação de espíritos moralmente atrasados, com a possibilidade de o jovem morto ser um deles. Mas percebe-se que há outros, aproveitando-se das faculdades mediúnicas dos jovens. No momento, para eles aconselham-se preces e passes em centros espíritas.

Gerson explica que esses espíritos precisam de ajuda:

— Segundo a doutrina espírita, deve-se convocá-los em reuniões de desobsessão, para esclarecer essas almas necessitadas. Elas querem perturbar, mas estão chamando a atenção para o fato com base na manifestação religiosa. Deus permite esses fenômenos para mostrar a realidade da vida dos espíritos.


Atenção à vida espiritual


Diretor da Federação Espírita do Estado do Ceará (Feec), Sérgio Pontes acredita que o transe servirá para chamar a atenção para a realidade da vida espiritual:

— A Lei Divina é sábia. O homem insiste em persistir no orgulho, no egoísmo. À medida em que fica maduro, tem mais condições de entender a Lei de Ação e Reação, para perceber que é imortal e que o melhor que pode fazer é ser bom. Às vezes, precisa ser de forma sensacionalista, para chamar a atenção. As pessoas não se lembram dos bons exemplos de Jesus. Mas dos milagres todo mundo se lembra.
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Globo.com - segunda-feira, 14 de junho de 2010

VEJA VÍDEO : http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/06/estudantes-de-escola-rural-do-ceara-dizem-ver-e-conversar-com-espirito.html

Um fenômeno espiritual ou um surto psicótico?

Os estudantes de uma escola do Ceará dizem que viram o espírito de um ex-aluno e que até conversaram com ele.

Os jovens, que são de turmas diferentes, entraram numa espécie de transe coletivo e foram socorridos na emergência de um hospital.

O comportamento assusta. As cenas foram registradas numa escola rural em Itatira, interior do Ceará. Desde o começo do mês, estudantes de 12 a 19 anos dizem que entram em transe durante as aulas. Elas se debatem, desmaiam e dizem que acabaram de ver o espírito de um ex-aluno que morreu há sete anos.

“É moreno, alto, a calça dele é azul. Ele fala com a gente. Dá uma dor de cabeça bem forte, daí a gente vê um bocado de colegas caindo, a gente se sente pesada e desmaia”, conta Beatriz da Silva Nascimento, estudante.

Após os episódios, as estudantes foram levadas para a emergência de um hospital. Em um dia 25 alunas foram atendidas. “Chegaram com um quadro de histeria, basicamente, gritando, se debatendo, exibindo um grau de agressividade”, revela o médico Pedro Thiago da Frota.

Alunos e professores se recusam a voltar para a escola e as aulas foram suspensas.

O padre, que também é parapsicólogo, fez uma palestra para explicar aos alunos o que vem acontecendo. Para ele o fenômeno nada mais é do que uma histeria coletiva. “De repente uma surtou. Quando uma surta, isso contagia as outras garotas. O que se passou com estas sete jovens que eu tive acompanhando pessoalmente foi nada mais do que um fenômeno emocional”, garante Hélio Correia de Freitas.

A histeria coletiva tem uma explicação científica. “Estes fenômenos acontecem em contextos onde tem muita tensão, muita preocupação, muito sentimento não-verbalizado. Aquilo que é crença, já em um estado de tensão muito forte, ela incorpora aquilo e ela faz parte da história, ela se inclui na história”, explica Adalberto Barreto, psiquiatra.

Comentário do Blog Observador Espírita

A história se repete ou aquilo que não foi resolvido retorna em circunstâncias muitos semelhantes?

Outro detalhe curioso da história: o clero local parece já ter se apropriado do fato e das interpretações dessa estranha realidade, não para os espíritas é claro.

Interessante também é que as meninas são mais vulneráveis ao fenômeno. Seria apenas vulnerabilidade emocional ?
Postado por Dalmo Duque dos Santos às 18:44
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Para espírita, é importante contribuir para que os jovens de Itatira voltem à vida normal
19/06/2010 16:00

Opiniões e sentimentos sobre os fenômenos em Cachoeira/BR se misturam e se multiplicam a cada notícia que corre de boca em boca. Para somar orientações aos esclarecimentos de religiosos e psicólogos, O POVO buscou Janio Alcântara, espírita e coordenador do Grupo Espírita Paz e Bem, autor do blog Conexão Espírita (www.opovo.com.br).

Nesta entrevista por e-mail, ele considera a possibilidade de “uma influenciação espiritual sobre uma das estudantes que está com uma sensibilidade mediúnica”. E sublinha: contribuir para que os jovens voltem à vida normal é tão importante quanto unir crenças e saberes nesse caminho.

A entrevista na íntegra.

http://opovo.uol.com.br/app/o-povo/ceara/2010/06/19/int_ceara,2011833/para-espirita-e-importante-contribuir-para-que-os-jovens-de-itatira-voltem-a-vida-normal.shtml

O POVO - O que o senhor sabe a respeito dos fenômenos que vêm acontecendo em Cachoeira/BR (distrito de Itatira)?
Janio Alcântara - O que sei é o que saiu em jornais e em matérias televisivas, algumas conduzidas de forma sensacionalista, apenas em busca de audiência.



OP- A partir desse conhecimento, a que conclusões o senhor chegou até aqui?
Janio - Pelo que li e assisti, os indícios apontam para uma influenciação espiritual sobre uma das estudantes que está com uma sensibilidade mediúnica e não sabe o que fazer com ela. As demais colegas e um estudante sentem por ressonância a presença do(s) ser(es) espiritual(is), obtendo sintomas semelhantes que levam a primeira estudante a entrar em transe, em estado alterado de consciência.

OP - No blog “Conexão Espírita” (portal O POVO Online), o senhor avalia que “a primeira manifestação seja mediúnica e as demais ao redor possam ser anímicas”. A menina que apresentou os primeiros sintomas pode ser médium? E como a adolescente e a família devem agir a partir dessa manifestação?
Janio - Mesmo sendo precários os dados colhidos pela mídia, afirmo que é possível, sim, que a adolescente esteja apresentando algumas faculdades mediúnicas. A orientação urgente é informar a estudante sobre como evitar entrar em transe. Isto é possível, inclusive, para que a família saiba o que fazer no momento. O próximo passo é um médium experimentado sintonizar o habitante do mundo invisível que esteja mostrando sua presença daquela forma (talvez, a única que encontrou para pedir socorro e sair da crosta terrestre).


OP - A mediunidade pode se manifestar em qualquer idade?

Janio - Sim, não há uma idade certa para que a mediunidade ecloda no ser humano. É uma capacidade que reclama educação por parte de quem a descobre, tais como: hábitos mais saudáveis de vida, cultivo de valores nobres, o conhecimento de si mesmo e a disposição de ajudar os necessitados. Não quero dizer que a garotada de Itatira é e será médiuns ostensivos para sempre. Pode ser apenas uma fase. Só o tempo vai dizer. Urge que sejam levados a voltar à vida normal que possuíam antes.

OP - E por que a maioria dos fenômenos de Cachoeira se manifesta em mulheres (só um garoto apresenta o fato)?
Janio - É difícil responder o que está havendo em Itatira, porque não entrevistamos as adolescentes e o rapaz, nem temos informações sobre o(s) desencarnado(s) que esteja(m) fazendo parte do processo, mas é do senso comum que o sexo feminino tem uma sensibilidade mais à flor da pele. A mediunidade tem algo de orgânico e, na adolescência, os hormônios alteram não apenas o físico, o humor, mas também a percepção de campos energéticos. Tudo isto pode ser controlado pela autoeducação que a Doutrina Espírita orienta.

OP - Ainda no blog, o senhor fala da “possibilidade de estar havendo um fenômeno mediúnico desagradável que Allan Kardec denominou como obsessão”. Poderia explicar e como tratar o caso?
Janio - Obsessão, segundo a Doutrina Espírita, é uma influência que causa prejuízos a quem a sofre, mas também a quem exerce um papel ativo. Para que ocorra, é necessário que haja uma sintonia entre o obsessor e o obsediado. O primeiro passo é conscientizar o encarnado a mudar a frequência vibratória de seus pensamentos, sentimentos e ações para os níveis mais elevados possíveis. É o “vigiar e orar” de Jesus, é a mudança de hábitos para o amor, o bem e a paz. Isto desligará a “tomada psíquica” que o obsessor encontrou – geralmente, pensamentos e sentimentos muito terrenos nutridos pelo obsediado. Por outro lado, precisamos reconhecer que o obsessor está infeliz por se sentir desconectado de Deus. Convencê-lo a mudar também seus pensamentos, sentimentos e escolhas também o possibilitará descortinar outras realidades, além desta a qual deve “virar a página”. Buscar ajuda num centro espírita sério, onde seus integrantes unam o estudo do tema ao sentimento de compaixão, sem outro interesse material que não seja o bem-estar do próximo.

OP - É válido unir os diversos “tratamentos”: acompanhamentos psicológico, católico e espírita?
Janio - Em todos os casos, é preciso que haja uma avaliação multidisciplinar. O ser humano é um complexo composto de “essência espiritual + corpos mental, emocional e físico”. Assim, em casos insólitos como o de Itatira, seria bom para todos que psicólogos e médicos se unissem àqueles que lidam na área da Espiritualidade. Nesta área, há pessoas valorosas em todos os segmentos religiosos. Este momento pede abertura de mentalidade para que seja tentado cada segmento que se proponha a ajudar. Que sejamos levados a refletir o que disse Jesus: “Que brilhe vossa luz!”. Esta luz que é forte e todos possuímos não é privilégio de A, B ou C. Basta apenas que a acionemos através da oração e de um proceder justo e amoroso.

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