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quarta-feira, 1 de junho de 2011
Cinco dias sem Nora
Cinco dias sem Nora
Este fim-de-semana assistimos Cinco Dia sem Nora, filme intrigante da diretora mexicana Mariana Chenillo. Tratado pela crítica como humor negro, o filme é mais do que isso; é desconcertante porque trabalha com o delicado tema dos preconceitos, o preferido dos diretores de obras “Cult”. Aliás, assistimos no Telecine Cult, que agora não é tão chic e sim mais acessível à classe média brasileira, por enquanto. Dizia que era desconcertante porque trata de temas desagradáveis como morte, velório, enterro, adultério (esse é picante!), brigas de família e finalmente conflitos de religião. O protagonista é um judeu espanhol que perde a ex-mulher, também judia, e não consegue enterrá-la por vários motivos religiosos, entre eles a constatação de que a morte dela foi por suicídio. No judaísmo os suicidas e criminosos são enterrados em locais discriminados nos cemitérios israelitas e isso deu um tremendo quiprocó, entre muitos outros rolos que vale a pena conferir vendo o filme. O assunto não é absurdo e é só lembrar o caso brasileiro do jornalista da TV Cultura Wladimir Herzog, morto sob tortura durante a ditadura em 1976. Vlado, com o era conhecido, era judeu e a família não aceitava a versão de suicídio dada pelos responsáveis por sua morte e pelo seu corpo enquanto estava vivo (o Estado). Enfim, problemas para os generais e para o regime militar. No filme acontece a mesma coisa e a religião é o cerne da questão, com todos os seus preconceitos, sempre amenizados pela corrupção e pela simonia. Nos lembramos novamente do Reverendo anglicano Chad Varah, que teve que cavar com as próprias mãos nos arredores de Londres, na década de 1930, a sepultura de uma menina de apenas 14 anos que cometera suicídio ao achar que tinha contraído uma doença venérea. A partir desse fato, para Chad, sexo e suicídio deixaram de ser tabus religiosos e entraram na sua lista de prioridades sociais e debates na sua igreja. Disso resultou os Samaritanos, pai do CVV no Brasil. Chad contou essa história dentro do Centro Espírita Aprendizes do Evangelho, na rua Genebra em São Paulo em 1977. Ele viera ao Brasil incentivar as pessoas a trabalhar na prevenção do suicídio, incluindo os espíritas. Saiu do centro contente com a adesão de alguns freqüentadores e uma edição em francês do Evangelho Segundo o Espiritismo que a diretoria do Centro lhe deu de presente. Sua falta de preconceito conquistou amigos e ele voltou várias vezes ao Brasil para acompanhar o progresso desse trabalho.
FONTE: http://observadorespirita.blogspot.com/2011/05/cinco-dias-sem-nora.html
sSINOPSE
O filme começa com o suicídio de Nora por overdose de comprimidos. O ex-marido José, de quem ela está divorciada há vinte anos, entra em cena, descobre o corpo e aos poucos vai percebendo que a ex-mulher orquestrou detalhadamente a própria morte. Dona de um senso de humor macabro, ela até mesmo teve o cuidado de deixar instruções para o preparo de bolinhas de matzá e gefilte fish para a festa de Pessach.
Cinco Dias Sem Nora
Titulo Original: Cinco Días Sin Nora
Gênero: Comédia e Drama
Duração: 92 min.
Origem: México
Estreia: 06 de Maio de 2011
Direção: Mariana Chenillo
Roteiro: Mariana Chenillo
Distribuidora: Filmes do Estação
Censura: 14 anos
Ano: 2008
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