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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
2010: o ano das produções cinematográficas espíritas
Centenário de nascimento de Chico Xavier
Giovana Campos
Em 2010, o ano do centenário de Chico Xavier, a indústria do cinema brasileiro abre espaço ao universo espírita. Dentre os lançamentos deste ano, Chico Xavier, com Nelson Xavier no papel principal, é o mais aguardado e tem como dia de estreia 2 de abril, data de aniversário de Chico. Produzido pela Globo Filmes e dirigido por Daniel Filho, o longa descreve a trajetória do médium mineiro da cidade de Pedro Leopoldo que, em seus 92 anos, psicografou 439 livros, ditados por diversos espíritos. A Folha Espírita entrevistou dois atores que compõem o elenco do filme, que se mostraram maravilhados com a oportunidade de levar ao público um pouco sobre trechos da vida de Chico Xavier: Nelson Xavier e Rosi Campos.
Folha Espírita – Nelson, nesse filme você faz o papel de Chico Xavier, e a Rosi, de Cleide, uma das fiéis amigas e seguidoras de Chico. Como foi para vocês a oportunidade de retratar um pouco da história de uma personalidade brasileira no meio espírita?
Nelson Xavier – Não sou espírita e foi maravilhoso receber esse convite. Posso dizer que foi fascinante entrar em contato com o universo de Chico Xavier, por tudo o que ele fez, por todo amor que ele transmitiu e com as pessoas de Pedro Leopoldo e de Uberaba que vivenciaram o seu dia a dia.
Rosi Campos – Para mim foi uma grande surpresa trabalhar nesse filme, todos tiveram um grande envolvimento, o elenco, a equipe de direção, foi muito bom participar desse trabalho. Chico foi um exemplo de caridade, uma das pessoas mais lindas que tive o prazer de conhecer.
FE – Como foi entrar em contato com a realidade de Chico Xavier e conhecer o trabalho desenvolvido por ele em Uberaba?
Nelson Rosi – Eu já havia ido a Uberaba antes e adorei sentir a energia do ambiente, sentir o carinho, como se o Chico estivesse ali. As cenas que gravamos no centro foram muito boas, as pessoas entravam e cumprimentavam o Nelson como se ele fosse o próprio Chico. Vale ressaltar que fomos muito ajudados espiritualmente, pois durante as gravações tudo corria perfeitamente. Até o tempo ajudava. Às vezes, o tempo não estava muito bom, mas chegava na hora da filmagem, melhorava. E bem! Acredito que a cena do refeitório tenha sido uma das mais emocionantes que já participamos, nem parecia uma filmagem, parecia real mesmo.
FE – O que você tem a dizer ao público que espera o lançamento desse filme?
Rosi – É um filme que vale a pena por mostrar a todos quem foi Chico Xavier. Para aqueles que conhecem sua vida e sua obra será uma recordação, e para aqueles que ainda não conhecem, o contato com esse ser humano maravilhoso que ele foi. Poderão ver que esse homem é um exemplo para o povo. É um filme que precisava ter sido feito, pois tudo o que Chico construiu deve ser mostrado ao público.
Nosso Lar
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Mas não é apenas essa produção que ocupará a telona este ano. O filme Nosso Lar, dirigido por Wagner Assis e com Renato Prieto no papel principal, retrata o primeiro livro psicografado por Chico Xavier com o espírito do médico André Luiz. Publicado em 1944, Nosso Lar conta a trajetória de André Luiz após seu desencarne, passando pelo Umbral e descrevendo a colônia espiritual que dá nome ao livro, até retornar à Terra para rever seus familiares.
FE – Como surgiu a ideia de levar ao cinema a história do livro Nosso Lar?
Renato Prieto – Eu já tinha sido procurado, devido ao projeto dos espetáculos que faço em teatro, para transformar essa série em vídeo, mas as coisas acontecem de acordo com o que a espiritualidade determina, na melhor hora. A produção desse filme é da Cinética Filmes, com a direção de Wagner Assis. Há muitas pessoas envolvidas no projeto, a própria FEB, na pessoa do Nestor Masotti. Acredito que, pela experiência no teatro, tenham pensado em mim para fazer esse papel.
FE – Como foi para você encenar o papel de André Luiz nesse filme?
Renato – Bom, acredito que eu tenha sido escolhido, além da familiaridade com as obras dele, por ter uma idade próxima da idade física de André Luiz. Precisei emagrecer 17 quilos, com acompanhamento médico. Veio a transformação, o estudo, o trabalho de pesquisa, os treinamentos, até chegar o momento em que estava fisicamente e artisticamente pronto para as filmagens, que duraram mais dois meses e meio.
FE – Você sempre fez o papel do espírito André Luiz no teatro. Como foi levar para o cinema? Houve diferenças?
Renato – Fiz vários espetáculos de textos ditados pelo André Luiz e psicografados por Chico Xavier, adaptados para o teatro. A visão é totalmente diferente. No teatro temos uma resposta imediata, o público está mais próximo, a emoção é mais direta, o ator sente o retorno na hora. Já no cinema, existe uma delicadeza mais pontual. Precisei me adaptar a muitas coisas, aprender outras, e foi uma experiência maravilhosa. Contei com o conhecimento e generosidade da produção, tive de estar atento e concentrado o tempo todo.
FE – O filme entra no circuito nacional em 3 de setembro, no ano em que comemoramos o centenário do nascimento de Chico Xavier. Podemos dizer que é um “presente” à memória de Chico?
Renato – Falar que é uma coincidência é o mesmo que pseudônimo de nossos amigos espirituais, que querem ficar ocultos. Acho que tudo se juntou, que houve uma boa conspiração nesse sentido para que houvesse o filme do Chico Xavier e a produção desse filme baseado em um best-seller. Não sei se exagero, mas acredito que essa obra seja uma das mais conhecidas escritas por Chico Xavier. Acho também que não peco no exagero se disser que André Luiz é um personagem dos mais conhecidos na Doutrina Espírita, falo personagem e não personalidade, que é o caso de Chico Xavier ou Divaldo Franco... O personagem André Luiz é de fama nacional. Acho que estrear neste ano, em que todas as coisas permeiam essa temática, me faz sentir extremamente agraciado, por poder participar de alguma forma na divulgação em larga escala de um assunto tão gratificante que é a Doutrina Espírita.
FE – Em sua opinião, o que o público pode esperar do filme Nosso Lar?
Renato – É um filme de imensa qualidade, tanto técnica quanto de efeitos especiais, com uma equipe técnica e atores escolhidos a dedo, e finalização e música espetaculares. Houve uma preocupação coletiva de realizar um trabalho a altura dessa grande obra. O público vai se sentir muito honrado de ser um adepto do Espiritismo e gostar de ver um filme de grande impulso para a difusão da Doutrina Espírita.
As Cartas
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Outro lançamento previsto para o primeiro semestre deste ano é o documentário As Cartas, dirigido por Cristiana Grumbach. O filme conta a história de pessoas que receberam cartas psicografadas por Chico Xavier, principalmente mães que tiveram filhos desencarnados precocemente. O filme mostra o cenário religioso-cultural brasileiro a partir de contatos com o além. De acordo com Cristiana, a ideia de focar o trabalho nas cartas psicografadas por Chico Xavier surgiu em 2003, ao conversar com uma pessoa que presenciou uma sessão de psicografia de Chico e ficou impressionada com a cena: Chico escrevendo com muita rapidez, a concentração de muitas pessoas num ambiente pequeno, a reação daqueles que tinham recebido uma mensagem. Cristiana continua: “Ao ouvir aquele relato, eu, que não sou espírita, pensei: como seria receber uma carta de meu avô? Como deve ser receber uma carta de um ente falecido? Qual deve ser o sentimento que esse fato provoca? Será possível realmente reconhecer o parente na carta? Então há vida depois da morte? Qual é o sentido da vida? Muitas perguntas, né? As Cartas surge a partir dessas perguntas. Por isso, é um filme de conversas.”
FE – Houve uma seleção prévia das mensagens abordadas nas cartas?
Cristiana Grumbach – Não. A pesquisa encontrou as famílias que participam do filme através de uma “rede” informal, que foi sendo criada com a ajuda de pessoas importantes do Movimento Espírita ou ligadas, de algum modo, ao assunto. Tudo começou com a ajuda de Marcel Souto Maior, autor de As Vidas de Chico e Por trás do Véu de Ísis, que me deu alguns telefones, entre eles o de Sônia Zaguetto, que na época era assessora de imprensa da FEB. Sônia me passou o contato de dona Nena Galves, ela sugeriu que eu procurasse dona Yolanda Cezar, que era muito próxima de Chico e levou muitas pessoas até ele, e que tem um trabalho com mães no Centro Espírita Augusto Cezar. Dona Yolanda participa do filme, contando sua própria história e mostrando a primeira carta que recebeu de seu filho Augusto. Ela também foi indicada pela dra. Marlene Nobre, presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional e editora da Folha Espírita. Marlene também me apresentou seu irmão, o professor Paulo Rossi Severino, diretor da Folha Espírita e autor, entre outros, do livro A Vida Triunfa, este em parceria com a equipe da AME-SP, que publica uma pesquisa com 45 mensagens psicografadas por Chico e que conclui que houve 100% de acerto nos dados contidos nas mensagens. O professor Paulo generosamente abriu as pastas de sua pesquisa e me apresentou as histórias que ele próprio apurou. Outra pessoa essencial para a realização do trabalho foi o dr. Caio Ramacciotti, do Grupo Espírita Emmanuel (GEEM), que apoiou o filme indicando famílias de seu conhecimento que receberam mensagens através de Chico e autorizando a exibição e leitura de cartas publicadas pelo GEEM. Dona Nena Galves, do Centro Espírita União, também apoiou o filme nesse sentido.
FE – Esse filme se enquadra em documentário, certo? Quanto tempo você levou desde a elaboração até o final das filmagens?
Cristiana – Certo. Como disse, a ideia surgiu em 2003. Em 2004, quando eu estava trabalhando em O Fim e o Princípio, de Eduardo Coutinho, escrevi o projeto lá, na Paraíba, onde estávamos filmando e, de lá, inscrevi uma primeira versão em um edital para documentário de longa-metragem do MINC. Depois de várias tentativas de captar recursos, no final de 2006, o projeto foi contemplado pelo edital do BNDES. Como o recurso ainda não era suficiente para a realização do filme, continuamos buscando patrocínio, até que, em meados de 2007, a Eletrobrás investiu no projeto. Reformulei o filme para viabilizá-lo com os recursos disponíveis e partimos para a pesquisa em agosto daquele ano. As filmagens aconteceram entre setembro e outubro, quando eu estava grávida do meu primeiro filho. Entrei em licença-maternidade logo no início de 2008. A montagem começou em meados daquele ano quando foi interrompida com o agravamento da doença de minha mãe, que veio a falecer em setembro. O trabalho então só foi retomado no início de 2009 e a montagem foi concluída em julho, um mês antes do nascimento do meu segundo filho. Atualmente estamos negociando a autorização para a exibição e leitura de duas das cartas do filme, cujos direitos de exibição são de Eurípedes Higino dos Reis, filho adotivo de Chico Xavier. E também estamos captando recursos para o lançamento do filme em escala nacional, no primeiro semestre deste ano.
FE – Pessoalmente, o que significa para você o trabalho de Chico Xavier? O que chamou mais a sua atenção na realização desse filme?
Cristiana – Meu avô dizia que Chico era um santo. Eu era criança na época e não prestava atenção nessas coisas. Ao fazer o filme, me aproximei do universo de Chico e de seu trabalho. O que mais me comove nele é a sua simplicidade e generosidade. Chico é o Amor.
FE – As pessoas relatam que, ao trabalhar com assuntos relacionados a Chico Xavier – mediunidade, psicografias, etc. –, é possível sentir uma “energia” vinda das intenções de caridade e alívio de sofrimento possibilitado por suas mensagens. Isso foi percebido em algum momento por você ou sua equipe?
Cristiana – O filme trata das histórias de pais que perderam filhos e receberam mensagens através de Chico. Essas famílias e suas cartas são os personagens principais de As Cartas. São histórias de amor, um amor que não conhece limites.
Fevereiro de 2010 - Edição número 426
FONTE: http://www.folhaespirita.com.br/v2/index.php?q=node/473
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26/02/2010 - 08h13
Entusiastas do espiritismo preparam filmes para 2010
"Gosto tanto do Chico quanto do Bergman e do Truffaut", diz Oceano Vieira, dono da Versátil, respeitada distribuidora de DVD de filmes de arte, que tem um selo dedicado a produções espíritas --a Vídeo Spirite (eu vejo espíritos, em latim).
Vieira é historiador da área e produtor de um dos diversos filmes que estão sendo realizados na esteira do centenário de Chico Xavier, "E a Vida Continua" (confira outros no quadro), baseado em livro psicografado pelo médium mineiro.
Viera ainda negocia o lançamento do filme em cinema, mas garante em DVD. No elenco, Lima Duarte faz uma ponta. "Ele é espírita desde o berço, começou no teatro espírita", diz Vieira, diretor do documentário "A Grande Síntese de Pietro Ubaldi", exibido na Mostra de São Paulo de 2009.
"E a Vida Continua", assim como os principais livros de Chico, pertence a Federação Espírita Brasileira (FEB), que tem na venda dos títulos a maior parte da renda anual.
A instituição investe e colabora com esse filme e com outro, chamado "Nosso Lar", que será o grande lançamento espírita do segundo semestre.
"A diretoria aprovou a proposta [de "Nosso Lar']. Foi feito um contrato, tivemos acesso ao script [roteiro], acompanhamos várias tomadas", disse Antonio Cesar Perri, diretor da FEB. "A preocupação não é essa [aumentar rebanho], e sim divulgar valores como paz, respeito a ética e ao bem."
Outro entusiasta do tema, que investe em três filmes de temática espírita, é Luis Eduardo Girão, empresário de turismo em Fortaleza e diretor da Estação Luz Filmes, responsável por "Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito" (2008).
Girão é produtor de "As Mães de Chico Xavier", filme de ficção baseado em livro do jornalista Marcel Souto Maior, autor da biografia adaptada por Daniel Filho. A direção é tripla, incluindo Glauber Filho, de "Bezerra de Menezes". Girão também investiu na cinebiografia de Filho e em "Área Q", rodado em setembro no Brasil, com o americano Isaiah Washington.
"O filme com o Isaiah fala de ufologia e espiritualidade, fala em reencarnação de uma forma muito inteligente", diz o produtor, um dos organizadores da primeira edição do Festival Cinema Transcendental, em novembro, em Brasília. O evento é baseado numa mostra de teatro do gênero que acontece há oito anos em Fortaleza e reuniu 35 mil pessoas em 2009.
Zíbia Gasparetto, escritora best-seller de livros espíritas, também deve chegar às telas, em 2011. O produtor Tomislav Blazic prepara o filme "Ninguém é de Ninguém", a ser rodado no segundo semestre no Rio e SP, com uma versão falada em inglês. É baseado em livro psicografado por Gasparetto do espírito Lucius, cujo nome inspirou a produtora de Blazic, Lucius Motion, criada para adaptar obras da autora.
Maiores detalhes: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2010/02/26/entusiastas-do-espiritismo-preparam-filmes-para-2010.jhtm
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