Festival Transcendental só traz temas místicos
Abençoada por números milionários, a onda dos filmes de cunho espiritualista acaba de ganhar uma nova plataforma de apreciação e difusão: o Festival de Cinema Transcendental, cuja primeira edição se realiza entre os dias 24 e 27 de março, em Brasília, e nos dias 28 e 31 do mesmo mês, em Fortaleza. A mais específica das novas maratonas do já gordo calendário cinematográfico brasileiro – há uma outra a ser inaugurada em julho, voltada para os filmes de autor – ampara-se na extraordinária bilheteria de títulos recentes do gênero, como Nosso lar, de Wagner de Assis, assistido por 4 milhões de brasileiros, e Chico Xavier, de Daniel Filho, visto por cerca de 3,4 milhões.
– Filmes similares já são produzidos em Hollywood há vários anos. No Brasil, esta produção encontrou eco por causa da receptividade do povo a temas ligados a religiosidade, paranormalidade e a fatos que a ciência não pode explicar. Títulos como Chico Xavier e Aparecida – O milagre encontram espaço na devoção e na crença do brasileiro – explica Lucas de Pádua, coordenador geral do festival. – Aqui, o gênero cresceu dentro de um movimento artístico e cultural que tem como objetivo aliar técnicas a conceitos, ou seja, a busca de uma arte mais voltada para a solidariedade e a religiosidade.
Jornal do BrasilCarlos Helí de Almeida
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AS MÃES DE CHICO XAVIER – ESTREIA NO DIA 1º DE ABRIL DE 2011
A atriz Vanessa Gerbelli é vista nas filmagens de ''As Mães de Chico Xavier''
Em breve, a figura mais rentável do cinema brasileiro atual estará novamente nas telas. Depois do sucesso de “Chico Xavier”, que em três semanas de exibição já vendeu mais de 3 milhões de ingressos, o médium será revisitado no longa “As Mães de Chico Xavier”, que está em fase de filmagem no Ceará, com a direção de Glauber Filho e Halder Gomes.
No centro da história, no entanto, não está Chico, mas três personagens femininas. “O que liga o drama dessas mulheres é a figura do médium”, explicou o codiretor Glauber Filho, numa entrevista ao UOL Cinema. Uma delas é Ruth (Via Negromonte), cujo filho tem problemas com drogas, o que abala toda a família. A outra é Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta compensar a ausência do pai junto ao filho, cuidando dele excessivamente. E, por fim, Lara (Tainá Muller, de “Cão sem Dono”), que enfrenta uma gravidez indesejada.
Segundo Glauber Filho, que assina o roteiro com Emmanuel Nogueira, o longa foi inspirado no livro “Por trás do Véu de Isis”, do jornalista Marcel Souto Maior, também autor de “As Vidas de Chico Xavier”, que serviu de base para o longa de Daniel Filho. “Não é uma adaptação da obra original, foi apenas um ponto de partida. Fizemos pesquisas sobre pessoas que receberam cartas psicografadas, e, a partir daí, criamos três histórias ficcionais, mas que poderiam ser verídicas”, conta o codiretor e corroteirista. O que amarra essas histórias é a presença de um jornalista, que tem a missão de alavancar a audiência de um programa de televisão usando a figura do médium.
Inicialmente, o longa seria dirigido por três profissionais diferentes. Cada um trabalharia uma história e daria uma identidade visual para cada segmento. No entanto, o terceiro diretor, Gerson Sanginitto, não pôde participar das filmagens e o trabalho teve de ser divido entre os outros dois. “Geralmente, eu cuido da câmera, dos planos, e o Glauber trabalha mais com os atores”, explica Halder Gomes, que também assina uma primeira montagem do filme, que deverá ficar pronta no final de junho.
Segundo Glauber Filho, mais de 60% das filmagens estão concluídas e alguns distribuidores já mostram interesse pelo filme. O diretor tem, aliás, experiência com filmes de temática espírita. Há dois anos, ele lançou “Bezerra de Menezes: O Diário de um espírito”, que codirigiu com Joel Pimentel, e vendeu quase 500 mil ingressos – uma bilheteria bastante expressiva para os padrões brasileiros.
Filho acredita que o interesse do público brasileiro por filmes espíritas vai além da religião. “Creio que haja uma abordagem cultural mesmo. As pessoas querem ver esses filmes não apenas pelo aspecto religioso. O mundo, atualmente, está mais espiritualizado. Questões envolvendo mitologias, seres de outro mundo, sempre foram uma procura do ser humano”.
Para o codiretor, o cinema brasileiro parece, finalmente, estar se dando conta das possibilidades de novas temáticas e como isso pode atrair o público. “Estamos encontrando uma diversidade de temas, e isso graças à coragem que alguns têm para experimentar”, comenta Filho. Ele também aponta que filmes como “Chico Xavier” podem recuperar uma parcela de público que há anos abandonou os filmes nacionais. “Estamos com a chance de resgatar uma plateia que foi perdida. Pessoas que vão ver o filme pela temática e depois acabam pegando gosto pelas produções nacionais”.
Apesar de estar rodando o filme no Ceará, Filho esclarece que as histórias se passam em cidades de Minas Gerais, “mas que poderiam acontecer em qualquer lugar do mundo”. Além disso, o filme deverá intercalar a ficção com depoimentos reais de pessoas que receberam cartas por meio de Chico Xavier. “Foram histórias que nos chamaram a atenção e entram no filme como a pesquisa de nosso personagem, o repórter”.
Nelson Xavier, novamente, assume o papel do médium. Mas, conforme ele mesmo disse na época do lançamento de “Chico Xavier”, só aceitou porque não seria o protagonista do filme, mas um personagem secundário. “Sempre quisemos deixar bem claro que nosso filme não é uma continuação do filme do Daniel Filho, mas uma outra abordagem sobre um universo parecido”.
Depois de concluir as filmagens em Fortaleza, a equipe se desloca para Pacatuba (CE), onde foi construída uma réplica da Casa da Prece, o centro espírita onde Chico Xavier trabalhou em Uberaba. As filmagens devem ser concluídas em Pedro Leopoldo, cidade natal do médium.
cinema.uol.com.br/ultnot/2010/05/09/filmes-es...
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Comentários•
Rubens Freitas, Niterói 02/02/11 22:35
São raros os filmes americanos que abordam o tema com seriedade. Em geral apelam para o que chamam de "sobrenatural". Os parapsicólogos, por sua vez, abordam o tema com ceticismo e materialismo exagerados, buscando "explicações racionais" em tudo (chegam a dar asa à imaginação para negar a espiritualidade! Simples: procurem avaliar com seriedade a Doutrina Espírita de Kardec. Com bases científicas e filosóficas (com consequencias religiosas inevitáveis) a "Doutrina dos Espíritos", ou a "Terceira Revelação", não só explica racionalmente muitos fatos, como antecipou vários assuntos que somente agora estão sendo esclarecidos por diversas experiências científicas.
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