A
imprensa tem divulgado que, entre os jovens sul-coreanos, numa faixa
etária de 15 a 24 anos, o suicídio, no ano de 2010, foi a causa de morte
mais frequente: 13 em cada 100 mil pessoas! Em segundo lugar vêm acidentes de trânsito (8,3) e, em terceiro, o câncer (3,6)...
De
acordo com as pesquisas, os dois principais motivos do resultado da
triste estatística seriam a alta competitividade educacional e problemas
de ordem econômica.
Sem
entrar no mérito da educação religiosa, que sabemos ser um dos fatores
determinantes da falta de perspectiva espiritual, em relação à Vida
futura, observemos o quanto o homem na Terra vem se rendendo ao
preconceito de ordem social...
Analisemos,
rapidamente, a questão da “competitividade educacional”, que comparece
como principal motivo de indução ao suicídio entre os jovens da Coréia
do Sul.
Que noção de valor a sociedade, como um todo, vem, de alguns anos para cá, incutindo nas crianças e nos adolescentes?!
Quer dizer, então, que a Vida não vale a pena ser vivida de maneira mais simples, intelectual e economicamente?!...
Se, por exemplo, não posso ser médico ou engenheiro, expert em
computação ou empresário bem sucedido, por que, como dizia Chico
Xavier, eu não posso ser honesto vendedor de laranjas logo ali na
esquina?!...
Por que eu não posso ser um gari que, de vassoura em punho, presta relevante serviço no setor da higiene pública?!...
Por que eu não posso ser uma costureira, ou mesmo abnegada atendente no balcão de uma padaria ou de um supermercado?!...
Então,
por que eu não consigo estar entre os considerados mais bem sucedidos
profissionalmente, dou um tiro na própria cabeça e deixo lugar aos que o
mundo proclama como mais competentes?!...
Mais
que falta de religião, isto evidencia falta de formação moral,
decretando a falência dos valores sobre os quais a civilização deliberou
se estruturar.
Por
este motivo, talvez, o Cristo tenha escolhido vir ao mundo filho de um
humilde carpinteiro, e tenha convidado para Apóstolos pessoas
consideradas socialmente fracassadas!
Esta
tortura mental a que os pais e a sociedade, com os seus preconceitos e
tolices, submete o jovem, para que ele, a qualquer preço, se destaque no
mercado de trabalho, preocupando-se apenas e tão somente com currículo e
capacidade intelectual, chega a ser uma crueldade sem precedentes.
Não
resta dúvida, porém, de que tudo isto faz parte do contexto que
prenuncia as grandes transformações que, neste Terceiro Milênio, hão de
fazer da Terra um mundo melhor.
O cálice de fel das provações coletivas está transbordando, e já não há espaço para mais nenhuma gota de insensatez...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 15 de maio de 2012.
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