SEGUIDORES

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Servidos e servidores



O companheiro Wanderley Oliveira fez o seguinte questionamento no Facebook sobre esse antigo problema do Movimento Espírita. O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AS ORGANIZAÇÕES ESPÍRITAS? É impressionante a quantidade de relatos que recebo por email ou mesmo em conversas sobre pessoas que estão se desligando do espiritismo ou do centro espírita, e buscando novas experiências espiritualistas. Independente das razões que podem ser exclusivamente de ordem pessoal, ninguém pode negar que o modelo institucional de expressiva parcela das organizações espíritas é no mínimo desanimador. As pessoas estão buscando esclarecimento e muitas vezes encontram soberba intelectual. Querem respostas e muitas vezes são convidadas a se calar. Querem esperança e afeto e muitas vezes se deparam com descortesia e até abuso. Isso cansa a quem está começando, mas desgasta também quem persevera no tempo em busca de melhorar as situações. E de forma muito sutil vai se instalando um desencanto, uma desilusão. Tem muita gente cansando dessa mesmice.
 O que você acha que nossas organizações necessitam para mudar esse quadro? Como podemos cooperar para mudar isso?
 E comentamos:
Wanderley, esses insatisfeitos geralmente são líderes com energia empreendedora reprimida.  Aproximam-se dos centros espíritas como quaisquer outros consumidores de ajuda espiritual e, quando constatam que devem reassumir as rédeas dos seus destinos, passam a exteriorizar esses conflitos em forma de provocações e críticas.
Alguns dirigentes mais habilidosos percebem esse fato, outros não. Os que percebem tratam logo de redirecionar o problema fundando e encaminhando-os para outros núcleos, gerando novas oportunidades. Os que não percebem, simplesmente alimentam o conflito e repelem os mesmos.
No mais, os outros insatisfeitos são todos aqueles que realmente não possuem afinidade mais profunda com a Doutrina, não querem compromisso com as raízes e disciplinas da Codificação e, como não podem mudar a si mesmos, querem mudar o Espiritismo.
Isso é histórico e cíclico. Veja o que aconteceu, por exemplo, com os místicos e científicos, no final do século XIX;  com os umbandistas na década de 1930; com os psicologistas transpessoais nos anos 70; com os artistas pintores e alguns escritores nos anos 80; com os projeciologistas nos anos 90; e agora com os terapeutas alternativos, esoteristas e neo-africanistas.
Ora, cada um nos respectivos seus quadrados, triângulos, retângulos e círculos. Todos muitos felizes e produtivos. Espero.
"Nesse mundo existem dois tipos de pessoas: o que vivem para servir e os que ainda precisam ser servidos" -Huberto Rohden

Um comentário:

Ricardo Alves da Silva disse...
Prezado Dalmo,
Parabéns pela resposta trabalhada!

Mesmo assim, pela resposta ao questionamento, você descarta que exista um descolamento entre as necessidades da sociedade atual com o modelo de gestão dos centros espíritas?

Os bairros, até mesmo as cidades, onde estão instalados os centros espíritas de hoje não são mais os mesmos. Consequentemente, a dinâmica da comunidade que constitui o centro espírita não teria mudado?

Você não vê possibilidade de que a insatisfação (que gera o abandono) possa ser causada por uma falha de percepção dos dirigentes quanto às necessidades de apoio e motivação dos que se aproximam da casa espírita?

Me parece que queremos que todos sejam auto-motivados no movimento espírita, o que acho bem pouco provável (mesmo que a literatura espírita nos induza a isso, me parece).

Talvez um modelo de gestão mais co-participativo (co-gestão), com melhor acompanhamento e apoio entre os trabalhadores (modelos de tutoria ou mentoria), podem ser ferramentas para superar tais situações. O que você acha?

Abraços!

Nenhum comentário: