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sexta-feira, 24 de julho de 2009

-->A ONDA - O FILME

A ONDA O FILME
Vejam as duas versões do Filme (A primeira Produzida na Alemanha e a Segunda produzida nos Estados Unidos dividida em 5 partes no vídeo do Youtube.)



A Onda, o filme
Para quem nunca assistiu trata-se de um filme instigante e desafiador. Afinal, o filme dirigido por Alex Grasshof conta a história real de um professor de uma escola secundária estadunidense, em Palo Alto, na Califórnia, que diante da descrença dos alunos frente aos acontecimentos alemães da 2 Guerra Mundial resolve repetir a experiência hitlerista. Com o lema Poder, disciplina e superioridade o professor consegue confirmar sua expectativa e rapidamente a maior parte dos alunos já está doutrinada e preparada para agir dentro dos canônes "ondistas". Pela importância deste trabalho estamos divulgando um link amule para quem quiser baixá-lo:
ed2k://|file|A_Onda_Portugues_Br_(Obrigado_Fausto_Henrique%20).avi |344499398|4B30D3BE2AB76BB7BBEE5C77C5F272AB|h=7L7TSVRZN7TIYMSSLCVN26KSWCDZJFWF|/


A ONDA – O FILME (Versão Alemã)
(Welle, Die, 2008)

» Direção: Dennis Gansel
» Roteiro: Todd Strasser (romance), Dennis Gansel (roteiro), Peter Thorwarth (roteiro)
» Gênero: Drama
» Origem: Alemanha
» Duração: 101 minutos
» Tipo: Longa

» Sinopse: Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967

FONTE: http://www.cineplayers.com/filme.php?id=4957

‘A onda’ e o irracionalismo dos grupos*
(comentário sobre o filme “A onda”)
O filme “A onda” [The wave] [1] tem início com o professor de história Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”, etc.
O professor Ross se declara o líder do movimento da “onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.
O desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária que sustenta o movimento d’A onda , denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante de poder carismático de um líder e do fanatismo por uma causa.
Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o nazi-fascismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade: aconteceu na Alemanha nazista, na Itália fascista, e também no chamado ‘socialismo real’ da União Soviética, principalmente no período stalinista, na China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com Perón, etc. Ainda, recentemente, líderes neo-populistas da América Latina, valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da esquerda resistente a aprender com a história

PRODUÇÃO "EUA" - 45 minutos

A ONDA – PARTE 1


A ONDA – PARTE 2

A ONDA – PARTE 3

A ONDA – PARTE 4

A ONDA PARTE 5


Experiência pedagógica e política
Feito para a televisão, ‘A onda’ [The wave], foi baseado em um incidente real ocorrido em uma escola secundária norte-americana em 1967, em Palo Alto, Califórnia. Antes de virar filme, foi romanceado em livro. A idéia do filme, com 45 minutos, era para fazer parte do currículo da escola, para estudar, refletir e se prevenir contra a onda nazi-fascista que começou no final da década de 30. Com a derrota do nazi-fascismo na 2ª. Guerra Mundial e o surgimento da ‘guerra fria’, filmes assim, podem funcionar como alerta contra pregações doutrinárias que fazem apologia aos totalitarismos de direita ou de esquerda [2]. Muitas vezes, o doutrinamento pró-totalitarismo ocorre no âmbito universitário, como se fosse ensino ‘científico’, onde a democracia é considerada uma má invenção ‘burguesa’ e a política uma prática a ser superada por um ‘novo’ sistema desenhado pelo abstracionismo teórico.
“A Onda” é uma metáfora que se aplica, mais ou menos, a qualquer movimento de massa respondente aos apelos de um líder carismático ou de uma causa mítica irracional. Foi assim com os atos criminosos da Ku Klux Klan, o macartismo que desencadeou a “caça às bruxas” [3] perseguindo todos os supostos “comunistas” nos EUA, os governos de direita da América Latina com traços totalitários como foi o de Pinochet (Chile), o regime de apartheid da África do Sul (antes de Nelson Mandela), o processo de “limpeza étnica” conduzida pelos sérvios nos Bálcãs, os grupos neonazistas skinheads espalhados pelo mundo, os carecas do ABC paulista, e o movimento separatista do Iguaçu, no Paraná, entre outros menos conhecidos. Também, os partidos políticos neonazistas abrigados no regime democrático, na Áustria, chefiado por J.Haidern, e na França, por Jean Marie Le Pen. Devem ser, ainda, incluídos os líderes com traços protofascistas (Eco, 1995): Berlusconi, que passou pelo governo da Itália, e líderes totalitários com traço imperial, como King Jon Il (Coréia do Norte), Assad (Síria), ou de milícias que ocupam o vazio do Estado (Hizbolá, Hamas, FARC, PCC) cujos atos truculentos faz semelhança com tantos movimentos fascistas italiano, espanhol, e mesmo o integralismo, no Brasil. No período da ditadura militar, depois 1964, no Brasil, surgem grupos de extrema-direita, como a TFP (Sociedade da Tradição, Família e Propriedade) e o CCC (Comando de Caça aos Comunistas), ambos com intenções de causar uma ‘onda’ de cooptação dos jovens para a sua luta ideológica e até terrorista [4].
Também líderes eleitos democraticamente, mas cujas manobras deixam transparecer traços totalitários (George W. Bush, Hugo Chávez, Mahmoud Ahmadinejad). Notamos que o traço comum entre estes líderes é a capacidade de fanatizar as massas por uma causa racional ou irracional, se valendo de métodos antidemocráticos como a censura, perseguições, prisões arbitrárias, elogios aos feitos do suposto ‘grande líder’, etc.
Também podem ser incluídos, hoje, como parte da onda protofascista (sic) os movimentos fundamentalistas (cristão, judaico, islâmico). O ‘fundamentalismo’ [5] é a interpretação restrita do livro sagrado de forma a repudiar tudo e todos que não concordem com tal interpretação; trata-se de um “terrível simplificador” que pretende explicar e fornecer uma moral para o passado, o presente e o futuro da humanidade. Lembrando alguns traços do fascismo ou ‘protofascimo’ elaborado por Umberto Eco (1995), têm conquistado visibilidade na mídia as paradas dos “homens-bomba”, (que incluem crianças e mulheres), e as escolas de doutrinação islâmica ou madrassas, usadas como perversão do islamismo e impondo à população a cultura obscurantista Talibã, no Afeganistão [6]. O auge de visibilidade dos efeitos da doutrinação islamofascista parece ser representado pela organização global da Al Qaeda, cujo líder Bin Laden, que nada tem de socialista ou marxista, diz lutar por uma causa supostamente “santa” contra os “infiéis do mundo ocidental” [7].
A atitude fascista não morreu
O nazi-fascismo foi derrotado na 2ª. Grande Guerra, em 1945, mas ele não morreu. O que hoje acontece no cenário mundial nos leva a suspeitar que “ele não morrerá entre nós”, alerta o psicanalista francês C. Melman (2000).
A fundação do Partido Nazista, nos EUA, é de 1970. Recente levantamento realizado nos EUA contou 474 grupos de extrema direita, organizados naquele país, alguns agindo abertamente em diversos setores governamentais, inclusive com atos contra a democracia e ao governo legitimamente constituído. A “Nação Ariana’ e a ‘Identidade Cristã’, são considerados pelo FBI como os dois grupos mais perigosos e ameaçadores dos EUA. O ataque terrorista que destruiu todo o edifício do governo federal, em Oklahoma City, em 1995, foi ato de um membro da extrema direita com ligações com o grupo ‘Identidade Cristã’. “O uso da religião para propósitos fascistas e a perversão da religião em um instrumento de propaganda de ódio, como um cruzada antidemocrática em nome da salvação da democracia, é uma tática disseminada entre os grupos de extrema direita” (Carone, 2003).
Balizas para comentar esse filme:
Nosso olhar sobre o filme “A onda” focaliza três linhas de análise para comentários visando estimular o debate: (1) o nazi-fascismo como ideologia política totalitária de direita; (2) a psicologia de massas e a servidão voluntária dos indivíduos a um líder, grupo ou causa mítica; (3) a propaganda política e ideológica (4) o recurso da ‘experiência pedagógica’, como meio de ir para além do mero aprendizado de conceitos teóricos. Notar que o professor do filme adota a experimentação com grupo como recurso didático ‘vivencial’ [Dinâmica de Grupo e Sociodrama], que sempre implica em algum risco de perder o controle da experiência pedagógica. O “sócio-grupo” seria o grupo tarefa estruturado e orientado em função da execução ou cumprimento de uma tarefa, e o “psico-grupo” ou grupo estruturado, orientado e polarizado em função dos próprios membros que constituem o grupo, foram criados por Kurt Lewin – judeu alemão emigrado para os EUA - tinham como propósito serem não somente técnicas de aprendizagem alternativa à aula tradicional, considerada chata ou enfadonha mas de efetivamente trabalhar a dimensão afetiva e emocional de cada grupo enquanto gestalt, onde estão presentes preconceitos, dogmatismo, coesão, fé cega num líder, bloqueios, filtragens, enganos e auto-enganos na comunicação entre seus membros [8] etc.
Apesar de não ser um grande filme, e ainda prejudicado com o uso de cópias desgastadas, gravadas da televisão aberta [9], “A onda’ têm a virtude de levar o telespectador a não ficar indiferente aos fenômenos de massificação, fanatismo e intolerância do ser humano. Contudo, o filme é um sério alerta para: a) o risco do “sujeito” perder a “liberdade” e “autonomia”, submetendo-se incondicionalmente ao poder do grupo, sua “causa absoluta” veiculadas por slogans e palavras que ordenam uma ação automática, fazendo desaparecer o sujeito [10] ; b) problematiza a possibilidade de ressurgimento do nazi-fascismo, ou dos totalitarismos de direita ou de esquerda, tendo em vista o desgaste das democracias representativas de nossa época; c) conscientiza a formação de grupites de adolescentes e gangues potencialmente intolerantes e criminosas. Há uma tendência narcisista nesses grupos que, geralmente, são atraídos pela proposta de igualdade e novo sentido existencial-no-mundo, a fundação na vivência da territorialidade, o desenvolvimento de um código de linguagem próprio onde os atos de rejeição dos “mais fracos”, “desgarrados” ou “diferentes” parecem legítimos e morais. Basta ver o recreio de qualquer escola onde os membros dos grupos reproduzem sua imagem narcísica no modo de ser, vestir, falar, pensar etc. Evidentemente, tal atitude faz parte do processo de desenvolvimento da personalidade em busca de identidade própria, mas pode também ser a base para a formação de um traço de caráter ‘blindado’, conforme o estudo de W.Reich.
O trote seria um tipo de onda?
O tradicional trote universitário é um ritual de violência sádica de um grupo “mais velho” sobre os “novos” ou calouros. O trote pode ser tipificado como uma formação protofascista, no sentido proposto por Eco (1995), na medida em que um grupo visa humilhar os supostamente mais fracos? Que fazer para quebrar essa “tradição de família” presente ainda em algumas universidades? O que esse ritual de passagem representa na cultura universitária? Será que aulas, palestras, leis, punições, bastam para conscientizar e levar à nova geração evitar essa prática? Será que medidas impostas pelos colegiados de cada instituição, investidos de autoridade, devem proibir com rigor o trote violento, por exemplo, reinventando regras com o sentido da pró-solidariedade? Que metodologia ou técnicas de ensino e aprendizagem poderiam ser usadas para quebrar essa tradição e instaurar uma consciência verdadeiramente crítica e historicamente elaborada sobre tal fenômeno?
Ascensão do irracional?
O retorno do irracional em forma de ‘onda’ ou de ‘massa’ parece ser uma resposta desesperada de algumas culturas resistindo à modernização ocidental liberal-burguesa-democrática; a globalização econômica em que pese o seu sentido capitalista excludente também tem produzido novas idéias e tecnologias que beneficiam toda a humanidade, embora causem em alguns grupos mais tradicionais o medo de perder sua identidade comunitária, tal como analisa Castells (1999) e Japiassu (2001).
Aos educadores, é imprescindível trabalhar junto com os alunos, desde cedo, a ética da tolerância, o respeito à diversidade cultural e as diferenças demasiadamente humanas, bem como o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, onde a paz e a liberdade devem ser ativas.
O conhecimento científico, a informação e a tecnologia são insuficientes para melhorar o ser humano. É preciso desenvolver uma nova educação que encare o mundo complexo e promova, além da pesquisa que aspira o conhecimento novo, também uma sabedoria prática para se viver a vida pessoal e coletiva em tempos tão sombrios.
Os sintomas atuais de ascensão do irracional humano vem se revelando não só através de grupos nazi-fascistas que formam uma ‘onda’ pregando a “supremacia da raça branca”, a perseguição de judeus, negros, índios, homossexuais, nordestinos do Brasil, feministas, esquerdistas, democratas, etc. O fundamentalismo religioso (cristão, islâmico e judaico), os atos dos criminosos ligados ao narcotráfico, o terrorismo protofascista de grupos ou de Estado, sem projeto político, podem ser considerados sintomas de “ascensão do irracional” (em nosso artigo, em http://www.espacoacademico.com.br/004/04ray.htm, observamos três sintomas do protofascimo no terrorismo: o desprezo do diálogo pelo ato – do ato pelo ato; o argumento pela emoção. Para Eco (1995) é a “a ação pela ação’ e a “luta pela luta”. Na leitura psicanalítica é representado pelo ‘mais-gozar’ da ação e o ‘mais-gozar’ da luta sem fim).
O filme “A onda” focaliza, por um lado, o imperativo da ordem e disciplina e, por outro, o desejo de controlar a pulsão agressiva dos seres humanos travestido em organização fascista aspirando ser moral.
“A onda” pode ser vista através de alguns movimentos políticos-ideológicos de nossa história: quando atuou em nome de uma suposta “superioridade da raça ariana”, causou o genocídio nazista; quando levantou a bandeira da “causa do proletariado” milhares foram estigmatizados de ‘anti-revolucionários’, ‘reacionários burgueses’, ‘intelectuais inúteis’; quando surgiu com o nome de “revolução cultural” fez o povo quase perder suas tradições; quando “em nome de Deus” milhares são assassinados; quando “em nome do Bem contra o Mal”, da “causa justa” ou da “democracia”, invadiu países, destruindo prédios e vidas; Enfim, quanto o irracional está a serviço da racionalidade, o resultado é a imoralidade, o sofrimento e a morte em massa. Quando a intolerância quer ser reconhecida como moral e legal, justificando que a repressão da autonomia dos sujeitos é necessária “para o bem de todos”, a razão se faz cínica [11]. Assim, é preciso reconhecer que ser racional não basta para singularizar o que é ‘ser humano’, ou seja, falta saber se ser racional é condição sine qua non para ser razoável e capaz de estabelecer empatia para com o nosso semelhante.
Depois do filme
Outras experiências pedagógicas foram realizadas e filmadas depois de “A onda”, que parecem ter sido influenciadas pelas pesquisas dos laboratórios de dinâmica de grupo e experimentação cientificamente controlada, desde a década de 1970. Recomendamos aos pedagogos, psicólogos, historiadores, filósofos, sociólogos, antropólogos, entre outros, assistirem aos documentários: “Olhos azuis” [12], coordenado pela professora Jane Elliott e “Zoológico humano”, conduzido pelo psicólogo P. Zimbardo (Stanford University). Ao conduzir a experiência dos grupos, a professora Elliot evidencia o racismo, os fenômenos de grupo, a liderança, a submissão voluntária, etc. No “Zoológico humano”, recomendamos maior atenção para a 2ª. Parte, que trata da submissão do sujeito ao grupo. Em ambos, podemos observar fenômenos como ‘conformidade’, ‘disciplina’, ‘bloqueios’, ‘filtragens’, ‘contágio social’, a influência do ‘poder’, a ‘submissão’, as ‘distâncias sociais’, ‘barreiras psicológicas’, a ‘psicose de massa’, o ‘vigiar e punir” de uns contra outros para que ninguém seja a si próprio, a delação ou dedurismo como prática corriqueira de difícil verificação e confrontação com a verdade, o ‘narcisismo das pequenas diferenças’ proposto por Freud, a ‘regressão dos indivíduos a condição de massa ’ (conforme dito de Adorno: o fascismo ao manipular as massas, faz “psicanálise às avessas”), etc.
Continua sendo atual o discurso do professor Ross, proferido no final de “A onda”:
“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.
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TUTORIAL PARA DOWNLOAD DO FILME "A ONDA Clicando em clicando, cai direto em “Cultura e informação” e ver “dicas e notícias” sobre como fazer download do filme “A onda”
Também indica outro endereço para este filme só que em inglês: http://www.xenutv.com/cults/wave.htm
O endereço da comunidade "A onda - The wave" > no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1262617
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FONTE: http://www.espacoacademico.com.br/065/65lima.htm

2 comentários:

Unknown disse...

Planeta grão, para
Luiz Domingos de Luna*

Outro dia, eu peguei minha luneta, me afastei bem da terra e fui olhar como é que isto funciona, olhei as cidades, cada uma com seu lindo cemitério, os túmulos bem esculpidos, tudo iluminado
- Será que eles amam o mistério ? Olhei bem os espigões verticais, pareciam latas, as pessoas entravam sorridentes nas latas – Seres humanos enlatados ?
Ao focar as ruas era um rio em movimento, um rio cheio de automóveis, tinha até os ruídos das cachoeiras, as buzinas ao som de apitos que não paravam mais. Será que eles amam o barulho ?
Coloquei uma nova objetiva e vi uma multidão entrando, casas, cubículos, celas – Será que eles amam a prisão ?
Ao girar a luneta, um novo mundo uma orla marítima cheia de humanos, trajes bem economizados, muita onda, muita prancha muito surf - Será que eles amam a liberdade ?
E ali, bem em frente um parque, cheios de bocas redondas, as bocas sempre a soltar um hálito sulfuroso em forma gasoso - Seria um parque industrial, pelo jeito sim, pois é uma entrada e saída de automóveis que não para nunca – Será que eles amam o movimento ?
Ali é um baile, não tenho dúvida, ali é um baile todos com seus corpos untados em movimentos ao som de músicas continuadas, corpos que se juntam e se deslocam em questão de segundos, um ritmo bem cadenciado numa cola que une e separa ao som da harmonia ou desarmonia do choque sonoro – Será que eles se amam entre si ?
Ai, bem ai, agora sim, encontrei uma fábrica, uma linda fábrica, tudo bem estruturado, higiênica inclusive, uma fabrica que não produz fumaça, dá muitos empregos, esquenta a economia, dá luz ao progresso, determina o que é um pais desenvolvido ou não, é base que dá sustentação ao que é, e o que não é poder, é uma maravilha da criação humana, obra prima, o poder da inteligência concentrada dos inteligíveis em projeção, um show vivo e imperdível no palco da existência dos seres humanos.
Uma linda fábrica de mísseis da última geração, não erra o alvo nunca, pronto para destruir tudo a sua frente, um britador, um demolidor, esperando somente à hora para atacar o inimigo -Que inimigo /eu/. não, - Outros seres humanos. - Será que eles amam a vida ou a morte. - Não sei !
___________
(* ) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora.

Unknown disse...

Tanta existência - Por quê?
Luiz Domingos de Luna*


Às vezes começo a viajar no infinito, percorro na minha medição, as tantas formas existentes, são planetas, estrelas, luz, escuridão, quasares, gargantas de buracos negros são tudo uma imensa interrogação. Planetas lindos, inculisve, solitários, amorfos, gelados, consistentes, as mais das vezes verdadeiras obras de arte, obras de arte que, talvez nunca seja apreciada pelos seres humanos. E triste saber que a humanidade ainda não pode contemplar todo este carrossel existencial, giratório, de um passo de uma galáxia para outro é um questão de fração de segundos, o mais interessante são as formas, todas as formas são totalmente diferentes, na verdade não existe igual ou semelhante à outra. Tudo é encantador, talvez o encantamento seja o fato de a cada pisada tudo ser diferente, o que causa repugnância é realmente a primeira pisada, a gente sempre tem a impressão de que está em outro mundo.

Nunca passa pela nossa cabeça de que estamos no mesmo universo. O que chama a atenção não é bem a pisada em si, mas a compactação da pisada, não sei se é um fator psicológico ou não, mas parece que estamos pisando em uma geléia, ou algo que vai nos afundar, talvez a gravidade no planeta terra seja o responsável por esta sensação estranha, na verdade me sinto um estranho, um invasor, um desbravador, um pioneiro de uma história que talvez nunca acontecerá, até porque, as nossas atividades no planeta terra não oferecem esta oportunidade de forma plena para o pensar humano nesta dimensão. Talvez um impedimento psicológico, o medo do desconhecido, a certeza de um vazio que jamais tem fim.

Outro dia eu fui até os confins do universo, foi um passeio maravilhoso, não tem como explicar, o eixo giratório do universo consegue apagar toda a sensação da compreensão do que temos como real aqui na terra. Confesso que a viagem foi muito divertida, pois, tudo no universo não se repete é sempre o nascimento de um novo mundo - me senti a pessoa mais feliz do mundo, eu pensava que aquele passeio era um presente único, que eu tinha sido o escolhido para contemplar e apreciar o universo como um todo. Na verdade, quando eu já tinha atravessado boa parte do universo, por um impulso, que não sei explicar o porquê - pedi para o meu guia parar a nave - por alguns instantes, o que fui atendido prontamente. Parei e entendi o motivo de minha solicitação, é que, no meu íntimo, o meu referencial é o planeta terra, e eu queria ver a minha querida e amada terra.

Levei um susto muito grande, procurei a terra, pedi a meu guia uma luneta, girei a luneta em todos os sentidos e nada de terra. Quando eu vi que não tinha condição de ver a terra que se encontrava a anos luz de distância, entrei em desespero, depressão, crise de pânico, enfim, só me vinha à certeza de que eu estava perdido no universo; ou o contrário, o universo sem terra não é universo, presumo que se fosse outra pessoa que tivesse esta oportunidade teria continuado a viagem sem nenhum prejuízo para, se iria ter ou não um referencial para viver, ou dizer - eu sou um sem humano com terra, ou sem, para mim foi como uma fatalidade -se a terra não está presente, eu também não estou, diante deste raciocínio tolo, tive que retornar o planeta terra e deixar de contemplar todas as maravilhas do cosmo.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora (CE).