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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

--> ENTREVISTA COM NELSON XAVIER SOBRE O FILME



Chico Xavier - O filme
Sob a benção de Chico Xavier, ator encarna médium no cinema

POR CAMILLA GABRIELLA, RIO DE JANEIRO

O ator Nelson Xavier se emociona quando fala do médium Chico Xavier. Com 67 anos, o ator vai interpretar o líder espiritual no cinema, com direção de Daniel Filho. O filme — em que Ângelo Antônio viverá o protagonista mais jovem — começa a ser rodado este mês, para ser lançado em 2 de abril de 2010, quando Chico completaria 100 anos. Nelson viajou para Pedro Leopoldo e Uberaba, em Minas Gerais, onde Chico nasceu e morou. Em entrevista em sua casa, diante de painel com inspiração oriental, diz que estudar sobre o médium mais famoso do Brasil o reaproximou da mãe, que era espírita e morreu há 10 anos.
Nelson Xavier se emociona quando fala do médium Chico Xavier
Como surgiu o convite para fazer Chico Xavier no cinema?
Nelson Xavier — Essa história começou há cinco anos. O Marcel Souto Maior, que escreveu ‘As Vidas de Chico’, me mandou o livro e um bilhete dizendo que gostaria que eu interpretasse o Chico. Li o livro e fiquei estarrecido com o poder de Chico. Nunca tinha me voltado para o fenômeno que é o Chico Xavier, apesar de ter crescido em um ambiente espírita. Isso aconteceu no mesmo ano em que fui ao Festival de Gramado e sentei ao lado de um casal que não conhecia e o cara falou: ‘Você vai fazer Chico Xavier, né?’ Perguntei como ele tinha tanta certeza. E ele disse: “Um passarinho me contou”.
Eles eram espíritas.
Passei a chamar de sinais.
Depois de um tempo, conversei com o Mário Lúcio (Vaz, ex-diretor geral artístico da Globo), ele contou que o Daniel Filho (que vai dirigir o longa) talvez fizesse o filme.
Foi a primeira vez que fiz isso na vida: liguei para o Daniel, que é uma pessoa com quem não tenho relação regular, e disse ‘Sei que você vai dirigir Chico Xavier e quero fazer. Se você achar que estou muito velho, eu até faço uma plástica.’ Segui minha vida até que um dia ele me ligou e disse: ‘A resposta é sim’. Quando caí em mim, tive uma crise de choro.
—Já tinha tido contato com o espiritismo?Apesar de minha querida e saudosa mãe ser espírita e me levado ainda quando criança ao centro, de ter visto a materialização, eu não acreditava. Era cético. Na adolescência achei que não tinha que dar bola para essa história.
—E como se preparou para o personagem?— Em março fomos para Uberaba, em Minas Gerais, na casa onde Chico morou, e para Pedro Leopoldo (cidade onde Chico nasceu). Lá tem recortes lindos... Delirei, queria morar lá. É um lugar de paz. Todos os lugares que ele frequentou são carregados de uma energia arrebatadora. Nessas visitas tive notícias de muitos colegas que visitavam o Chico. Toda vez que eu falo dele me emociono (fala com olhos marejados) e a figura da minha mãe ficou muito presente, porque ela se foi há uns 10 anos e o Chico me aproximou dela de novo. Conheci as pessoas de lá, os lugares por onde ele passou, as revelações. Foi uma forte emoção. Agora vou fazer uma digressão: não me acho uma pessoa inteligente. Todo mundo se acha inteligente. Eu me acho intuitivo.
—Em que sentido?—É me emocionando que conheço as coisas. O Brasil me emociona. Sou um indignado com o país. Jesus me emociona, quando falou há mais de dois mil anos: “Amai-vos uns aos outros como a vós mesmos”. Minha formação é de comunista e acredito na solidariedade humana. Nunca me voltei para esse lado da religião. Mas não posso negar que fui tocado.
Espiritismo é uma militância. As pessoas devem trabalhar pelo próximo.
O que mudou em sua vida depois que conheceu a obra de Chico Xavier?
—Estou me cobrando para trabalhar em função disso, de ajudar ao próximo. Nunca neguei a existência de energias, de forças. Só que a minha crença era que depois da morte sua identidade acaba. Não acredito mais nisso, agora acho que ainda permanecem indivíduos distintos. É uma coisa forte. Não posso continuar com a atitude que tinha antes. Acredito no progresso da humanidade como todo comunista. É lento, mas há progresso. É o amor que leva a isso. Democracia é uma falsidade.
— Voltando ao filme, você frequentou o Lar Frei Luiz, no Rio, para ajudá-lo?— Busquei antes do filme por causa da minha doença (ele tem câncer na próstata), para ver se enfrentava de uma maneira diferente. Isso me ajudou muito a lidar com ela com mais tranquilidade. Foi por uma bobeira. Nunca fui de excessos. Se não tivesse sido ignorante, teria evitado. Fui acolhido pelo Carlos Vereza, que me encontrou no Frei Luiz.
Lá, é um lar de caridade e muito amor.
—Você disse que as pessoas o confundiam com o Chico por conta do mesmo sobrenome. Isso te incomodava?—Ficava indignado. Eu me sentia desqualificado porque ignorava quem era Chico Xavier. Hoje essa ordem inverteu: me sinto elogiado. Se eu soubesse quem era me sentiria enobrecido.
— Qual foi a reação das pessoas quando descobriram que você viveria Chico Xavier?— Tanto as pessoas de Uberaba, quanto o Daniel acham que, por eu não ser comprometido com o espiritismo, vejo com mais amplitude. É um olhar de quem é de fora. O filme vai ser um sucesso não só no Brasil quanto internacionalmente. O Chico é uma pessoa de importância equivalente ao Alan Kardec. É tido como reencarnação do Kardec. O Chico vai dar uma força. Ele é uma das pessoas mais queridas e conhecidas no mundo, mais que o Pelé.
—E como foi o contato com Eurípedes, filho adotivo de Chico Xavier?— Ele é uma pessoa recatada, reservada, não é expansiva. Guardou 22 ternos do pai e todas as outras roupas e ainda me deu três ternos. Trouxe aquilo na viagem feito um manto sagrado. Fiquei com um terno, que é inglês, lindo (risos), e dei os outros para a produção. São roupas que vou usar no filme. Eu me senti o máximo com a roupa dele. Coube em mim, só fiz alguns ajustes. Mas era como se fosse meu...
http://odia.terra.com.br:80/portal/diversaoetv/html/2009/5/sob_a_bencao_de_chico_xavier_ator_encarna_medium_no_cinema_9858.html
FONTE: http://conscienciaevida.blogspot.com/2009/07/chico-xavier-o-filme.html

ROTEIRO DO FILME

Marcel Souto Maior, autor da biografia, aprovou o roteiro de Bernstein. “Eu e o Daniel Filho chegamos a ler outros dois roteiros, mas o de Bernstein ficou a altura da história.” Enquanto os atores não são escolhidos, a leitura do roteiro foi feita há 20 dias com mais de dez atores presentes, entre eles Tony Ramos, Cristiane Torloni e Camila Pitanga.

Antes mesmo de ser filmado, o filme já causa polêmica. Eurípedes Humberto Higino dos Reis, filho de Chico e detentor da marca ‘Chico Xavier’, diz ao JT que o filme não será baseado apenas na biografia de Marcel. “Até por isso, o filme se chamará apenas Chico Xavier”, diz. “Meu pai teve mais de 30 biografias, seria uma injustiça deixar que apenas uma pessoa o retratasse.” Reis, apesar de ainda não ter lido o roteiro, confirmou que já fez reuniões com Daniel e que o filme vai realmente ser filmado. “Vou assistir ao filme antes de ser lançado. Ensinamentos como ‘fora da caridade não há salvação’ deverão estar presentes.” Sobre a declaração de Reis, Marcel defendeu-se dizendo que seu livro é a base do roteiro. “O roteirista tem a liberdade de se informar em diversas fontes. O universo de Chico é vasto e ele deve, sim, ter lido outros textos.”

Marcel, que nasceu no mesmo dia em que Chico, lembra que as pessoas faziam chacota quando ele dizia que escreveria sobre a história do médium. “Falavam: ‘tem certeza de que não é a biografia do Chico Buarque, Chico Anysio ou Chico Mendes?’ Acho que se eu falasse que escreveria sobre o Chico Bento, receberia mais apoio.”

O autor adiantou passagens sobre a vida do espírita que serão retratadas. “A traumática infância e o sofrimento de uma mãe em busca de informações sobre o filho vão emocionar. Antes de se tornar o mineiro do século, ele foi ridicularizado pela imprensa”, lembra. “Como no caso em que o jornalista da revista O Cruzeiro, David Nasser, e o fotógrafo Jean Manzon fingiram ser jornalistas estrangeiros e fizeram fotos do Chico até tomando banho de banheira. Quando o Chico viu a revista, ficou envergonhado e começou a chorar copiosamente. O espírito guia de Chico, Emmanuel, o alfinetou dizendo ‘pare de chorar. Jesus foi parar na cruz e você apenas no Cruzeiro’.” Outra passagem que também deverá ser lembrada é uma em que Chico se desesperou quando o avião em que estava entrou em uma zona de turbulência. “Emmanuel, ao vê-lo desesperado, disse para ele: ‘Se vai morrer, que morra com educação’. E Chico respondeu: ‘Onde já se viu morrer com educação?’.” Além disso, parte das três entrevistas que o médium deu para o programa Pinga Fogo, da TV Tupi, na década de 70, serão recriadas.
IMAGENS CAPTURADAS DO FILME
INFÂNCIA DE CHICO XAVIER


Leia entrevistas com o diretor Daniel Filho e o ator Nelson Xavier

Correio Braziliense 23/08/09.

Ricardo Daehn
Publicação: 23/08/2009 07:50 Atualização: 23/08/2009 07:52

» Daniel Filho (diretor de Chico Xavier)

No processo de pesquisa do filme, em algum momento, vocês levantaram alguma posição contrária à imagem do Chico Xavier? Há como contestá-lo, desconfiar do que ele afirmava fazer? O que os céticos podem esperar?

Discutir fraude com Chico Xavier é uma bobagem. Você pode discutir porque os fenômenos aconteciam. A paranormalidade dele pode até ser uma antena de física quântica. Isso, porém, acontecia com essa pessoa. Se ele falava com mortos ou desencarnados a discussão é ampla e infinita.

Qual a expectativa que se pode ter em relação à futura minissérie, realizada simultaneamente por vocês?

Saiba mais...
Depois do sucesso do filme Bezerra de Menezes, a onda espiritualista invade o cinema nacional
A TV Globo está no projeto por causa da minissérie. O cinema tem linguagem totalmente diferente da tevê. Como a trama é extensa, ao longo da montagem, várias histórias foram suprimidas ou estão em menor escala no filme. Nesse sentido, o aspecto episódico do roteiro facilitará os futuros trabalhos para o produto televisivo.

Chico Xavier gostava de cantores populares como Fábio Jr. e Roberto Carlos. Isso estará refletido na trilha sonora do filme?

Quanto à música, ela será feita pelo Egberto Gismonti. Teremos a Bacchiana Brasileira nº 1 (de Villa-Lobos) e algo de Beethoven. Possivelmente, haverá espaço para alguma música popular feita para ele, mas isso não está garantido.

Algum valor teu foi modificado, na feitura do filme?

Não. Como me aprofundei mais no ser humano, logicamente, passei a conviver mais com traços da mente dele. Mas, estive mesmo preocupado em entender o pensamento dele e não de traí-lo.

» Nelson Xavier (ator de Chico Xavier)

Houve uma declaração do outro intérprete do Chico (Ângelo Antônio), que diz tê-lo construído assexuado e até, levemente, feminino. Isso é andar no fio da navalha? Nesse sentido, o senhor também puxou para esse lado, ou não?

Não. Não consigo chamá-lo de assexuado. Tenho a impressão de que ele nunca cumpriu nada sexual, nunca viveu o sexo. Acho que, nem mentalmente, ele teve vida sexual. Não sei a que atribuir, mas, evidentemente, vivia num plano em que falar de sexo é realmente complicado. Não acentuei nem retirei nada. Fiquei indiferente a isso. Não o vejo feminino. Embora, Ângelo e eu tenhamos trabalhado muito juntos. Nos observamos, mutuamente, para ficarmos numa faixa próxima. Cada um sentindo o Chico do seu jeito, mas tentando não se afastar dos limites do outro.

Há o risco do endeusamento da figura do Chico Xavier?

Estamos com propósito de simplesmente contar a vida dele. Basta. Porque ele é um homem tão santificado que não precisa aumentar, não precisa pôr adjetivo, é só falar dele. Não há nenhum exagero, nenhum superlativo, não há nada.É simplesmente a história dele.

Deixar o personagem vai ser uma experiência diferente das libertações outros personagens?

Completamente. Como dizia o Ziembinski, os atores vão pegando retalhos, pedaços dos personagens, chega no fim da carreira, tá uma verdadeira colcha... Mas, acho que ele foi tão forte, tem sido tão forte, que eu não vou mais ser o mesmo depois. Vou ser uma pessoa muito melhor. Isso sem dúvida nenhuma, muito melhor. Ele me mostrou coisas que eu não posso mais ignorar.
1 dias atrás - 3 dias restante(s) para responder.
Detalhes Adicionais
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Veja também:

http://br.answers.yahoo.com/question/ind…

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1 dias atrás

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NANDO.


Para quem não conhece algo, esse algo não existe naquela mente.

Algo somente passa a ter vida própria diante de uma experiência pelos sentidos.

Além disso, segundo o próprio Leonardo Boff:

"Compreender não consiste em elencar dados. Mas em ver o nexo
entre eles e em detectar a estrutura invisível que os suporta. Esta não aparece. Recolhe-se num nível mais profundo. Revela-se através dos fatos. Descer até aí através dos dados e subir novamente para compreender os dados: eis o processo de todo o verdadeiro conhecimento"
Leonardo Boff.

Então um filme biográfico sempre será uma oportunidade de alguém refletir sobre determinado fato, ainda que já venha sofrendo a limitação de interpretação do diretor e dos atores.

Mas sempre fica um saldo positivo.

2 comentários:

Unica Lena disse...

Recebi o link sobre o Nosso Lar e fiquei encantada com o conteúdo desse Blog.
Ainda bem que muitos veem a Internet como uma porta sempre aberta á cultura e conhecimento.
Adorei...!!!!

Unknown disse...

Tanta existência - Por quê?
Luiz Domingos de Luna*


Às vezes começo a viajar no infinito, percorro na minha medição, as tantas formas existentes, são planetas, estrelas, luz, escuridão, quasares, gargantas de buracos negros são tudo uma imensa interrogação. Planetas lindos, inculisve, solitários, amorfos, gelados, consistentes, as mais das vezes verdadeiras obras de arte, obras de arte que, talvez nunca seja apreciada pelos seres humanos. E triste saber que a humanidade ainda não pode contemplar todo este carrossel existencial, giratório, de um passo de uma galáxia para outro é um questão de fração de segundos, o mais interessante são as formas, todas as formas são totalmente diferentes, na verdade não existe igual ou semelhante à outra. Tudo é encantador, talvez o encantamento seja o fato de a cada pisada tudo ser diferente, o que causa repugnância é realmente a primeira pisada, a gente sempre tem a impressão de que está em outro mundo.

Nunca passa pela nossa cabeça de que estamos no mesmo universo. O que chama a atenção não é bem a pisada em si, mas a compactação da pisada, não sei se é um fator psicológico ou não, mas parece que estamos pisando em uma geléia, ou algo que vai nos afundar, talvez a gravidade no planeta terra seja o responsável por esta sensação estranha, na verdade me sinto um estranho, um invasor, um desbravador, um pioneiro de uma história que talvez nunca acontecerá, até porque, as nossas atividades no planeta terra não oferecem esta oportunidade de forma plena para o pensar humano nesta dimensão. Talvez um impedimento psicológico, o medo do desconhecido, a certeza de um vazio que jamais tem fim.

Outro dia eu fui até os confins do universo, foi um passeio maravilhoso, não tem como explicar, o eixo giratório do universo consegue apagar toda a sensação da compreensão do que temos como real aqui na terra. Confesso que a viagem foi muito divertida, pois, tudo no universo não se repete é sempre o nascimento de um novo mundo - me senti a pessoa mais feliz do mundo, eu pensava que aquele passeio era um presente único, que eu tinha sido o escolhido para contemplar e apreciar o universo como um todo. Na verdade, quando eu já tinha atravessado boa parte do universo, por um impulso, que não sei explicar o porquê - pedi para o meu guia parar a nave - por alguns instantes, o que fui atendido prontamente. Parei e entendi o motivo de minha solicitação, é que, no meu íntimo, o meu referencial é o planeta terra, e eu queria ver a minha querida e amada terra.

Levei um susto muito grande, procurei a terra, pedi a meu guia uma luneta, girei a luneta em todos os sentidos e nada de terra. Quando eu vi que não tinha condição de ver a terra que se encontrava a anos luz de distância, entrei em desespero, depressão, crise de pânico, enfim, só me vinha à certeza de que eu estava perdido no universo; ou o contrário, o universo sem terra não é universo, presumo que se fosse outra pessoa que tivesse esta oportunidade teria continuado a viagem sem nenhum prejuízo para, se iria ter ou não um referencial para viver, ou dizer - eu sou um sem humano com terra, ou sem, para mim foi como uma fatalidade -se a terra não está presente, eu também não estou, diante deste raciocínio tolo, tive que retornar o planeta terra e deixar de contemplar todas as maravilhas do cosmo.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora (CE).