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terça-feira, 4 de agosto de 2009

--> PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO


A atriz Jandira Martini interpreta a dalit Puja em Caminho das Índias


A novela Caminho das Índias tem trazido à tona alguns temas importantes, todos denunciando preconceitos. Doenças mentais e diferenças sociais são os principais temas abordados pela autora Gloria Perez. De forma sutil e pouco aprofundada, ela aborda a questão do sistema social de castas na Índia. Apesar de a constituição indiana rejeitar esse sistema, em algumas regiões ele ainda persiste. Originalmente as castas eram quatro:

1- Os brâmanes que são os religiosos e nobres
2- Os xátrias, que são os guerreiros.
3- Os vaixás, que são os comerciantes.
4- Os sudras, que são os camponeses, os artesãos e operários.

Ainda mais abaixo, à margem dessa estrutura social existem os dalits, que, ainda nos dias de hoje são chamados "intocáveis". As castas são divididas pelo trabalho que cada um se dedica à sociedade e aos Dalits estão reservados os trabalhos considerados impuros, indignos ou sujos, trabalhos que o resto da humanidade considera nojento ou desagradável.

Os dalits não estão classificados no sistema de castas estando abaixo dele. Eles vivem separados do resto das pessoas por serem considerados tão sujos quanto à função que desempenham. Ninguém pode tocar em um Dalit, chegando ao cúmulo de, se alguém passar pela sombra de um deles precisar passar por um extenso ritual de purificação.

Vivem até hoje à margem da sociedade, com salários vergonhosos, mesmo apesar da luta de Ghandi pela criação de inúmeras leis e tentativa de eliminar definitivamente os problemas que o sistema de castas acarreta. No entanto, esse sistema é baseado no hinduísmo, que é a religião dominante na Índia, que funciona como elemento que apazigua e disciplina por meio da resignação e submissão às suas leis.

Os dalits sofrem restrições sociais extremas, usam roupas tiradas dos mortos, comem em louças quebradas, não é permitido que eles freqüentem escolas e sejam alfabetizados, e quando são, devem se sentar de costas em sala de aula. Não podem rezar nos mesmos templos e nem beber da mesma corrente de água.

Hoje eles são em 300 milhões na Índia, suas casas são queimadas e mulheres dalits são estupradas freqüentemente. Discriminados e oprimidos por todos, eles são vítimas de todo tipo de violência possível.

Imagine você que quando os tsunamis destruíram parte da Índia, as vítimas de Tamil Nadu, o estado indiano mais destruído pelos tsunamis, os dalits não receberam nenhum tipo de ajuda para reconstruírem suas vidas.

Parece que ainda temos que percorrer um longo caminho em direção ao nosso desenvolvimento como humanos. Em pleno século XXI assistimos ainda a um nível de discriminação tão profundo quanto estes, em um país onde a religiosidade e crescimento espiritual são pregados em cada esquina. Mais uma vez minha sugestão é para a reflexão sobre o quanto somos intransigentes em nossos preconceitos.

Fonte:Liziane Lacerda
Supervisora de RH
liziane.lacerda@fresenius-kabi.com

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